Perito e médico que
atestaram morte da universitária Zaira Dantas da Silveira Cruz, 22 anos, no
carnaval de Caicó, a 282 quilômetros de Natal, serão ouvidos em mais uma fase
de instrução do processo na quarta-feira (23). A audiência está marcada para as
10h na 15ª Vara Criminal no Fórum Miguel Seabra Fagundes, no bairro de Lagoa
Nova, Zona Sul da capital.
De acordo com a
advogada assistente de acusação, Kalina Medeiros, essa audiência será
importante porque os termos existentes nos laudos são técnicos e nesse momento
os peritos vão traduzir para a sociedade. “Esses médicos legistas e peritos vão
explicar o que foi atestado no laudo. Os peritos ainda não foram ouvidos em
juízo, mas a prova material, os laudos emitidos já são considerados provas”,
esclareceu a advogada.
Zaira Cruz foi
encontrada sem vida dentro de um carro no sábado de carnaval, 2 de março de
2019, em Caicó, Região Seridó do estado. O policial militar Pedro Inácio Araújo
de Maria, 36 anos, está preso desde o dia 15 de março no Quartel do Comando da
PM, em Natal, acusado de ter estuprado e matado por esganadura a universitária.
O PM foi indiciado pela Polícia Civil da cidade e denunciado pelo Ministério
Público por homicídio quadruplamente qualificado.
A 2ª Promotoria de
Justiça de Caicó requer que o PM seja julgado pela prática do estupro consumado
e homicídio quadruplamente qualificado, para submetê-lo a julgamento pelo
Tribunal do Júri Popular da comarca de Caicó.
Segundo a
assistente de acusação, após essa audiência de quarta-feira (23) mais uma
testemunha solicitada pela defesa será ouvida através de carta precatória em
Porto Alegra, Rio Grande do Sul. Trata-se de um familiar de Pedro Inácio de
Maria. “Depois dessa audiência em Porto Alegre, o acusado deve ser interrogado
e em seguida pronunciado pelo juiz se irá a júri popular, que esperamos que
vá”, afirmou Kalina Medeiros.
Família e amigos
criam site em defesa de Pedro Inácio
A família do policial militar Pedro Inácio criou um site com depoimentos sobre ele. De acordo com a assessoria de comunicação da família, o site foi criado para quem realmente ele é e que está sendo acusado injustamente pelo crime de assassinato de Zaira Cruz. A página disponibilizada na internet nesta terça-feira (22) traz informações sobre a carreira profissional, a educação e depoimentos de amigos e familiares de Pedro.
“Eu me chamo
Ozaneide Ribeiro, mãe de Pedro Inácio, um filho muito bom que sempre cuidou de
nós, nunca nos deixou faltar nada. Uma injustiça o que estão fazendo com meu
filho, ele é inocente e sempre acreditamos nisso. Meu filho tem o coração bom e
esse coração jamais faria algo tão monstruoso, jamais seria capaz de matar
alguém”, afirmou a mãe do PM em depoimento no site.
Sete meses após o
assassinato, família de Zaira pede justiça
#SomosTodosZaira. Com esse chamado, familiares e amigos
da universitária Zaira Cruz se unem nas redes sociais para pedir justiça pela
morte da curraisnovense.
“Mais um passo para
a Justiça. Amanhã será realizada a audiência do processo que apura o cruel
assassinato de nossa Zairinha. Amanhã, dia 23, os peritos que atestaram o
estupro, a asfixia, a tortura, a morte cruel e desumana da minha irmã serão
ouvidos em Natal. Que a providência divina acompanhe a providência humana. Só
queremos Justiça! Nada mais!”. Essas são as palavras da irmã de Zaira, Maisa
Cruz no Facebook.
De acordo com o
inquérito policial do caso, na madrugada do dia 2 de março de 2019, entre 2h14
e 4h, Pedro Inácio constrangeu, agrediu e estuprou Zaira Cruz dentro de um Kia
Cerato de sua propriedade. Em seguida, ele asfixiou a vítima por esganadura com
o objetivo de ocultar o crime sexual, uma vez que, caso não tivesse sido
assassinada, a universitária poderia comunicar o estupro às autoridades
policiais.
Segundo a denúncia,
o PM, “utilizando-se de violência física extrema, mediante chutes, agressões e
imobilização da vítima, especialmente pelos braços e pescoço, estuprou Zaira
Cruz”.
*Com informações do OP9
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