O anúncio do encerramento na fabricação de veículos da Ford no Brasil pegou de surpresa donos de concessionárias e funcionários. Na ponta da cadeia de produção, empresários estão apreensivos sem saber o que fazer com os pedidos feitos, as vendas canceladas e a possibilidade de demitir ou até fechar suas empresas. Pedidos de indenização pelo prejuízo no faturamento com vendas estão em discussão.
A notícia do encerramento chegou apenas pela imprensa, diz a dona de duas concessionárias em Minas Gerais. O comunicado oficial por parte da empresa só chegou quatro horas depois. Ela pediu que seu nome não fosse divulgado, pois ainda aguarda negociação com a montadora.
A Ford divulgou a decisão de encerrar a produção de veículos no Brasil na segunda-feira (11) à tarde. Menos de 48 horas depois, a concessionária mineira já teve pedidos cancelados e negociações interrompidas. Com isso, os vendedores serão dispensados. Ao todo, são 38. Há um ano, antes da pandemia de Covid-19, eram 58.
A empresária relata ainda ter sido procurada por proprietários de veículos Ford que querem vendê-los por temerem que a manutenção fique mais cara ou mais difícil.
Dúvidas quanto à disponibilidade de peças ou mesmo ao custo de revisões têm chegado também ao gestor de pós-vendas Kleber Agostinho dos Santos, 41 anos, de Lavras (MG). Ele diz que ainda não tem muito o que responder. Sabe apenas que, por enquanto, a concessionária em que trabalha seguirá funcionando. “Agora que o mercado estava começando a melhorar com essa pandemia, acontece isso”, queixa-se.
Para ele, o primeiro sinal de que a relação da Ford com os negócios no Brasil não ia bem foi o fechamento da fábrica de São Bernardo do Campo (SP), em outubro de 2019. Lá eram produzidos caminhões. “Na região, outros concessionários Ford já tinham fechado. Quando pararam com os caminhões e tiraram o Fiesta de linha, muita gente já ficou com pé atrás”, diz.
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