O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), questionou nesta segunda-feira (13) o peso dos preços dos combustíveis da Petrobras no bolso dos consumidores e afirmou que a estatal deve ser lembrada de que seus acionistas são os brasileiros.
Em uma rede social, Lira escreveu: "Tudo caro: gasolina, diesel, gás de cozinha. O que a Petrobras tem a ver com isso? Amanhã, a partir das 9h, o plenário vira Comissão Geral para questionar o peso dos preços da empresa no bolso de todos nós."
"A Petrobras deve ser lembrada: os brasileiros são seus acionistas", complementou, na mesma mensagem.
O presidente da Câmara se referiu à comissão geral realizada nesta terça-feira (14) com a presença do presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna. Além do preço dos combustíveis, ele deve falar sobre a operação das termelétricas e outros assuntos relacionados à estatal.
Os aumentos do preço da gasolina vêm pressionando o IPCA (índice oficial de preços). Em agosto, o índice avançou 0,87%, a maior taxa em 21 anos. Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE subiram em agosto, com destaque para o segmento de transportes. Puxado pelos combustíveis, esse ramo registrou a maior variação (1,46%) e o maior impacto (0,31 ponto percentual) no índice geral do mês.
Dentro de transportes, a gasolina subiu 2,80%. O combustível teve o principal impacto individual (0,17 p.p.) no IPCA de agosto.
No final de agosto, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse a apoiadores que o governo irá "começar a trabalhar" no preço dos combustíveis.
"Então agora está saneada a Petrobras, a gente começa agora a trabalhar na questão do preço dos combustíveis", disse Bolsonaro. "Mas não adianta a gente tratar de preço se o ICMS tiver esse valor variável, que interessa aos governadores."
Bolsonaro tem sido constantemente cobrado pelo encarecimento dos combustíveis e do gás de cozinha. Em alguns locais do país, o litro da gasolina já chega a R$ 7, enquanto o botijão de gás de cozinha passa de R$ 100.
Em meados de agosto, a estatal aumentou, pela segunda vez consecutiva, o preço da gasolina. O reajuste foi anunciado mais de um mês após a última alta, reforçando a percepção de que a Petrobras reduziu a frequência de ajustes de preços após a posse do general Joaquim SIlva e Luna no comando da companhia.
Ele substituiu no cargo Roberto Castello Branco, o primeiro presidente da estatal no governo Bolsonaro, em meio a fortes pressões contra a escalada nos preços dos combustíveis do início do ano. Mesmo com a troca, o presidente não conseguiu conter os preços.
Bolsonaro enviou ao Congresso um projeto de lei que pretende transformar o ICMS sobre combustíveis, cobrado pelos Estados, em um valor fixo. Apesar das principais razões da alta serem o preço do petróleo no mercado internacional e o valor do dólar frente o real, o presidente culpa o ICMS pelo alto custo.
FOLHAPRESS
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