cézar alvesProjeto nasceu na Faculdade de Medicina da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte
A ideia a partir da experiência embrionária em Mossoró, começa a se expandir para toda a Região Oeste. Amanhã, (sexta-feira), o Doe Vida vai ser realizado pela primeira vez na cidade de Areia Branca, com a participação de toda a equipe envolvida no trabalho. Serão atividades que vão durar todo o dia, envolvendo a comunidade e postos de saúde.
Elizabeth Carrillo estuda a implantação de uma disciplina de Doação de Órgãos na grade curricular das escolas públicas e privadas do País, com alunos a partir dos 10 anos, já que no próprio Sistema de Ensino se estuda a disciplina de Ciências e Biologia onde é abordado o corpo humano. Assim, as crianças já cresceriam com uma consciência mais qualificada para o assunto.
Para atender a esse objetivo, já estão sendo realizadas palestras abordando todos os aspectos que envolvem a doação de um órgão, desde os exames preliminares, a constatação da morte encefálica até para onde e para quem está sendo destinado. Tornar a informação o mais claro possível ajuda no discernimento da família em tomar a decisão de doar. Hoje, no Brasil, para ser doador não é necessário deixar nada por escrito, em nenhum documento. Basta comunicar sua família do desejo da doação. A doação de órgãos só acontece depois da autorização do familiar.
Profissionais de saúde e alunos de medicina participam do projeto dividindo-se em várias equipes de trabalho. Numa primeira etapa foram realizadas palestras dirigidas aos trabalhadores da saúde, nos hospitais, clínicas, casas e 44 unidades de saúde. A segunda, que abrange os meses de maio, junho, julho e agosto, está sendo dirigida aos alunos professores e seus familiares nos colégios e universidades. Numa terceira etapa, nos meses de setembro, outubro e novembro, serão realizadas palestras conduzidas a comunidades em geral incluindo representantes de todas as religiões, empresas publicas e privadas. Também estão incluídos no projeto, componentes do clube pré/pós transplante e seus familiares. Antes das palestras uma prova escrita é realizada com os participantes e corrigida no mesmo instante. Isso leva a ter uma maior perspectiva de que dúvidas são mais freqüentes.
Após o termino, outra prova escrita é realizada e a aceitação em doar órgãos começa a ficar visível naqueles que participaram do encontro, 97% aprovam o procedimento. O objetivo começa a ser atingido, já que esse público vai se tornar multiplicador dentro da sociedade, incentivando a prática podendo aumentar o número de doações na região e em todo o Estado.
Doações começam ser aceitas
Os dados mais recentes da Central de Transplantes colocam o Estado em primeiro lugar no Nordeste e em terceiro em todo o Brasil nos índices de captação, só perdendo para Santa Catarina e São Paulo. Nos três primeiro meses de 2011, foram realizadas 28 captações, sendo 16 de córneas e 12 multiorgânica, quando são retirados vários órgãos de uma só vez, nove fígados foram captados, mas enviados para outros estados dos país. O mês de fevereiro registrou recorde em captação, foram 6 multiorgânicas, mais de uma por semana. A expectativa da Secretaria de Estado da Saúde Pública é zerar a fila de transplantes de córneas até o final do ano.
Todos os hospitais que tenham leitos para SUS aqui no Estado estão aptos a realizar as captações. Um momento ímpar para o Estado foi à captação realizada pela primeira vez em Mossoró, podendo tornar o município também pólo de transplantes, já que somente em Natal era possível fazer tal procedimento.
Visando esse potencial, o Hospital Albert Einstein - centro de referência em medicina no Brasil - convidou 20 profissionais de Natal, entre médicos e enfermeiros, a participarem de um treinamento em São Paulo, na sede da instituição. A capacitação aconteceu em maio sem nenhum ônus para o Governo do Estado. E como a expectativa é que o número de transplantes aumente a partir da implantação desse novo pólo em Mossoró, uma equipe do Hospital Tarcísio Maia deve participar da mesma capacitação já no segundo semestre deste ano.
A Espanha é desde muito tempo o país referência em captação de órgãos no mundo, sendo detentores dos melhores indicadores na área. Capacitam o mundo todo neste tema e concentram esforços naqueles locais de maior potencial para obtenção de órgãos. No Brasil, firmou convênio apenas com 5 estados de maior comprometimento, potencial e obtenção de resultados nos últimos meses. O RN está entre os cinco, juntamente com SC, SP, CE e BA. Várias visitas ao Estado estão sendo agendadas para realização de cursos e capacitação desses colaboradores.
TN
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