quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Igreja Católica pede que eleitor escolha políticos “probos, íntegros e honrados”


Líderes assinam nota ressaltando que não se deve alertar apenas para a questão econômica, mas também a social

Ciro Marques Repórter de Política
Dom-Jaime-Vieira-Rocha-WR-(11)“Todo cidadão tem direito a ser governado e representado por agentes políticos probos, íntegros e honrados”. Foi isso que ressaltou os líderes da Igreja Católica, dentre eles, o Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, em artigo enviado para a imprensa potiguar nesta terça-feira. No texto, destaque também para a defesa feita pelos religiosos dos partidos políticos e do pedido de melhorias nas áreas sociais e não apenas no desenvolvimento econômico.
“Lembramo-nos que o ato de votar não encerra a nossa participação cidadã, mas requer ainda mais uma participação de todos na construção de um modelo de Estado republicano, fundado sob a cidadania, centrado na pessoa e na dignidade humana, onde a tônica principal do desenvolvimento não seja apenas o mercado e o lucro mas, acima de tudo, a comunidade dos cidadãos”, ressaltou o artigo católico.
Apesar de não ser o único fator, o voto é sim importante, conforme a própria Igreja apontou no artigo e, por isso, é necessária a análise cuidadosa antes de confirmar na urna eletrônica suas escolhas. “Torna-se indispensável analisar programas e propostas das coligações partidárias e ponderar elementos, especialmente aqueles de inegociável sensibilidade social, num momento em que o pobre e o excluído precisam ter prioridade de tratamento e destinações. Não se pode dispensar o compromisso dos que têm competência para gerar e garantir dinâmicas de crescimento econômico e a consequente inclusão social, alargando as conquistas sociais nas áreas da saúde, educação, assistência social, da agricultura familiar e convivência com o semiárido”, afirmou.
“Já não é possível se deixar levar por apelos emotivos e falsas promessas dos candidatos que preferem enganar o eleitor a se comprometer com os graves problemas que a maioria dos brasileiros, no momento, se encontra submergida. Basta lembrar como anda a saúde, a educação, a segurança pública e a situação hídrica que lhe aflige no município em que cada um reside”, acrescentou o texto assinado pelas lideranças católicas – além do Arcebispo de Natal, assinaram também o Bispo de Mossoró, Dom Mariano Manzana, e o Bispo de Caicó, Dom Antônio Carlos Cruz Santos.
“Temos convicção de que atentos e fiéis aos valores que emanam do Evangelho, cada eleitor poderá agir e decidir, fazendo escolhas capazes de gerar novos rumos no mundo da política brasileira. Há um momento primeiro que não pode ficar fora da pauta do cidadão que se orienta pela indissociável relação entre fé e vida”, afirmaram.
PARTIDOS POLÍTICOS
É interessante que, além disso, os religiosos também defenderam os partidos políticos. A declaração atinge diretamente aqueles que reclamam das siglas como os locais da corrupção, colocando todos os filiados como corruptos.
“Os partidos políticos, assim como as organizações da sociedade civil são indispensáveis à democracia. São as artérias pelas quais a cidadania constrói, oxigena e aperfeiçoa a democracia. Criminalizar os partidos políticos e as organizações da sociedade civil porque seus membros falham, é criminalizar o exercício da cidadania e, por consequência, mutilar a própria democracia. Deve-se punir, sim, aqueles indivíduos que se utilizando das instituições cometem crimes contra a democracia e as conquistas políticas, sociais, econômicas, dentre outras, da cidadania”, afirmaram os religiosos.
“Cada um é convidado a compreender a política, conforme ensina o Papa Francisco, como uma das formas mais altas de caridade, porque busca o bem comum. Essa é mais uma oportunidade de aperfeiçoar a democracia a partir de reflexões, reuniões, voto consciente contra a corrupção e a favor da honestidade”, acrescentaram.

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