segunda-feira, 4 de março de 2024

Buscas por fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró entram no 20° dia

 Operação fez cerco em área de plantação na zona rural de Baraúna para recapturar fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró. Cachorros seguiram rastros e deram indicativos de que presos poderiam estar na área — Foto: Ayrton Freire/Inter TV Cabugi

A força-tarefa entra nesta segunda-feira (4) no 20º dia de buscas pelos detentos Deibson Nascimento e Rogério Mendonça, que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró no dia 14 de fevereiro. Foi a primeira fuga registrada na história do sistema prisional federal, criado em 2006.

As buscas permanecem concentradas, desde o primeiro dia, nas áreas rurais das cidades de Mossoró e Baraúna, que faz divisa com o Ceará. Os municípios são ligados pela RN-015, onde fica o presídio.

A operação para recaptura envolve mais de 600 agentes de segurança, que atuam de forma integrada. São policiais federais, rodoviários federais, militares e civis, além da Força Nacional. 

A equipe deve ganhar um reforço na terça-feira (5), data prevista para a chegada de um cão farejador da Polícia Penal do Mato Grosso, que é treinado para buscas em matas. Dois agentes chegam junto com o animal.

"São policiais penais do setor de operações especializadas do sistema penitenciário. Eles têm treinamento específico como rastreadores e batedores, então acho que vai contribuir muito com a Força Nacional de segurança na busca dos fugitivos", explicou o secretário adjunto de Administração Penitenciária do Mato Grosso, Jean Gonçalves.

O pedido feito pelo Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) é para que o cão permaneça pelo período de 10 dias nas buscas. Outros cães farejadores estão sendo utilizados nas buscas durante esses 20 dias, além de drones com sensores térmicos, helicópteros e outros aparelhos tecnológicos sofisticados.

Medo muda rotina de moradores da zona rural

As pistas deixadas pelos fugitivos e confirmadas pela força-tarefa foram todas na zona rural das cidades de Mossoró e Baraúna (veja mais abaixo a cronologia).

A crença da força-tarefa de que os foragidos permaneçam escondidos na zona rural da região tem mudado a rotina dos moradores e trabalhadores das comunidades e assentamentos. Boa parte deles são agricultores.

"Na 'boquinha' da noite todo mundo fecha as portas com medo deles aparecerem e fazerem alguma coisa com a pessoa", relatou o agricultor José Nascimento, que mora na zona rural de Mossoró.

"De certa forma, a gente fica no meio do perigo. A gente teme, porque a nossa rotina não fica a mesma. A gente fica apreensivo. Nunca passamos por isso aqui, muita polícia procurando, fazendo cerco, o trabalho deles", disse o agricultor Antoniel Morais.

As outras pistas deixadas ao longo dos dias de buscas foram a invasão a duas casas e a descoberta de uma chácara usada pelos criminosos como esconderijo - o dono do local foi preso suspeito de auxiliar na fuga.

A procura é dificultada pelo território onde a polícia acredita que estão os foragidos, já que o trecho tem mata fechada, cavernas e animais peçonhentos.

A Polícia Federal anunciou uma recompensa de até R$ 30 mil para quem tiver informações sobre o paradeiro dos fugitivos. Os canais para dar informações são:

  • ligar para o Disque-Denúncia, através do telefone 181;
  • entrar em contato pelo WhatsApp através do número (84) 98132-6057;
  • enviar e-mail para disquedenuncia181@defesasocial.rn.gov.br;
  • acessar o app Segurança Cidadã, do governo do RN. 

 

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