O Ministério Público do Rio Grande do 
Norte (MPRN) e a Defensoria Pública do RN pediram nesta segunda-feira 24
 ao Judiciário que determine ao Governo do Estado que proíba grandes 
eventos de massa. Segundo o MPRM, para isso, o Estado deverá alterar 
decreto estadual que entrou em vigência na última sexta 21. O Ministério
 Público alega que a medida visa o enfrentamento da variante Ômicron que
 possui uma alta taxa de transmissibilidade, seguindo uma orientação da 
Organização Mundial da Saúde (OMS).
Ainda de acordo
 com o MPRN, a ação civil pública (ACP) requer que o Estado cancele 
todas as autorizações para a realização de shows com grande público, 
sejam em locais abertos ou fechados. E ainda que o Judiciário obrigue o 
Estado a se abster de conceder novas autorizações para shows de massa e 
congêneres em todo o território potiguar, assim como a suspender tais 
eventos, até que ocorra novo controle da transmissibilidade do 
coronavírus no RN. Ou seja, até que a pandemia volte a atingir os 
patamares de contágio alcançados em novembro e dezembro de 2021.
Na
 análise feita pelas duas instituições, houve omissão do Estado ao 
editar o decreto, uma vez que o Comitê de Especialistas da Secretaria de
 Estado da Saúde Pública (Sesap) havia alertado (por meio da 
Recomendação n. 33) a não realização desses tipos de eventos dada a 
realidade de risco iminente de colapso do sistema de saúde.
No
 último dia 17, data em que foi publicado o decreto, houve uma reunião 
com o MPRN, o Gabinete Civil, a Sesap, a Defensoria Pública Estadual e 
os Ministérios Públicos Federal e do Trabalho, além de representantes da
 Federação de Municípios do RN (Fermurn), cujo objetivo foi discutir e 
deliberar acerca da recomendação do Comitê Científico. Na ocasião os 
representantes do MPRN e da Defensoria Pública defenderam a proibição de
 eventos de massa, o que não foi acatado pelo Governo.
As
 medidas impostas pelo Estado do RN até o momento, apesar de serem 
importantes para a atividade econômica local uma vez que buscam 
preservar o setor de promoção de eventos, são insuficientes para reduzir
 os índices da Covid-19. Eventos de massa públicos ou privados possuem 
aptidão para amplificar a transmissão do vírus, já que grandes 
aglomerações são identificados como eventos super-espalhadores.
Além
 disso, ressalta-se que a elevada transmissão da Ômicron aumenta 
exponencialmente o risco do surgimento de novas variantes, que 
dificultam o encerramento da pandemia.
Em nota, o 
Governo disse aguardar decisão do Poder Judiciário. Segundo o 
comunicado, o acompanhamento e avaliação do cenário — não apenas em 
relação à covid-19, mas ao surto de gripe — vem sendo feito diariamente.
 Em relação ao decreto publicado em 17 de janeiro de 2022, o governo 
alegou que faz análise permanente dos diversos indicadores para eventual
 tomada de decisão, independente do prazo de vigência dessas regras.
Na
 mesma nota, o Governo atestou que a adoção do passaporte vacinal causou
 aumento de 95,6% na procura pelas vacinas, tendo como base comparativa o
 último sábado (22 de janeiro) com o sábado anterior (15 de janeiro).
Nenhum comentário:
Postar um comentário