A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) iniciará a partir de abril de 2022 a implantação da vacina da febre amarela no RN, tendo como público alvo a população a partir dos 9 meses de idade até 59 anos.
A
partir de 2020 a vacina da febre amarela foi incluída no calendário
básico para todos os estados do Brasil, incluindo o RN, que até então
era área sem recomendação de vacina. A ampliação da área de vacinação
ocorreu em função da reemergência do vírus amarílico nas duas últimas
décadas para além da área considerada endêmica (região amazônica),
atingindo áreas ainda sem registro como os estados da Bahia, Minas
Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.
O
avanço da área de circulação do vírus, aproximando-se de grandes
regiões metropolitanas densamente povoadas, com populações não vacinadas
e infestadas por Aedes aegypti reforçou a necessidade de ampliação da
área de vacinação para todo o país.
Sesap vai
realizar Fórum com referências estaduais e municipais da área da
imunização, da atenção à saúde e da vigilância em saúde
Será
realizado no próximo dia 22 de março de 2022, das 8h às 14h, um encontro
com referências estaduais e municipais da área da imunização, da
atenção à saúde e da vigilância em saúde. O “Fórum para implantação da
vacina da Febre Amarela no RN” ocorrerá na Escola Cardeal Dom Eugênio de
Araújo Sales - Mini auditório da Escola do Governo e tem como objetivo
discutir o plano de ação para implantação da vacina da febre amarela,
assim como o aumento progressivo da cobertura vacinal, a vigilância de
eventos adversos possivelmente associados à vacina e o fortalecimento da
vigilância integrada da febre amarela.A febre amarela é uma doença
viral aguda, imunoprevenível, transmitida ao homem e aos primatas não
humanos (macacos), por meio da picada de mosquitos infectados. Possui
dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área
rural ou de floresta) e urbano. O vírus é transmitido pela picada dos
mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de pessoa
a pessoa. Em áreas de mata, os principais vetores são os mosquitos
Haemagogus e Sabethes. Já nas áreas urbanas, o vetor do vírus é o Aedes
aegypti. O último caso de febre amarela urbana foi registrado no Brasil
em 1942 e todos os casos confirmados desde então decorrem do ciclo
silvestre de transmissão.
A febre amarela tem
importância epidemiológica por sua gravidade clínica e potencial de
disseminação em áreas urbanas infestadas pelo mosquito Aedes aegypti.É
uma doença de notificação compulsória imediata, ou seja, todo evento
suspeito (tanto morte de primatas não humanos, quanto casos humanos com
sintomatologia compatível) deve ser prontamente comunicado, em até 24
horas após a suspeita inicial, às autoridades locais competentes pela
via mais rápida (telefone, fax, email, etc). Às autoridades estaduais de
saúde cabe notificar os eventos de febre amarela suspeitos ao
Ministério da Saúde.
Atualmente, a febre amarela silvestre
(FA) é uma doença endêmica no Brasil (região amazônica). Na região
extra-amazônica, períodos epidêmicos são registrados ocasionalmente,
caracterizando a reemergência do vírus no País.
Os
sintomas da febre amarela são: início súbito de febre; calafrios; dor
de cabeça intensa; dores nas costas; dores no corpo em geral; náuseas e
vômitos; fadiga e fraqueza.
Vigilância da febre amarela
Entre
julho de 2021 e janeiro de 2022 (SE-03), foram notificados 197 casos
humanos suspeitos de FA, dos quais dois foram confirmados por critério
laboratorial, 166 (85,0%) foram descartados e 29 (15,0%) estão em
investigação. Os casos confirmados eram do sexo masculino, na faixa
etária entre 20 e 29 anos, sem informação relacionada a vacinação e com
estado vacinal ignorado. Ambos exerciam atividades laborais
(extrativismo de madeira e pesca) em áreas florestais do Pará (região
endêmica), com local provável de infecção nos municípios de Afuá e
Oeiras do Pará, e evoluíram para o óbito.
Nesse mesmo
período, foram notificadas 810 epizootias em PNH suspeitas de FA, das
quais 18 (2,2%) foram confirmadas por critério laboratorial, 222 (27,4%)
foram descartadas, 194 (24,0%) permanecem em investigação e 376 (46,4%)
foram classificadas como indeterminadas, por não ter sido possível
coletar amostras e/ou obter diagnóstico conclusivo.
A
maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais. No entanto,
cerca de 15% apresentam um breve período de horas a um dia sem sintomas
e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença.
Como prevenir a febre amarela
A
vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da febre
amarela e é ofertada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para toda a
população.
Desde abril de 2017, o Brasil adota o
esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, sendo que a
pessoa que recebeu uma dose da vacina antes de completar (5) cinco anos,
está indicada a dose de reforço, independentemente da idade que tiver.
Essa medida está de acordo com as recomendações da Organização Mundial
de Saúde (OMS).
A vacina, que é administrada
via subcutânea, está disponível durante todo o ano nas unidades de saúde
e deve ser administrada pelo menos 10 dias antes do deslocamento para
áreas de maior risco (áreas silvestres em regiões com comprovada
circulação viral), principalmente para os indivíduos que são vacinados
pela primeira vez.
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