Em uma crítica ao ministro Onyx Lorenzoni (Cidadania), o presidente Jair
Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quinta-feira (23) que a
antecipação da segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600 foi
anunciada sem autorização.
Na segunda-feira (20), Onyx e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães,
divulgaram em coletiva no Palácio do Planalto que os beneficiários da
ajuda destinada a informais impactados pela crise do novo coronavírus
receberiam o pagamento antes do previsto. Segundo disseram na ocasião,
os depósitos passariam a ser feitos a partir desta quinta (23).
Originalmente, o cronograma previa os pagamentos da segunda tranche a
partir de 27 de abril.No entanto, o governo voltou atrás nesta quarta e
disse que seguiria o cronograma original.
O comunicado da
desistência foi feito pelo Ministério da Cidadania, que disse que a
decisão foi tomada por causa do alto número de informais cadastrados e
por uma recomendação da CGU (Controladoria-Geral da União).Respondendo a
uma internauta no Facebook, que lhe havia perguntado se o auxílio
emergencial tinha sido cancelado, Bolsonaro responsabilizou Onyx."Nada
foi cancelado.
Um ministro anunciou sem estar autorizado,
que iria antecipar a segunda parcela. Primeiro se deve pagar a todos a
primeira parcela, depois o dinheiro depende de crédito suplementar já
que ultrapassou em quase 10 milhões o número de requerentes. Tudo será
pago no planejado pela Caixa", respondeu o mandatário.
Ao
justificar o cancelamento da antecipação, o Ministério da Cidadania
afirma que, com alto número de trabalhadores solicitando apoio, será
necessário um crédito suplementar para poder atender a todos. O pedido
para a suplementação já foi enviado ao Ministério da Economia, diz a
pasta."Em virtude disso, por fatores legais e orçamentários, pelo alto
número de requerentes que ainda estão em análise, estamos impedidos
legalmente de fazer a antecipação da segunda parcela do auxílio
emergencial", afirma o ministério, em nota.
Inicialmente, o
governo calculou uma necessidade R$ 98,2 bilhões para pagar o auxílio e
uma MP (medida provisória) foi editada com esse valor para criar o
crédito adicional. Depois, integrantes do governo passaram a dizer que o
valor poderia não ser suficiente.
O Ministério da Cidadania
informou que já foram transferidos R$ 31,3 bilhões à Caixa para atender a
população, sendo que ainda serão avaliados cerca de 12 milhões de
cadastros para a primeira parcela."Após a definição da suplementação
orçamentária a ser feita pelo Ministério da Economia, iremos completar o
atendimento da primeira parcela e anunciar o calendário de pagamento da
segunda parcela do auxílio emergencial no mês de maio", afirma a
Cidadania.
Apesar do anúncio da antecipação, boa parte dos
beneficiários não recebeu sequer a primeira parcela e há relatos de
trabalhadores esperando pelo depósito mesmo após terem sido aceitos no
programa.
Com informações da FOLHAPRESS
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