Pesquisa realizada por um grupo de cientistas alemães aponta que a variante Ômicron é menos eficaz em bloquear a ação do sistema imunológico. O estudo realizado nas universidades de Kent e Frankfurt mostra também a eficácia de oito medicamentos antivirais testados no tratamento contra a covid-19.
Para entender melhor alguns resultados que a pesquisa já revelou, conversamos com o presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia do Distrito Federal, José David Urbaez.
De acordo com o infectologista, a Ômicron provoca sintomas menos severos do que as demais variantes do coronavírus.
Um dos motivos seria por causa do grande número de pessoas já vacinadas ou que já foram infectadas com variantes anteriores. O outro motivo é pela característica de multiplicação do vírus, como explica David Urbaez.
Sobre a capacidade de reação à infecção pela Ômicron, como mostrado na pesquisa alemã, o médico ressalta que ela depende dos anticorpos e também de propriedade genética capaz de ativar de forma mais eficiente as células de defesa. O estudo, segundo Urbaez, ajuda a compreender o que acontece em relação às manifestações clínicas frente à variante, mas as informações devem ser tratadas com cuidado.
Já quanto à eficácia de antivirais, David Urbaez explica que alguns medicamentos já tiveram efeito demostrado, como é o caso do Remdesivir. No entanto, para ele, há problemas relacionados à escala de produção, disponibilidade e preço dos fármacos.
O infectologista destacou também o papel de proteção do Sistema Único de Saúde com a campanha de vacinação contra Covid-19. David Urbaez reforça a necessidade de se avançar com as aplicações das duas doses e fala da eficácia da dose de reforço no combate à Ômicron.
Por fim, o infectologista David Urbaez fez um alerta sobre os quadros leves de Ômicron, sobretudo em pessoas vacinadas. Para ele, essa situação pode levar a uma falsa ideia de que estamos em uma fase mais tranquila, o que não é verdade.
A alta transmissibilidade pode levar ao surgimento de novas variantes de preocupação. Por isso, ele recomenda o uso de máscara, higienização das mãos, evitar aglomerações e não deixar de se vacinar com as três doses.
Edição: Raquel Mariano / Guilherme Strozi
Agencia Brasil
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