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O Ministério Público Estadual decidiu abrir investigação
contra a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) sobre a denúncia do uso
irregular de recursos que deveriam ser destinados para a educação
pública do Rio Grande do Norte. A portaria, assinada pelo procurador
geral de Justiça, Rinaldo Reis, foi publicada hoje pelo Diário Oficial
do Estado.
O inquérito civil é fruto de uma representação enviada ao órgão pelo
deputado estadual Fernando Mineiro (PT). O parlamentar acusa o governo
de não investir os 25% dos recursos orçamentários na educação, como é
obrigado por lei. Pior, o petista afirma ainda que a administração
estadual estaria “maquiando os dados”, para afirmar que estaria dentro
da legalidade. Segundo o petista, os recursos supostamente retirados do
setor ultrapassariam impressionantes R$ 165,4 milhões.
De acordo com o Diário Oficial, o processo vai “apurar a
responsabilidade da governadora, diante de possível ato configurador de
improbidade administrativa”. Entre as primeiras providências, o
procurador geral de Justiça pede que seja solicitado a secretária
estadual de Educação, Betânia Ramalho, os motivos que levaram a pasta a
custear o pagamento de despesas de previdência básica com recursos da
própria Secretaria e do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica), nos anos de 2010, 2011 e 2012, discriminando as
despesas conforme a receita empregada.
A mesma informação é pedida ao Instituto de Previdência do Estado
(Ipern), “especialmente esclarecendo porquê existe uma folha de despesas
de previdência básica sendo custeada com recursos da Educação”. Já a
governadora Rosalba Ciarlini tem um prazo de dez dias úteis para se
manifestar sobre o teor da representação.
O inquérito requisita ainda ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) o
envio das análises e informações da Diretoria de Controle Externo em
relação ao cumprimento do percentual mínimo de gastos com educação pelo
RN, nos anos em questão, com destaque para o fato da verba antes
endereçada a Educação estar sendo utilizada para outro fim.
Além da denúncia, o deputado Fernando Mineiro encaminhou para o órgão
o relatório anual das contas do governo do Estado, elaborado pelo TCE. O
documento, sob relatoria do conselheiro Renato Dias, aponta que o
percentual mínimo de despesas com a educação “somente foi alcançado com a
inclusão indevida, nos anos de 2011 e 2012, de despesas com inativos e
pensionistas arrolados em rubrica de Previdência Básica.
O procurador enfatiza ainda que já há uma ação protocolada pela 78ª
Promotoria de Justiça da Educação de Natal, em desfavor do Estado. O
processo pede o fim do pagamento de inativos com recursos da Educação,
fato já identificado em 2010, onde os recursos gastos a título de
previdência foram “custeados indevidamente pelo Fundeb”.
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