A mídia iraniana confirmou a morte do presidente do Irã, Ebrahim Raisi, de 63 anos, e do ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir Abdollahian, após um acidente de helicóptero na província montanhosa do Azerbaijão Oriental.
A mídia estatal iraniana Press TV e as agências de notícias semioficiais Tasnim e Mehr relataram que todos os que estavam a bordo foram mortos.
Estavam na aeronave também o governador da província do Azerbaijão Oriental, Malek Rahmati; o condutor da oração de sexta-feira de Tabriz, Imam Mohammad Ali Alehashem; bem como comandante, copiloto, chefe de tripulação, chefe de segurança e outro guarda-costas.
Populista ultraconservador Ibrahim Raisi tinha 63 anos. Ele nasceu em novembro de 1960, na cidade sagrada xiita de Mashhad, no nordeste do país. Raisi fez carreira no Judiciário em cargos de procurador-geral entre 2014 e 2016, vice-chefe de Justiça de 2004 a 2014 e promotor e procurador adjunto de Teerã nas décadas de 1980 e 1990.
Ele chegou à presidência em 2021, após vencer em 1º turno. Durante a campanha, levantava bandeiras anticorrupção e em defesa dos pobres. A votação foi marcada por uma abstenção recorde em eleições presidenciais e com a ausência de um opositor forte. Raisi recebeu 62% dos votos, que correspondem a cerca de 17,8 milhões de eleitores.
Iraniano havia substituído o moderado Hasan Rohani. A principal conquista de Rohani em seus dois mandatos foi o acordo nuclear de 2015 entre o Irã e seis potências ocidentais. Rouhani ganhou de Raisi nas eleições presidenciais de 2017 e, após dois mandatos consecutivos, não pôde concorrer novamente.
Raisi era criticado por suposta violação dos direitos humanos. Quando ainda era juiz, ele teria influído na decisão de matar, sem julgamento, 3.000 dissidentes do regime iraniano em 1988. Raisi estava na lista de líderes iranianos que os Estados Unidos sancionaram por "cumplicidade" em "graves violações dos direitos humanos" — o que Teerã nega.
Morte do presidente pode gerar disputa interna pelo poder. Segundo Uriã Fancelli, mestre em Relações Internacionais, essa briga dificilmente envolveria, de fato, uma oposição — que cada vez mais tem encontrado dificuldade para se candidatar e se eleger. "São grupos perseguidos e desqualificados pelo Conselho Guardião, que aprova ou barra os candidatos para as eleições, incluindo a presidência", explicou ao UOL.
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