Encontro da Femurn aconteceu no auditório da Fiern
Prefeitos de municípios do Rio Grande do Norte cobraram de membros da
bancada potiguar no Congresso e na Assembleia Legislativa, o apoio a
duas propostas de emenda à Constituição (PECs) que esticam os mandatos
de prefeitos e vereadores por dois anos. O objetivo das propostas, que
tramitam na Câmara Federal, é provocar uma eleição geral em 2022, com
votação para todos os cargos da República.
De acordo com o presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande
do Norte (Femurn) – que representa os prefeitos do Estado –, José
Leonardo Cassimiro, a unificação das eleições a partir de 2022
resultaria em uma diminuição de algo em torno de 50% nos gastos da
Justiça Eleitoral com pleitos apenas para prefeito e vereador, como está
previsto para acontecer no ano que vem.
“Já que nós estamos em crise, vamos diminuir custos. Essas eleições
chegam a custar entre de 3 a 4 bilhões de reais, um ano sim e o outro
não”, afirmou Cassimiro, que também é prefeito de São Paulo do Potengi e
seria beneficiado com mais dois anos de mandato caso a proposta avance.
A sugestão dos prefeitos potiguares foi dada nesta segunda-feira, 3, à
senadora Zenaide Maia (Pros) e aos deputados federais Rafael Motta
(PSB) e Walter Alves (MDB). Eles participaram, no auditório da Federação
das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), de um encontro entre
prefeitos e parlamentares. A reunião é a terceira de uma série de
eventos para discutir pautas municipalistas. Além da senadora e dos
deputados federais, também compareceram ao encontro os deputados
estaduais Gustavo Carvalho (PSDB) e Hermano Morais (MDB).
Na reunião desta segunda-feira, foi discutido o teor de duas PECs: a
56/2019, apresentada pelo deputado Rogério Peninha Mendonça (MDB/SC), e a
376/2009, protocolada há dez anos pelo então deputado Ernandes Amorim. A
primeira proposta estica o mandato dos atuais prefeitos, vice-prefeitos
e vereadores até 2022. Já a segunda, além de unificar a realização dos
pleitos, propõe a ampliação no tempo de mandato de senadores (de oito
para dez anos) e dos outros cargos (de quatro para cinco anos).
Os prefeitos e parlamentares potiguares discutiram, também, sobre o
leilão da chamada “cessão onerosa” do pré-sal, previsto para acontecer
em outubro deste ano.
Em 2010, o governo federal e a Petrobras assinaram o acordo da
“cessão onerosa”, que permitiu à estatal a exploração de 5 bilhões de
barris de petróleo na Bacia de Santos. À época, a Petrobras pagou R$
74,8 bilhões. A estimativa atualizada da União, porém, é que a área pode
render ao todo 11 bilhões de barris. Por disso, quer fazer um
megaleilão do volume excedente, o que poderia render até R$ 100 bilhões
aos cofres públicos. Os prefeitos defendem que parte disso seja
repassado aos estados e municípios.
Foram debatidos, ainda, projetos que tramitam no Congresso que
alteram a chamada Lei das Licitações, que estabelece regras para compras
públicas. Os prefeitos defendem uma desburocratização dos processos.
“Somente através da atenção às questões municipalistas, é possível
ajudar o País a proclamar apenas um discurso. São assuntos de interesse
geral, que ajudam a sair da crise, unificar ações e otimizar os serviços
em prol da população e da sociedade”, ressaltou o presidente da Femurn.
Na opinião de Leonardo Cassimiro, as prefeituras merecem atenção dos
parlamentares por serem “a parte mais fraca” da federação. Segundo ele,
os prefeitos sofrem por falta de recursos para financiar a execução da
política pública.
Em relação à proposta acordada pelo relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB-SP), de retirar os servidores estaduais e municipais da reforma, o presidente da Femurn declarou que “o que for atribuição de estados e municípios será apoiado”.
Em relação à proposta acordada pelo relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB-SP), de retirar os servidores estaduais e municipais da reforma, o presidente da Femurn declarou que “o que for atribuição de estados e municípios será apoiado”.
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