sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Caso Evanekelly: "Ela disse que estava fugindo porque queriam pegar as crianças dela", diz moradora que ajudou família

Uma mulher que ajudou Evanekelly Francisca e os três filhos pequenos que desapareceram em Lagoa Salgada no ano passado, falou, com exclusividade com a equipe de reportagem do Balanço Geral nesta quinta-feira (9).

De acordo com Célia Medeiros, Evanekelly e os filhos chegaram na casa dela pouco antes das 9h da manhã. Evanekelly teria se identificado como sendo pregadora no Cajueiro, zona rural de Lagoa Salgada - comunidade onde morava - e dito que estava fugindo porque queriam pegar as crianças dela.

Dona Célia então teria pedido para a filha, uma adolescente de 15 aos, levar a mulher e os três filhos pequenos, em uma motocicleta, até a margem de um rio, também na comunidade Cajueiro, para que a família atravessasse o rio e chegasse ao centro da cidade.

Ainda de acordo com a dona da casa, enquanto a família aguardava a adolescente, as crianças ficaram brincando no alpendre da casa dela. O garotinho de sete anos, segundo dona Célia era o mais agitado e corria de um lado para o outro. Célia disse ainda que as crianças estavam descalças e que pouco antes de deixar a residência, Evanekelly pediu oração.

"Ela olhou pra mim e pediu para rezar para ela chegar bem na casa da mãe dela. Eu não sabia que ela era mulher de um policial militar", disse Célia. 

De acordo com a adolescente, ao ser deixada na margem do rio, a mulher e os três filhos foram para baixo das copas de algumas árvores. Essa foi última vez que a família foi vista com vida. 

Quase seis meses se passaram até quatro ossadas terem sido localizadas em uma área de mata, bem próximo de onde a família esteve quando foi deixada pela adolescente. Célia conta que a menor chora constantemente e não consegui dormir depois que soube que a familia está morta. 

O que aconteceu com Evanekelly Francisca da Rocha, de 37 anos, o filho José de 7, Evany de 4 e Eloise de 3 aninhos ainda é um mistério para a policia. No entanto a médica legista do Instituto Técnico Científico de Perícia que está à frente do caso, explica que, por enquanto não foram encontradas marcas de violência nas ossadas, principalmente nos quatro crânios que já foram analisados.  

Segundo a polícia, Evanekelly deixou  a casa onde morava com o companheiro, um policial militar no dia 29 de agosto à noite, levando os três filhos. De acordo com as investigações, ainda não se sabe onde a mãe e as criancas dormiram. Só no dia seguinte, antes de chegar na residência da Célia, a mulher teria pedido ajuda para um homem que iria demorar 40 minutos para sair do Cajueiro e ir até a cidade, o que fez Evanekelly desistir de esperar. 

As investigações mostraram também que a mulher era constantemente agredida pelo marido policial e tinha uma medida protetiva contra ele. De acordo com o Instituto Técnico-Científico de Perícia (ITEP), o resultado dos testes que comprovam que as ossadas são mesmo da família pode demorar cerca de 60 dias. 

 

Portal da Tropical

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