segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Óleo coletado nas praias do RN será usado como combustível em fábrica de cimentos de Baraúna


O Grupo de Avaliação e Acompanhamento (GAA), composto por órgãos federais, como a Marinha do Brasil, começou a remover os resíduos coletados pelo derramamento de óleo no litoral do Nordeste. A ação, articulada pelo Comando Unificado de Incidentes do RN, está sendo realizada em uma parceria do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) com uma fábrica de cimentos de Baraúna, no Oeste potiguar. Na empresa, o material será usado como combustível.
O diretor geral do Idema, Leon Aguiar, informou que o órgão realizou diversas reuniões com empresas para discutir o direcionamento do que seria feito com o material. “Estudamos alternativas de reaproveitamento desse material, com o objetivo de termos uma solução mais sustentável possível, e a atividade cimenteira é capaz de recepcionar esse resíduo para utilizar como combustível em todo seu processo industrial”, detalhou.
Em novembro deste ano, o responsável pela pasta ambiental do Estado, junto com a equipe do órgão ambiental, visitou as instalações da empresa cimenteira, em Baraúna, para realizar vistoria e análises técnicas com a finalidade de analisar a viabilidade de recepção e tratamento dos resíduos. “Visitamos as instalações, realizamos uma análise prévia e foi verificado que a fábrica possui capacidade suficiente para o processamento dos materiais oleosos, que serão facilmente incorporados ao processo produtivo da empresa, atendendo aos princípios do reaproveitamento e da sustentabilidade”, afirmou.
Até o momento, o armazenamento e manejo desse material, estava sob responsabilidade das prefeituras. Entretanto, nesta sexta-feira (20), o Grupo de Avaliação e Acompanhamento (GAA), formado também pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), realizou a remoção dos resíduos, que estavam armazenados na cidade de Tibau do Sul.
Já no ultimo sábado, 21, foi retirado 22 big bags das 61 existentes, da Estação de Transbordo de Campo de Santana, no município de Nísia Floresta, litoral sul potiguar. Já as 39 restantes serão levadas na segunda-feira, 23, em outra operação da Petrobrás, em parceira com a Capitania dos Portos. Ao todo, serão transportadas 34 toneladas (volume coletado pelas prefeituras atingidas) até a fábrica de cimentos.
O trabalho só foi executado, após ter sido estabelecidos os procedimentos, datas para as operações e também o encaminhamento das informações necessárias para a formalização e execução da operação de transporte.
De acordo com um dos representantes dos municípios afetados e secretário Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Mobilidade Urbana de Tibau do Sul, Leonardo Tinoco, a remoção dos resíduos era etapa que faltava para finalizar o processo de enfrentamento da presença do óleo. “Desde o primeiro momento os municípios fizeram seu papel, auxiliaram na limpeza, coleta e armazenamento temporário, mas faltava o processo de destinação final, pois estávamos acondicionando produto químico Classe 1, destacado como um tipo de resíduo que necessita de um tratamento especializado. Em Tibau do Sul, o GAA está levando 11 bombonas completas, que totalizaram 3 toneladas”, explicou o secretário.
O gestor municipal ressaltou, ainda, a importância da articulação institucional estabelecida. “A junção de esforços entre as gestões municipais, estadual e federal foi fundamental para chegarmos a este resultado. A solução encontrada evita que esse óleo vá para lixões, aterros ou incineradores, o que causaria outros problemas para a Natureza”, ponderou Tinoco.
Óleo no RN
Até o momento, o Rio Grande do Norte é um dos estados da região Nordeste menos afetado pela presença de óleo nas praias.

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