Líderes assinam nota ressaltando que não se deve alertar apenas para a questão econômica, mas também a social
Ciro Marques Repórter de Política
“Todo cidadão tem direito a ser governado e representado por agentes
políticos probos, íntegros e honrados”. Foi isso que ressaltou os
líderes da Igreja Católica, dentre eles, o Arcebispo de Natal, Dom Jaime
Vieira Rocha, em artigo enviado para a imprensa potiguar nesta
terça-feira. No texto, destaque também para a defesa feita pelos
religiosos dos partidos políticos e do pedido de melhorias nas áreas
sociais e não apenas no desenvolvimento econômico.
“Lembramo-nos que o ato de votar não encerra a nossa participação
cidadã, mas requer ainda mais uma participação de todos na construção de
um modelo de Estado republicano, fundado sob a cidadania, centrado na
pessoa e na dignidade humana, onde a tônica principal do desenvolvimento
não seja apenas o mercado e o lucro mas, acima de tudo, a comunidade
dos cidadãos”, ressaltou o artigo católico.
Apesar de não ser o único fator, o voto é sim importante, conforme a
própria Igreja apontou no artigo e, por isso, é necessária a análise
cuidadosa antes de confirmar na urna eletrônica suas escolhas. “Torna-se
indispensável analisar programas e propostas das coligações partidárias
e ponderar elementos, especialmente aqueles de inegociável
sensibilidade social, num momento em que o pobre e o excluído precisam
ter prioridade de tratamento e destinações. Não se pode dispensar o
compromisso dos que têm competência para gerar e garantir dinâmicas de
crescimento econômico e a consequente inclusão social, alargando as
conquistas sociais nas áreas da saúde, educação, assistência social, da
agricultura familiar e convivência com o semiárido”, afirmou.
“Já não é possível se deixar levar por apelos emotivos e falsas
promessas dos candidatos que preferem enganar o eleitor a se comprometer
com os graves problemas que a maioria dos brasileiros, no momento, se
encontra submergida. Basta lembrar como anda a saúde, a educação, a
segurança pública e a situação hídrica que lhe aflige no município em
que cada um reside”, acrescentou o texto assinado pelas lideranças
católicas – além do Arcebispo de Natal, assinaram também o Bispo de
Mossoró, Dom Mariano Manzana, e o Bispo de Caicó, Dom Antônio Carlos
Cruz Santos.
“Temos convicção de que atentos e fiéis aos valores que emanam do
Evangelho, cada eleitor poderá agir e decidir, fazendo escolhas capazes
de gerar novos rumos no mundo da política brasileira. Há um momento
primeiro que não pode ficar fora da pauta do cidadão que se orienta pela
indissociável relação entre fé e vida”, afirmaram.
PARTIDOS POLÍTICOS
É interessante que, além disso, os religiosos também defenderam os
partidos políticos. A declaração atinge diretamente aqueles que reclamam
das siglas como os locais da corrupção, colocando todos os filiados
como corruptos.
“Os partidos políticos, assim como as organizações da sociedade civil
são indispensáveis à democracia. São as artérias pelas quais a
cidadania constrói, oxigena e aperfeiçoa a democracia. Criminalizar os
partidos políticos e as organizações da sociedade civil porque seus
membros falham, é criminalizar o exercício da cidadania e, por
consequência, mutilar a própria democracia. Deve-se punir, sim, aqueles
indivíduos que se utilizando das instituições cometem crimes contra a
democracia e as conquistas políticas, sociais, econômicas, dentre
outras, da cidadania”, afirmaram os religiosos.
“Cada um é convidado a compreender a política, conforme ensina o Papa
Francisco, como uma das formas mais altas de caridade, porque busca o
bem comum. Essa é mais uma oportunidade de aperfeiçoar a democracia a
partir de reflexões, reuniões, voto consciente contra a corrupção e a
favor da honestidade”, acrescentaram.
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