A notícia da morte da paratleta Joana Neves provocou uma verdadeira comoção no meio esportivo potiguar e do Brasil. O falecimento ocorreu na cidade de São Paulo, onde ela se encontrava para realizar uma série de exames atrás de um diagnóstico de um problema de saúde que vinha apresentando desde 2022. Joana vinha sofrendo um quadro de convulsão, que não apresentava motivos aparentes em nenhum exame realizado pelos especialistas, segundo o diretor médico do Comitê Paralímpico Brasileiro, Roberto Vital.
O falecimento foi registrado em um hospital da capital paulista,
após a atleta se sentir mal no Centro de Treinamento Paralímpico, e
sofrer uma parada cardiorrespiratória.
“Desde de 2022 a Joana neves vinha apresentando esse quadro de
convulsões. Ela passou por todos especialistas, fez vários exames e
nenhum deles apontou nada de anormal. Mas ainda assim, por questões de
prevenção, os médicos afastaram a atleta dos treinamentos. Essa viagem
dela para São Paulo ocorreu justamente por orientação dos médicos de
Natal, para que ela fosse submetida a outros tipos de exames mais
específicos na finalidade de se montar um diagnóstico e saber se ela
poderia voltar a competir”, informou o Roberto Vital.
Como durante o período de investigação da patologia ela vinha
apresentando um quadro de muita ansiedade, ainda em Natal, foram
receitados alguns medicamentos e, no início, a paratleta até respondeu
bem ao tratamento, diminuindo os registros de convulsões, mas o problema
retornou e neste mês foi definida a viagem para São Paulo.
Mesmo sendo destaque permanente na equipe brasileira, conquistando
medalhas nas últimas três Paralimpíadas (Londres, Rio e Tóquio), devido
aos problemas de saúde a nadadora potiguar não participou do Parapan de
2023, realizado em Santiago, no Chile e de onde o Brasil retornou com um
recorde no quadro de medalhas, conquistando 343 medalhas no total, com
156 ouros, 98 pratas e 89 bronzes. A segunda colocação ficou com os EUA
(55 ouros, 58 pratas e 53 bronzes).
No último Mundial que disputou, em 2022, conquistou quatro medalhas e
quebrou dois recordes. Na carreira, ao todo, foram 15 pódios em
Mundiais, entre 2013 e 2022. Em 2020, Joana Maria Jaciara da Silva Neves
Euzébio foi eleita Melhor Nadadora Paralímpica do Brasil no Troféu Best
Swimming. Ao longo da carreira, disputou três paralimpíadas, nas quais
conquistou cinco medalhas.
A Sadef, clube onde começou a carreira e que representava atualmente,
decretou luto oficial pela perda não apenas da atleta, mas também
daquela amiga que sempre tinha uma palavra de incentivo a dar aos
companheiros.
“Das nossas grandes estrelas, Joana Neves foi a única que decidiu
permanecer treinando no Rio Grande do Norte. Ela era uma pessoa
sensacional, muito amiga de todos e lamento muito que tenha partido tão
cedo”, frisou o médico Roberto Vital, que acompanhava a paratleta desde
suas primeiras braçadas nas piscinas potiguares. Joaninha, como também
era chamada, nasceu em Natal com acondrosplasia, condição que afeta o
crescimento dos ossos. Começou a nadar por recomendação médica, gostou
do esporte e acabou virando uma das principais representantes do Brasil
nas piscinas.
Todos que tiveram a honra de desfrutar da companhia de Joana Neves lamentaram o ocorrido e deixaram suas mensagens, como Rildene Fonseca, que também integrou o selecionado nacional em diversas competições.
“Uma
mulher guerreira, uma mulher que soube realmente conquistar o seu
espaço como paratleta, ela representou a SADEF, representou o Estado e
representou o Brasil, de forma brilhante em todas as suas conquistas e
suas medalhas. Uma mulher que trouxe alegria aos ambientes de treinos e
competições, um peixinho. Joana Neves, que o Senhor possa confortar toda
a família e os amigos que hoje se encontram em estado de profunda
tristeza com esse acontecimento trágico. Amanhecemos o dia com essa
triste notícia. Mas temos que guardar essa alegria que Joana nos deu,
essa felicidade de viver. Ela viveu todos os momentos intensamente. Que o
Senhor nos conforte neste momento de saudade”, disse.
Dário Gomes, presidente da Sadef, ressaltou que a segunda-feira, dia
18 de março de 2024, foi de muita tristeza com a notícia da perda da
atleta Joana Mendes, a Peixinha.
“A Sadef, todos os atletas, a família da Sociedade Amigos dos
Deficientes Físicos, está triste e de coração partido, mas a nossa
Peixinha vai ficar viva na nossa lembrança. Quero aqui pedir paz, pedir
que Deus conforte os corações de toda a família e que Joana Neves seja
lembrada sempre com alegria, como um Peixinha nadando”, destacou Dário
Gomes.
O velório está previsto para começar por volta das 20h desta terça-feira (19), no Centro de Velório da Avenida São José, e deve se estender por toda a noite e madrugada. Na manhã da quarta-feira (20), às 8h30, o corpo de Joana Neves seguirá em carro aberto do Corpo de Bombeiros para o sepultamento no cemitério do Bom Pastor 2, zona Oeste de Natal.
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