A empresa americana Petro-Victory concluiu a aquisição de 19 blocos de exploração de petróleo onshore (em terra) na Bacia Potiguar. As áreas adquiridas pela companhia de energia estão concentradas na região de Serra do Mel, município no Oeste do Rio Grande do Norte. A expectativa da Petro-Victory é começar a produzir na região em até dois anos. O planejamento é que um poço seja instalado em cada um dos blocos arrematados, o que representaria um investimento inicial de cerca de R$ 50 milhões, segundo o gerente de operações da empresa, Diego Monteiro.
Como
os blocos comprados são classificados como exploratórios, significa
dizer que ainda não há poços em operação no local. A empresa, no
entanto, obteve a cobertura sísmica 3D da região com a Agência Nacional
do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e já desenvolve estudos
para fazer a perfuração dos poços de produção.
"A
gente está fazendo os estudos de interpretação de dados sísmicos e
estudo de dados de poços que já existem na área. Estamos fazendo o dever
de casa para programar novas perfurações", detalhou o gerente de
operações da Petro-Victory, Diego Monteiro.
Os blocos haviam
sido arrematados pela empresa na 3ª Rodada de Oferta Permanente,
conduzida pela ANP, em abril deste ano. Para validar o negócio, a
Petro-Victory e a agência resolveram nos últimos meses questões
burocráticas, como definição de garantias e assinatura do contrato. A
compra foi quitada com o pagamento de cerca de US$ 1,5 milhão, com o
acréscimo de bônus de assinatura no total de US$ 218 mil.
Com
a definição da aquisição, a companhia americana aumentou seu portfólio
no Brasil para 38 blocos de exploração de petróleo, sendo 37 deles na
Bacia Potiguar. A nova compra também representou um aumento de 99% na
área total de atuação da Petro-Victory.
“A
gente acredita muito no potencial das áreas, tanto que adquirimos esses
blocos. Então, nós estamos fazendo muitos estudos para melhorar a
qualidade do estado, para trabalhar reduzindo as incertezas e daí termos
uma posição mais confiável para fazer essas perfurações”, afirmou o
gerente de operações da companhia.
O crescimento da área de
atuação de um operador independente é comemorada pelo presidente da
Redepetro-RN, Gutemberg Dias, que destaca o potencial de geração de
empregos que o segmento tem para a região.
"É
muito importante o crescimento da área de atuação da empresa, porque
quando se fala em pesquisa, você tem um tem um incremento muito forte de
serviços. A sondagem, por exemplo, é uma das etapas de exploração
petróleo que consegue gerar vários empregos.
Então isso faz com que a
cadeia se dinamize mais. Ou seja, quanto mais tem perfuração, mas você
tem a cadeia aquecida e, obviamente, se der óleo você já perspectivas
futuras que é de exploração, que aí vai para produção e são outras
demandas que se tem", disse Gutemberg Dias.
Empregos
Para essa fase de pesquisa, o
presidente da Redepetro estima que a cada dez empregos formais que são
criados, outros dez também são gerados em cadeia. Os serviços vão do
trabalho de instalação de sondas em buscas de locais propícios para
criação de poços de petróleo, além da coleta dos resíduos gerados nessa
área, contratação de profissionais da topografia e licenciamento
ambiental, entre outros.
Com o plano de
desinvestimentos aprovado pela Petrobras em 2015, a produção de petróleo
em terra ficou de fora dos objetivos da estatal, o que rendeu espaço
para a chegada de operadores independentes do setor.
Com
a iniciativa privada, o Estado cresceu a produção onshore de petróleo
em 179,5% entre dezembro de 2019 e março de 2022. Nesse período, a
quantidade de barris de óleo equivalente diariamente (boe/d) passou de
7.305 boe/d para 20.424 boe/d, de acordo com dados de boletins da ANP.
No
período áureo da extração de petróleo no Rio Grande do Norte, em
dezembro de 2012, o estado era responsável por 70.602 boe/d. Ano a ano
foi caindo, até chegar a 40.723 mil barris ao dia em dezembro de 2019,
quando as empresas privadas começaram a atuar em solo potiguar.
Até
maio deste ano, desde que operadoras independentes de petróleo chegaram
ao Rio Grande do Norte, R$ 1,5 bilhão já foram investidos na
recuperação dos poços de produção. A informação foi dada, à época, por
Anabal Santos Júnior, secretário-executivo da Associação Brasileira dos
Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP).
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