sábado, 11 de fevereiro de 2012

CASO ELOÁ - Promotora dirá que Lindemberg era violento e sempre quis matar Eloá

Foto: Montagem/iParaíba
Eloá, namorada e vítima; Lindemberg assassino
Promotora dirá que Lindemberg era violento e sempre quis matar Eloá
Um homem possessivo, violento e que invadiu o apartamento da ex-namorada decidido a matá-la. Essa é a tese de acusação da promotora Daniela Hashimoto para convencer os sete jurados de que Lindemberg Alves Fernandes é culpado pela morte de Eloá Pimentel em 2008. O julgamento está previsto para começar às 9h de segunda-feira (13), no Fórum de Santo André, no ABC. O réu responde ainda por tentativas de assassinato, cárcere privado e disparo de arma de fogo.

Lindemberg Alves invadiu a casa de Eloá Cristina Pimentel no dia 13 de outubro de 2008, manteve, além dela, três outros jovens reféns (Nayara Rodrigues e outros dois colegas de escola da menina) e, quatro dias depois, atirou em Eloá e Nayara, assassinando a ex-namorada. A colega dela sobreviveu.


"Ele foi para lá com a intenção de matar. Toda a história começou há 30 dias [do assassinato], quando ele já estava ameaçando, importunando, ia rondar a porta da escola [em que Eloá estudava]. Há 15 dias abordou a Eloá, a agrediu fisicamente, sempre com essa intenção, de que 'se não for minha, não vai ser demais ninguém'", afirmou a promotora na manhã desta sexta-feira (10).


Se for considerado culpado em todos os crimes, Lindemberg pode pegar uma pena, segundo a promotoria, que vai desde os 50 anos até passar dos cem anos.


"Ele foi para lá [o apartamento da ex-namorada, no dia 13 de outubro] não só armado, mas também munido de farta munição extra, preocupou-se em ir ao local acreditando que a Eloá estaria sozinha, acabou sendo surpreendido pelo fato de a Eloá estar com colegas fazendo o trabalho de escola", conta Daniela.


Segundo a promotora, será usado como prova dessa premeditação, o fato de Lindemberg preocupar-se em retirar do apartamento Douglas, irmão mais novo de Eloá e amigo de Lindemberg. "Ele, inclusive, levou o Douglas até o parque e pegou o celular do amigo para que ele não tivesse contato com a irmã", afirma Hashimoto.


Lindemberg será acusado por 12 crimes, que vai desde o homicídio de Eloá, manter quatro pessoas em cárcere privado, duas tentativas de homicídio e, até, o disparo de quatro tiros a esmo.


Por parte da acusação, além das quatro vítimas de Lindemberg, apenas uma testemunha será convocada ao tribunal. Será o irmão mais velho de Eloá, Ronickson Pimentel dos Santos. Para Daniela Hashimoto, ele é peça-chave na construção do perfil de réu.


"Ele testemunhou momentos de agressividade de Linbemberg. Foram momentos antes da invasão da casa de Eloá e momentos durante a invasão, quando ele tentava conversar por telefone com o réu", afirma.


Julgamento longo

Quanto à defesa, que convocou um alto número de testemunhas (são 14, sendo que seis deles jornalistas que cobriram o caso), a acusação diz não ter ideia da estratégia a ser adotada. "Ela tem o direito de chamar as testemunhas que quiser. A linha de defesa só vamos descobrir no dia", afirma a promotora, que aguarda por um julgamento longo, embora prefira não estimar um prazo.

"Tudo vai depender das testemunhas. A defesa preparou um longo material com reportagens sobre o caso e vai mostrá-lo no julgamento. São 16 horas com entrevistas, debates e notícias", diz.


Veja a lista de testemunhas convocadas para o julgamento de Lindemberg Alves.


Testemunhas arroladas pela acusação


- Nayara Rodrigues da Silva - mantida refém por Lindemberg e também atingida por um tiro.


- Victor Lopes de Campos - mantido refém por Lindemberg.


- Iago Vilera de Oliveira - mantido refém por Lindemberg.


- Atos Antonio Valeriano - sargento da PM que iniciou as negociações assim que Lindemberg invadiu a casa de Eloá e foi alvo de um disparo de arma de foto do suspeito, disparado em direção a sua cabeça, segundo a promotoria.


- Ronickson Pimentel dos Santos - irmão mais velho de Eloá, testemunhou, segundo a promotoria, momentos de agressividade do réu.


Testemunhas arroladas pela defesa


- Alves Nelson Gonçalves - perito criminal, trabalha no Instituto de Criminalística (IC) e atuou no caso.


- Ana Paula Neves - jornalista.


- Marcos Assumpção Cabello - foi a advogado chamando num primeiro momento pela família de Lindemberg Alves e, dessa forma, participou das negociações.


- Ricardo Mollina - o perito fez uma análise independente do áudio em que se verifica o instante da entrada da polícia no apartamento de Eloá e a série de tiros na sequência.


- Sonia Abrão - jornalista.


- Roberto Cabrini - jornalista.


- Rodrigo Hidalgo: jornalista.


- Márcio Campos: jornalista.


- Reinaldo Gottino: jornalista.


- Dairse Aparecida Pereira Lopes: perito criminal, trabalha no Instituto de Criminalística (IC) e atuou no caso.


- Helio Rodrigues Ramacciotti: perito criminal, trabalha no Instituto de criminalística (IC) e atuou no caso.


- Sergio Luditza: delegado de polícia que presidiu o inquérito.


- Adriano Giovanini: capitação da PM, foi negociador pelo Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate).


- Paulo Sérgio Squiavano: tenente da Polícia Militar, atuou no caso pelo Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate).

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