Modelo potiguar tipo exportação

Fernanda Zauli
Determinação. Essa é a palavra que rege a vida da potiguar Thais Paulo. Modelo desde os 15 anos de idade, ela se prepara para o primeiro trabalho internacional, em Pequim, Japão, para onde embarca no próximo dia 18 e fica pelos próximos seis meses. O reconhecimento profissional chega aos 19 anos, uma idade até "avançada" para o mundo da moda. "Eu não encarava o trabalho de modelo como uma profissão, era mais um hobby para mim", conta Thaís. Ela conversou com a equipe do Diario de Natal por quase uma hora, em um shopping da cidade, enquanto almoçava um prato repleto de salada. Falando com tranquilidade e com uma voz ainda de menina ela contou como começou sua trajetória no mundo da moda.

Menina de fé que reza diariamente. Em São Paulo chegava a ir à missa até três vezes por semana: "É um refúgio mesmo para mim". Foto:Fábio Cortez/DN/D.A Press

Thaís sempre teve o perfil de modelo. É alta, magra e dona de uma beleza que chama a atenção de qualquer um. De tanto ouvir os amigos falarem que deveria ser modelo, decidiu participar de um concurso da agência potiguar Tráfego Models. Não ganhou, mas entrou para o casting da agência. A partir daí começaram a surgir trabalhos em Natal, Recife e Fortaleza. "Mas eu ainda não era totalmente focada nisso", diz Thaís.

E pensando no futuro ela prestou vestibular em 2009, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para o curso de Gestão em Saúde. A "carreira" de modelo seguia paralelamente ao curso, até que em novembro de 2010 surgiu a oportunidade de desfilar na São Paulo Fashion Week, maior semana de moda do Brasil. "Eu não podia perder essa oportunidade. Tranquei a faculdade e fui", lembra. Foi então que entrou em cena a modelo profissional Thaís Paulo.

O pai, Hudson Paulo, não gostou muito da ideia, mas acabou aceitando. Ele tinha seus motivos: dos três filhos Thaís é a única mulher, a caçula e nunca tinha ficado mais de uma semana longe da família. "Eu morei nove meses no apartamento da agência, com outras meninas da minha idade e que estavam na mesma situação que eu. Eu amadureci bastante. Sair de casa cedo me ajudou a valorizar mais a minha família, porque em casa a gente espera que tudo venha dos nossos pais e lá em São Paulo eu tinha que me virar: fazer minha comida, ir ao supermercado, fazer tudo sozinha", conta Thaís. Em São Paulo ela desfilou para marcas nacionais e internacionais como Gregory, Cavaleira e Pierre Cardin.

Agora ela acredita que está pronta para encarar a vida em outro país e já enxerga a profissão de modelo com outros olhos. "Hoje eu busco essa carreira porque eu percebi que através dela eu posso alcançar a minha independência. Eu sei que estou tendo uma grande oportunidade e que muitas meninas gostariam de estar no meu lugar, e tenho que valorizar tudo isso", diz. A mãe, Sueli Paulo, coruja como tem que ser, fica com o coração na mão vendo sua menina alçar vôos tão altos, mas acredita no sucesso da filha. "A Thaís é uma menina determinada e muito disciplinada desde pequena, ela sempre chega aonde quer chegar", diz.

Com os pés no chão ela reconhece que o mundo da moda não é só luxo e glamour, e diz estar pronta para enfrentar os desafios da profissão que a escolheu. "É um trabalho que precisa de muita força de vontade. A gente tem que ficar longe da família, dos amigos, é difícil. Quero aproveitar tudo o que essa carreira tem para me oferecer".