Síndrome respiratória aguda grave já causou 490 internações hospitalares no RN
O
Rio Grande do Norte contabiliza 92 mortes por síndrome respiratória
aguda grave (SRAG) até o dia 6 de maio deste ano, de acordo com dados da
Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap). O número é praticamente o
triplo do registrado no mesmo período de 2019, com um total de 31
óbitos.
Do total de mortes por SRAG, segundo a Sesap, 52 foram provocadas
pelo Covid-19. Desta forma, a doença causada pelo novo coronavírus foi
responsável por 56,5% de todas as mortes por síndrome respiratória.
A SRAG é a definição válida para os sintomas severos – como febre,
tosse e dificuldade de respirar – causados por vários tipos de infecções
por vírus respiratórios, como os da influenza (H1N1), além do novo
coronavírus (Sars-Cov-2).
Ainda de acordo com dados da Sesap, a síndrome respiratória aguda
grave causou 490 internações hospitalares até esta quinta-feira (7) no
Rio Grande do Norte. O volume de internação é 188% maior que até o mesmo
período do ano passado, quando foram registradas 176 internações.
Os dados oficiais mostram que o aumento expressivo de casos começou a
ser verificado a partir da segunda quinzena de março. Entre os dias 14 e
21 de março, por exemplo, foram 89 internações por SRAG contra 12 casos
no mesmo período de 2019.
Os casos no Rio Grande do Norte seguem a tendência nacional. O novo
relatório semanal da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), relativo à semana
entre 26 de abril a 2 de maio, destaca a manutenção tendência de
aceleração no crescimento tanto das internações por Síndrome
Respiratória Aguda Grave (SRAG) quanto dos casos de Covid-19.
Todas as regiões do país seguem na zona de risco e com atividade
semanal muito alta para SRAG, com predominância de 82,7% do novo
coronavírus entre os casos que já tiveram um resultado laboratorial
positivo.
Segundo o boletim, até o dia 02 de maio, o Brasil teve um total de
57.017 casos de SRAG notificados. Mas com a previsão de atraso, de
acordo com a metodologia desenvolvida pela plataforma, a estimativa é
que este total atualizado seja de 74.232, com um intervalo de confiança
de 65.441 a 87.303. No caso de óbitos, já foram inseridos no sistema um
total de 8.024 notificações, o que leva uma estimativa de que o total
até a semana 18 seja de 9.587, com intervalo de confiança de 8.785 mil a
11.040 mil.
Entre os casos reportados, 16.260 tiveram resultado laboratorial
positivo para algum vírus respiratório, sendo 5,2% Influenza A, 2,6%
Influenza B, 3,1% vírus sincicial respiratório, e 82,7% SARS-CoV-2
(Covid-19).
Segundo Marcelo Gomes, pesquisador da Fiocruz, a manutenção da
tendência de crescimento no número de casos semanais reforçam o indício
de retomada da aceleração no crescimento de casos.
“Tivemos duas semanas de crescimento muito intenso em meados de
março, depois tivemos uma clara desaceleração no final do mês e começo
de abril. A redução do ritmo do crescimento pode ser associada à forte
adesão que tivemos ao isolamento social desde o começo de março. Porque a
gente tem um efeito lento nesse processo, o tempo entre a infecção e a
hospitalização é, em média, de duas semanas”, conclui Marcelo Gomes.
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