quarta-feira, 1 de maio de 2019

Portas do Farmácia Popular fechadas para 7 milhões


Mais de 7 milhões de brasileiros deixaram de ser atendidos pelo programa Farmácia Popular em razão do corte de 15% nos gastos desde 2015. É o que apontou um levantamento da Repórter Brasil junto ao Ministério da Saúde e à Fiocruz.

Os números são resultantes do fechamento, em 2017, de 400 farmácias públicas administradas pelo governo federal. As unidades fechadas na gestão de Michel Temer atendiam em torno de 6 milhões de pessoas anualmente. Na ocasião, o Ministério da Saúde havia alegado que 80% dos gastos com a rede própria correspondiam a encargos administrativos, e não a medicamentos. Porém, 1 milhão de consumidores também deixaram de ter acesso a atendimento nos estabelecimentos privados. No total, o índice de beneficiados despencou de 28,8 milhões para 21,6 milhões.
A previsão orçamentária para o Farmácia Popular em 2019, inclusive, é a menor em seis anos – cerca de R$ 2,6 bilhões, contra R$ 3,5 bilhões registrados em 2015. Para completar, a Coordenação Geral de Assistência Farmacêutica, responsável pela gestão do programa, está sem um líder desde setembro.

Suspeitas de fraude e investigações do Tribunal de Contas da União colaboraram para esse desmonte, após o descredenciamento de 3.500 farmácias privadas cujos convênios foram considerados suspeitos. O órgão identificou discrepâncias entre os repasses à rede particular e o valor gasto com os mesmos medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS). A eliminação desse ágio é uma das explicações do Ministério para o corte. Enquanto isso, a conta é paga pela população.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

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