Humor, Forró e Poesia é o terceiro disco lançado pelo Coroné Cafuçú
Foto :Fábio Cortez/DN/D.A Press Raimundo Ferreira Campos alcançou a
patente de coroné após anos de combate nas trincheiras da poesia matuta.
Não é militar, mas militante. Um soldado da arte popular mais genuína;
das manias do sertão; dos costumes do caboclo, do vaqueiro. É o que se
vê no CD Humor, Forró e Poesia, que tenta divulgar em Natal. E se faz
numeroso como uma tropa de elite na divulgação dessa cultura popular no
programa independente de grande audiência na rádio AM (1360) de Currais
Novos, ou na TV, Canal 40, com o programa Vivência Sertaneja.
Como todo artista popular, Raimundo é autodidata. Sua escola foi a
roça, os cenários rústicos de pedras e plantações do município de Luís
Gomes, no Oeste potiguar. Na agricultura plantava sonhos de artista
desde menino besta. E os frutos só colheu aos 20 anos, quando arrendou
um programa no rádio de Currais Novos. “Peitei mesmo o dono com essa
cara de rapariga que eu tenho e disse que queria um programa. Em três
anos eu era diretor da Rádio Ouro Branco, a mais ouvida da cidade”, se
orgulha.
E o orgulho vai além: “Nos meus programas ensino o ouvinte ou o
telespectador a aplaudir a verdadeira cultura; a cultura que deveria ser
encarada com seriedade”. E na contramão da mídia de massa e suas
ofertas de entretenimento consumido como comida: esquecido, e
substituído por um novo prato, Coroné Cafuçú – personagem criado em 1984
– inicia o dia na rádio às 5h25 com um café da manhã que alimenta a
alma sertaneja ou os apreciadores da cultura popular e do forró
pé-de-serra.
O Coroné também apresenta sua poesia matuta recheada de repentes,
causos, tiradas humorísticas e ironias contra os mandos e desmandos
políticos em eventos pelo interior potiguar e outros chãos do Nordeste.
Já são três CD’s lançados. No primeiro já foi convidado a apresentar
seus poemas em vários veículos da imprensa nordestina. Os poemas “Zé
Brocoió”, que aborda o dia-dia do homem matuto; “Me enganei na eleição”,
uma crítica política com muito humor; e “Com medo de Lampião”, foram os
mais destacados.
Após
o sucesso deste, logo em seguida veio o segundo CD, com poemas novos e
um teor ainda mais descontraído, consagrando o sucesso do personagem.
Poemas como: “Casamento de Chica”, “Nas unhas do delegado”, “Com medo de
Zé Lotero”, todos com uma trilha sonora bem selecionada e adequada ao
estilo nordestino, repetiram o grande sucesso do primeiro CD.
Em 2010, Coroné Cafuçú inovou e uniu as belezas das suas poesias à
música no terceiro CD, intitulado “Humor, Forró e Poesia”. Foi a união
da poesia matuta à sofisticação musical. Nos arranjos e parcerias
musicais Raimundo recebeu o talento do violonista, compositor e saudoso
Tico da Costa, e de um dos mais conhecidos maestros do Rio Grande do
Norte, Bembém Dantas. E a tropa reunida fez de Forró do Coroné e das
poesias Uma prece para São José, Cacimba Doce e Meu Juazeiro, sucessos
no interior.
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