segunda-feira, 10 de junho de 2019

Reportagem vaza conversas entre Moro e Dallagnol via Telegram


Conversas via aplicativo de mensagens Telegram entre o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e o procurador da República Deltan Dallagnol sugerem que os dois tinham "discussões internas e atitudes altamente controversas, politizadas e legalmente duvidosas da força-tarefa da Lava Jato".
A troca de mensagens entre Moro e Dallagnol foi publicada em reportagens do site Intercept Brasil. Segundo o veículo, a conversa foi enviada por uma fonte anônima "bem antes da notícia da invasão do celular do ministro Moro".
De acordo com as conversas divulgadas, Dallagnol conversava com Moro sobre apreciação de denúncias da Lava Jato com urgência, com intuito de agilizar prisão de investigados. "Estamos com outra denúncia a ponto de sair, e pediremos prisão com base em fundamentos adicionais na cota. Seria possível apreciar hoje?”.
Essa teria sido uma das mensagens enviadas pelo procurador a Moro, que no momento era responsável por julgar os casos da Lava Jato da 13ª Vara Federal de Curitiba, em 16 de outubro de 2015.
A conversa com Moro surgiu, ainda conforme as mensagens vazadas pelo site, após uma notícia sobre a soltura de que Alexandrino Alencar, ex-diretor da Odebrecht, ser enviada em um grupo de procuradores da Lava Jato de Curitiba.
O MPF (Ministério Público Federal) publicou nota, à noite, e enfatizou que "procuradores mostram tranquilidade quanto à legitimidade da atuação, mas revelam preocupação com segurança pessoal e com falsificação e deturpação do significado de mensagens".
Os procuradores ainda creditaram o vazamento à "ação vil de hacker que invadiu telefones e aplicativos de procuradores da Lava Jato usados para comunicação privada e no interesse do trabalho, tendo havido ainda a subtração de identidade de alguns de seus integrantes. Não se sabe exatamente ainda a extensão da invasão, mas se sabe que foram obtidas cópias de mensagens e arquivos trocados em relações privadas e de trabalho".
 
Fonte: Correio do povo/UOL

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