quarta-feira, 6 de maio de 2020

Inestigação: Ato antidemocrático teve ajuda de assessores de políticos bolsonaristas


A manifestação de domingo (3) com pautas antidemocráticas em Brasília, na qual jornalistas foram agredidos enquanto Jair Bolsonaro discursava, foi mobilizada por grupos religiosos e pró-intervenção militar, além de assessores e ex-auxiliares de políticos bolsonaristas.
Um dos movimentos de apoio ao ato foi o acampamento "Os 300 do Brasil", montado em Brasília. O grupo tem entre os organizadores o assessor parlamentar Evandro de Araújo Paula, lotado no gabinete da deputada federal Bias Kicis (PSL-DF), e é liderado pela militante Sara Winter, que se declara ex-feminista e aderiu ao bolsonarismo.
O grupo havia montado um acampamento em frente ao estádio Mané Garrincha. Em posts atribuídos a ele, em redes sociais, o movimento pede adesão dos que estejam dispostas a passar por treinamento com especialistas em "revolução não violenta e desobediência civil", técnicas de "estratégia, inteligência e investigação" e instrução sobre "táticas de guerra de informação".
Os interessados são informados que devem se apresentar à base para depois seguir para um "QG" secreto, para onde não podem levar celulares. Uma vaquinha virtual foi montada para arrecadar fundos. Até o meio da tarde desta terça (5), haviam sido arrecadados R$ 57,3 mil. Nos posts, o grupo usa expressões como "venha para a guerra".
O acampamento foi desmantelado pela Polícia Militar. Membros de outros movimentos disseram que o grupo está agora baseado em uma chácara no entorno de Brasília.
Apontada como principal líder, a militante Sara Winter chegou a atuar no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandado por Damares Alves. Seu nome verdadeiro é Sara Fernanda Giromini, e ela vem sendo acusada nas redes de seguir a ideologia nazista.
Em um post nas redes sociais, publicou a foto de uma reunião em que teriam sido discutidos assuntos do grupo. Na foto aparece Evandro de Araújo Paula, assessor da deputada bolsonarista Bia Kicis.
"Estou só ajudando de forma administrativa esse movimento a acontecer. Estou fazendo contato com as caravanas, conversando com as lideranças, acionando as lideranças em grupos de WhatsApp para a gente manter esse contato", disse.

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

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