sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Protesto: Contra homenagem a Rogério Marinho, grupo bloqueia acessos à Assembleia

 
 Jalmir Oliveira/Agora RN

Manifestantes ligados a movimentos sociais e sindicatos realizam um protesto na manhã desta sexta-feira, 8, na praça dos Três Poderes, em Natal, e bloqueiam os acessos à Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte.
O protesto é contra a sessão solene marcada para esta manhã em homenagem ao secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia e ex-deputado potiguar Rogério Marinho. A sessão estava marcada para começar às 10h30, mas, até a publicação desta reportagem, a homenagem não havia começado. Em nota, a Assembleia disse que a solenidade está mantida.
O ato foi convocado pela Central Única dos Trabalhadores no Rio Grande do Norte (CUT/RN) e pelo movimento Frente Brasil Popular. Em nota, os manifestantes classificaram a homenagem a Rogério Marinho como um “insulto”. “Tal homenagem é um desrespeito aos trabalhadores e trabalhadoras do RN, que sofrem diariamente com a reforma trabalhista, da qual Rogério Marinho foi o relator enquanto era deputado federal”, escreveu o movimento.
As quatro portas da Assembleia foram bloqueadas pelos manifestantes, que não querem permitir a homenagem. Na porta da garagem, policiais militares chegaram a lançar gás de pimenta contra os manifestantes.
O coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte (Sinte), professor José Teixeira, disse que o movimento não vai permitir que Rogério Marinho entre na Assembleia. “Ele é o pivô da reforma trabalhista, que tirou direitos classe trabalhadora, e pivô da reforma da Previdência, que acaba com o direito de os trabalhadores se aposentarem. É um traidor dos trabalhadores e da pátria brasileira”, declarou.
Do lado de fora, estão políticos de diversas cidades do Estado, como prefeitos, que vieram a Natal para participar da sessão solene, mas foram impedidos de entrar. “É um absurdo. Estou há 1 hora esperando. A democracia é a vontade da maioria. Não pode uma minoria impedir o exercício da democracia. Um Poder, eleito pelo povo, está impedido de trabalhar pela vontade da minoria”, reclamou o ex-governador Geraldo Melo.
Crítico da homenagem, o deputado estadual Sandro Pimentel (PSOL) se uniu aos manifestantes. De acordo com o parlamentar, Rogério Marinho é um “traidor”. “É uma agressão a Casa Legislativa homenagear um cidadão desse. Já que foi aprovada a homenagem, que faça em outro local. Mas aqui é uma agressão. Rogério Marinho deveria receber algo como o título de persona non grata. Uma homenagem é demais”, afirmou o deputado.
Pelo Twitter, Rogério Marinho comentou as manifestações contra ele. “Estamos no caminho certo”, se limitou a dizer.
HOMENAGEM
A sessão solene na Assembleia Legislativa de homenagem a Rogério Marinho foi proposta pelo deputado estadual Gustavo Carvalho (PSDB). No requerimento em que solicita a realização da homenagem, o parlamentar justifica que o secretário de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia tem “serviços prestados ao País”.
Um dos idealizadores da proposta de reforma da Previdência que foi enviada pelo presidente Jair Bolsonaro ao Congresso, e de outras medidas do atual governo nas áreas de previdência e trabalho, Rogério Marinho foi deputado federal pelo Rio Grande do Norte entre 2007 e 2012, na primeira vez, e entre 2015 e 2018, no segundo momento.
Além disso, o tucano foi secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte durante a gestão da ex-governadora Rosalba Ciarlini (2011-2014). Em sua passagem pelo cargo, desenvolveu projetos como o Pró-Sertão, de interiorização da indústria têxtil.
Na Câmara dos Deputados, foram três mandatos – dois para os quais foi eleito (em 2006 e em 2014) e outro assumido em 2011 após licença do titular.
Os primeiros mandatos de Rogério na Câmara foram marcados por projetos na área da educação. Foi iniciativa dele, por exemplo, a criação do projeto Metrópole Digital, desenvolvido dentro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Na legislatura passada, durante o governo do ex-presidente Michel Temer, o potiguar foi relator na Câmara da reforma trabalhista. A pauta polêmica lhe causou desgaste político, o que atrapalhou sua reeleição. Nas eleições 2018, obteve apenas 59,9 mil votos e, por isso, não conseguiu conquistar novo mandato. Atualmente, ele é 2º suplente.

AgoraRN

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