Na última quinta-feira (4), a espaçonave israelense Beresheet concluiu
com sucesso a manobra que a colocou em órbita da Lua. O sucesso deixa a
missão muito próxima de se concretizar como a primeira daquele país - e a
primeira no mundo todo a ser promovida pela iniciativa privada - a
pousar em nosso satélite natural.
Desenvolvida pela organização não governamental SpaceIL, a Beresheet
tinha por objetivo disputar o Prêmio X Lunar Google, competição que
terminou sem vencedores no começo do ano passado. O projeto prosseguiu
mesmo assim e partiu da Terra em 21 de fevereiro deste ano, embarcado
num foguete Falcon 9 da empresa americana SpaceX.
O pequeno módulo
de pouso que, descontado o combustível, tem apenas 180 kg custou cerca
de US$ 100 milhões, recolhidos por meio de doações. De início, ele foi
colocado numa órbita alongada ao redor da Terra e, com seus próprios
propulsores, foi paulatinamente ampliando as voltas em torno do planeta,
até atingir uma trajetória com apogeu de 400 mil km no dia 20 de março.
Com isso, em seu afastamento máximo do planeta, cruzaria a órbita da
Lua.
Na quinta, a nave se encontrou com o satélite natural e,
ativando seus propulsores por seis minutos, ajustou sua velocidade para
ser capturada pela gravidade lunar, numa órbita com perilúnio de 470 km.
Perilúnio, você já deve ter desconfiado, é termo que designa o ponto de
máxima aproximação com a superfície da Lua.
"Após seis semanas no
espaço, conseguimos superar outra etapa crítica ao entrar na gravidade
lunar", declarou Ido Anteby, líder da SpaceIL. "Ainda temos um longo
caminho até o pouso lunar, mas estou convencido de que nossa equipe
completará a missão para pousar a primeira espaçonave israelense na Lua,
deixando-nos todos orgulhosos."
A nave já mandou bonitas imagens
do lado afastado da Lua (onde, por sinal, segue trabalhando o jipe
robótico chinês Yutu-2, da missão Chang'e-4) e deve realizar sua
tentativa de pouso na próxima quinta-feira (11), no Mar da Serenidade,
localizado no hemisfério norte do lado próximo. O veículo leva câmera e
um medidor de campo magnético, além de uma "cápsula do tempo" com
arquivos digitais contendo uma Torá, desenhos de crianças, canções
israelenses, memórias de um sobrevivente do Holocausto e a bandeira
nacional.
Caso tudo dê certo, Israel deve se tornar o quarto país a realizar um
pouso lunar, depois de Rússia, Estados Unidos e China. Já há discussões
para a comercialização de versões desse módulo de pouso para outros
países e instituições, em particular a ESA (Agência Espacial Europeia).
Com informações FOLHAPRESS
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