terça-feira, 11 de junho de 2013

PMDB reforça aliança com Governo e Rosalba inicia ataques à oposição

Por: Alex Viana
Henrique Alves e José Agripino acertaram o discurso e têm confirmado a união pela reeleição de Rosalba. Foto: Divulgação
Henrique Alves e José Agripino acertaram o discurso e têm confirmado a união pela reeleição de Rosalba. Foto: DivulgaçãoNos últimos dias, declarações de lideranças políticas potiguares apontaram para a uma quase definição do cenário eleitoral de 2014. Na última sexta-feira, o presidente do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves, declarou que só irá se posicionar para as próximas eleições no ano que vem. A posição do líder peemedebista foi reforçada no dia seguinte, pelo ministro da Previdência, Garibaldi Filho (PMDB).
Ambas as declarações reforçaram a tese de manutenção da aliança entre o PMDB e o DEM, na medida em que enfraqueceram a possibilidade de rompimento entre as duas legendas, como aguardado por setores da oposição, a exemplo do que é liderado pela deputada federal Fátima Bezerra (PT), pré-candidata ao Senado.
Fátima tem criticado a aliança entre o PMDB e o DEM no Rio Grande do Norte na esperança de repetição, no Estado, da aliança entre petistas e peemedebistas, como ocorre nacionalmente. Em tese, a aliança entre o PT e o PMDB resultaria numa chapa em que o PMDB lançaria candidato a governador e o PT, ao Senado.
As declarações de Henrique e Garibaldi também guardaram sintonia com as recentes declarações da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) que, pela primeira vez, estipulou, em entrevista recente a uma emissora de rádio, repercutida em O Jornal de Hoje, prazo para falar sobre a sua sucessão: após a Copa do Mundo de 2014, em junho do ano que vem. Em tese isso significa que só nas convenções partidárias Rosalba definirá se será candidata à reeleição ou não.
Porém, a governadora já teria se decidido pela tentativa de reeleição, mesmo enfrentando um quadro desfavorável hoje segundo as pesquisas. Entre as estratégias do governo para tentar viabilizar a reeleição de Rosalba estaria, inclusive, uma aproximação entre Rosalba e a presidente da República, Dilma Rousseff, promovida pelo presidente da Câmara, Henrique Alves.
Para aproximar Rosalba de Dilma, Henrique estaria utilizado de estratégias como declarações da governadora em jornais, afirmando que admira o governo “republicano” da presidente Dilma Rousseff, além de críticas da democrata ao próprio partido – o DEM – juntamente com e a disseminação de informações que dariam conta de que o presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia, estaria furioso com as declarações de Rosalba.
Nota veiculada na coluna Notas e Comentários da Tribuna do Norte, neste final de semana, informa que Agripino estaria “irritado” com o noticiário de Rosalba pró-Dilma. Sob o título “Irritação no DEM”, o texto, veiculado no jornal de propriedade de Henrique Alves, informa: “Quem esteve recentemente com o senador José Agripino, presidente nacional e estadual do DEM, constatou que é visível a irritação com o noticiário sobre uma possível saída da governadora Rosalba Ciarlini do partido. Também estaria nitidamente insatisfeito com a iniciativa do deputado federal Betinho Rosado de pedir, à Justiça Eleitoral, reconhecimento de justa causa para deixar a legenda”.
Agripino, porém, esteve com Henrique e Rosalba neste domingo e, pelas fotos que ilustram esta matéria, não aparentava irritação.
ATAQUES
A governadora Rosalba Ciarlini, por seu vez, mudou o comportamento, deixando de ser alvo de pancadas para, pela primeira vez, atacar, diretamente, embora sem citar nomes, a oposição. “Os adversários estão muito mais preocupados do que nós aqui na base. Acho que é porque eles estão desocupados, não têm o que fazer, não têm ação para mostrar”, declarou.
Questionada sobre a quem dirigia as declarações, a governadora evitou falar em nomes, mas foi firme no comentário: “Não estão preocupados, falta espírito público de ajudar, realmente, ao Estado. Tem gente que não possui espírito público, não está pensando grande no Rio Grande do Norte e só pensa nas suas questões pessoais”, disse Rosalba.
OPOSIÇÃO
Procurados esta manhã para se pronunciar, os líderes oposicionistas preferiram silenciar. A deputada federal Fátima Bezerra (PT) não atendeu nem retornou às ligações. A ex-governadora e atual vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria (PSB), também preferiu o silêncio. O vice-governador Robinson Faria, presidente do PSD, não foi localizado pela reportagem. O único que falou foi o deputado estadual Fernando Mineiro (PT).
Na avaliação do deputado do PT, a aliança entre o PMDB e DEM para as eleições 2014 no Rio Grande do Norte não são nenhuma surpresa. Por isso, ele não se surpreendeu com as declarações de Henrique e Garibaldi, apontando a definição do PMDB apenas em 2014. “Sou daqueles que não tem nenhuma surpresa com esta declaração. Porque o PMDB faz parte do projeto do governo Rosalba, é corresponsável pelo governo”, declara.
Diferente de Fátima, Mineiro defende que a oposição não espere pelo PMDB, mas, antes, defina um projeto político administrativo para o Estado e, em seguida, forme seu palanque para 2014. “Eu sou defensor de que se construa um projeto alternativo à situação para o ano que vem. O que não quer dizer que tem que se definir nomes agora. Temos que discutir com a sociedade, com os trabalhadores, com os empresários, que são os interessados, qual o projeto que nós queremos para o desenvolvimento, modernização e democratização do Estado”, disse, informando que o PT está fazendo a sua parte, tendo se reunido nos últimos dias em Mossoró e já com encontro agendado para Caicó.
“Temos que trabalhar. O PT começou a trabalhar em todo o estado, fizemos em Mossoró. Porque a situação está com o bloco deles forte e trabalhando. Estão muito unidos. O principal é o projeto que queremos para o Estado e que cada partido irá discutir qual melhor. Defendo que o caminho é ter chapa de oposição ao situacionismo. Mas é construção, não é por decreto. Vamos construir. Nós temos que buscar, mas temos que dialogar com a sociedade para dizer o que a gente quer”, acrescentou.
Até o final do ano, segundo Mineiro, cada partido fará seus debates, suas discussões, visando construir seus projetos para o Estado. “Acho equivocado ficar esperando para começar um debate sobre alternativas. Se lá na frente outros partidos irão se somar neste caminho, ótimo. Vamos trabalhar”, concluiu.

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