O açude vazio de seu Antônio Gentil denuncia a catástrofe
da seca. Sem água e sem pasto, os bichos fraquejam e o pobre
sertanejo apela para o bolso. O olhar distante e o corpo cansado
denunciam a velhice que chegou muito cedo. Aos 65 anos, Antônio
Gentil parece ter mais. Porém, ao invés de aproveitar
a aposentadoria conseguida com muito esforço, o agricultor
terá agora de quebrar o juízo pensando em como vai
alimentar suas 200 cabeças de gado que já começaram
a cair. Desfazer-se delas não pode. Além de muito
apegado ao rebanho, a maioria está magra de mais para valer
o que foi investido.
Dono de uma propriedade de 300 hectares na localidade de Igarapé, a 14km de Caraúbas, o agricultor recorre ao aposento para comprar ração. Todo mês, deixa mais de dois mil reais num armazém de Caraúbas. Com tudo isso, já contabiliza 17 perdas. "Como não tem pasto, os bichos estão passando fome e, quando chega a ração, comem até se 'empanzinar', aí os que deitam não conseguem mais se levantar sozinhos e acabam morrendo", disse o agricultor.
A terra de seu Antônio é considerada boa, mas como praticamente não choveu por lá neste ano, as áreas de pasto viraram deserto. Ele ainda chegou a cortar alguns hectares para o plantio, mas sem a chuva não conseguiu plantar. Dos quatro açudes da propriedade, somente um ainda aguentará até junho. Dois secaram de tudo e um está virando lama por causa do sol escaldante.
A sorte do agricultor é um poço tubular profundo, do qual ele pretende tirar pelo menos a água de beber do gado, mas para isso precisará conseguir que a Companhia Energética do RN (COSERN) implante mais um transformador na fazenda, e ele sabe que essas coisas demoram muito. Sem falar que o poço está sendo usado pela Companhia de Águas e Esgotos do RN (CAERN) para abastecer a zona urbana e, por conta do aumento do consumo, o lençol freático está diminuindo dramaticamente.
Vez ou outra, o olhar de Antônio Gentil entristece, vendo os campos vazios de comida para o gado. Nessa hora, voltam as lembranças de outras épocas ruins. O agricultor enfrentou outras secas tão terríveis quanto esta, e sabe que a situação ainda deve piorar. "Em 88 e 89, as secas foram grandes, do mesmo jeito de 93 e 94, mas esta haverá de ser maior", lembrou seu Antônio, sem esquecer as dificuldades da década de 1970.
A depender de Deus
Na localidade de Remédio dos Pinhais, em Umarizal, a viúva Antônia Costa também tenta salvar seu rebanho. Mas, ao contrário de seu Antônio, sua propriedade só tem sete hectares e seu rebanho não passa de oito cabeças. Mesmo assim, ela teve de comprar o pasto de uma área vizinha para colocar o gado. "Vamos ver se conseguimos passar essa seca sem vender os bichos", aposta a agricultora, que precisa mandar os filhos percorrerem três quilômetros para conseguir água para a casa e os animais.
Francisco Robson, do assentamento Remédio, tinha 30 cabeças de gado, mas vendeu as oito que estavam mais pesadas. Além da dificuldade cada vez pior, alguém pôs fogo em sua vazante, queimando todo o estoque de capim. "Além disso, muita gente rouba o que a gente planta por essas bandas", reclama.
Comida para gente
No ritmo que vai, não é apenas o gado que passará necessidade nesta seca. Muita gente também pode sofrer com a escassez de comida. Nas pequenas cidades do Médio Oeste, o quilo do feijão já custa R$ 7,00 e as famílias de baixa renda que não podem comprar o alimento com esse preço estão sentindo falta dos grãos na dispensa.
Essa situação é uma das principais pautas dos sindicatos rurais da região, que acreditam que nesse ritmo muita gente vai voltar para a miséria. "O governo anunciou uma 'Bolsa estiagem' que, por enquanto, é apenas discurso, mas que também só atenderá às famílias que já recebem Bolsa Família, o que deixará muitos agricultores de fora do benefício", disse a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Olho D'água do Borges, Aurinete Lima.
Ela reclama do valor da bolsa. O Governo Federal está anunciando a liberação de R$ 400,00 em cinco parcelas para ajudar aos agricultores nos próximos cinco meses, ou seja, cada beneficiário receberá apenas R$ 80,00 por mês, o que é insuficiente até para uma alimentação digna.
Dono de uma propriedade de 300 hectares na localidade de Igarapé, a 14km de Caraúbas, o agricultor recorre ao aposento para comprar ração. Todo mês, deixa mais de dois mil reais num armazém de Caraúbas. Com tudo isso, já contabiliza 17 perdas. "Como não tem pasto, os bichos estão passando fome e, quando chega a ração, comem até se 'empanzinar', aí os que deitam não conseguem mais se levantar sozinhos e acabam morrendo", disse o agricultor.
A terra de seu Antônio é considerada boa, mas como praticamente não choveu por lá neste ano, as áreas de pasto viraram deserto. Ele ainda chegou a cortar alguns hectares para o plantio, mas sem a chuva não conseguiu plantar. Dos quatro açudes da propriedade, somente um ainda aguentará até junho. Dois secaram de tudo e um está virando lama por causa do sol escaldante.
A sorte do agricultor é um poço tubular profundo, do qual ele pretende tirar pelo menos a água de beber do gado, mas para isso precisará conseguir que a Companhia Energética do RN (COSERN) implante mais um transformador na fazenda, e ele sabe que essas coisas demoram muito. Sem falar que o poço está sendo usado pela Companhia de Águas e Esgotos do RN (CAERN) para abastecer a zona urbana e, por conta do aumento do consumo, o lençol freático está diminuindo dramaticamente.
Vez ou outra, o olhar de Antônio Gentil entristece, vendo os campos vazios de comida para o gado. Nessa hora, voltam as lembranças de outras épocas ruins. O agricultor enfrentou outras secas tão terríveis quanto esta, e sabe que a situação ainda deve piorar. "Em 88 e 89, as secas foram grandes, do mesmo jeito de 93 e 94, mas esta haverá de ser maior", lembrou seu Antônio, sem esquecer as dificuldades da década de 1970.
A depender de Deus
Na localidade de Remédio dos Pinhais, em Umarizal, a viúva Antônia Costa também tenta salvar seu rebanho. Mas, ao contrário de seu Antônio, sua propriedade só tem sete hectares e seu rebanho não passa de oito cabeças. Mesmo assim, ela teve de comprar o pasto de uma área vizinha para colocar o gado. "Vamos ver se conseguimos passar essa seca sem vender os bichos", aposta a agricultora, que precisa mandar os filhos percorrerem três quilômetros para conseguir água para a casa e os animais.
Francisco Robson, do assentamento Remédio, tinha 30 cabeças de gado, mas vendeu as oito que estavam mais pesadas. Além da dificuldade cada vez pior, alguém pôs fogo em sua vazante, queimando todo o estoque de capim. "Além disso, muita gente rouba o que a gente planta por essas bandas", reclama.
Comida para gente
No ritmo que vai, não é apenas o gado que passará necessidade nesta seca. Muita gente também pode sofrer com a escassez de comida. Nas pequenas cidades do Médio Oeste, o quilo do feijão já custa R$ 7,00 e as famílias de baixa renda que não podem comprar o alimento com esse preço estão sentindo falta dos grãos na dispensa.
Essa situação é uma das principais pautas dos sindicatos rurais da região, que acreditam que nesse ritmo muita gente vai voltar para a miséria. "O governo anunciou uma 'Bolsa estiagem' que, por enquanto, é apenas discurso, mas que também só atenderá às famílias que já recebem Bolsa Família, o que deixará muitos agricultores de fora do benefício", disse a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Olho D'água do Borges, Aurinete Lima.
Ela reclama do valor da bolsa. O Governo Federal está anunciando a liberação de R$ 400,00 em cinco parcelas para ajudar aos agricultores nos próximos cinco meses, ou seja, cada beneficiário receberá apenas R$ 80,00 por mês, o que é insuficiente até para uma alimentação digna.
Alimento
para o rebanho pode faltar até nos mercados
A falta de alimento para os rebanhos do semiárido não acontece apenas nos pastos. A grande procura por resíduos e farelos começa a provocar a falta, também, nos armazéns, fazendo o preço disparar. A saca que custava R$ 36,00 já subiu para R$ 47,00 e se não melhorar, pode ficar ainda mais caro. O problema é que parte desse alimento vem da Bahia, que também sofre com a seca, e do Goiás, onde o frete é mais caro. Sem falar que as mudanças climáticas também podem afetar o Centro-Oeste do país.
De acordo com o comerciante Novinho Praxedes, que abastece os pecuaristas de Caraúbas e quase todo o Médio Oeste, a esperança é que depois de junho, havendo safra nessas regiões, o preço desse produto volte à casa dos R$ 37,00. Porém, ele sabe que até lá muito gado pode morrer por subnutrição e até fome, isso porque, além de pesar no bolso do pequeno criador, o médio comerciante não consegue atender a demanda. Só no armazém de Praxedes, mais de duas mil sacas são vendidas todo mês.
A Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) anunciou que o Rio Grande do Norte receberá 17 mil toneladas de milho para reabastecer o estoque de seus armazéns e atender a demanda de alimentação dos rebanhos das microrregiões de Natal, Caicó, Assú, Mossoró e Currais Novos. Para atender o Médio e Alto Oeste, a Companhia estuda a reabertura do armazém de Umarizal. No entanto, reabrir essa unidade não é tão fácil quanto se anuncia.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Olho D'água do Borges, Aurinete Lima, o próprio governo está incentivando os agricultores a fazer um abaixo-assinado com pelo menos cinco mil assinaturas, para tentar sensibilizar o próprio governo. A ideia não está agradando os sindicalistas, que não acreditam que esse milho chegue para atender aos pequenos criadores.
A falta de alimento para os rebanhos do semiárido não acontece apenas nos pastos. A grande procura por resíduos e farelos começa a provocar a falta, também, nos armazéns, fazendo o preço disparar. A saca que custava R$ 36,00 já subiu para R$ 47,00 e se não melhorar, pode ficar ainda mais caro. O problema é que parte desse alimento vem da Bahia, que também sofre com a seca, e do Goiás, onde o frete é mais caro. Sem falar que as mudanças climáticas também podem afetar o Centro-Oeste do país.
De acordo com o comerciante Novinho Praxedes, que abastece os pecuaristas de Caraúbas e quase todo o Médio Oeste, a esperança é que depois de junho, havendo safra nessas regiões, o preço desse produto volte à casa dos R$ 37,00. Porém, ele sabe que até lá muito gado pode morrer por subnutrição e até fome, isso porque, além de pesar no bolso do pequeno criador, o médio comerciante não consegue atender a demanda. Só no armazém de Praxedes, mais de duas mil sacas são vendidas todo mês.
A Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) anunciou que o Rio Grande do Norte receberá 17 mil toneladas de milho para reabastecer o estoque de seus armazéns e atender a demanda de alimentação dos rebanhos das microrregiões de Natal, Caicó, Assú, Mossoró e Currais Novos. Para atender o Médio e Alto Oeste, a Companhia estuda a reabertura do armazém de Umarizal. No entanto, reabrir essa unidade não é tão fácil quanto se anuncia.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Olho D'água do Borges, Aurinete Lima, o próprio governo está incentivando os agricultores a fazer um abaixo-assinado com pelo menos cinco mil assinaturas, para tentar sensibilizar o próprio governo. A ideia não está agradando os sindicalistas, que não acreditam que esse milho chegue para atender aos pequenos criadores.
Sem
chuva, açudes do Oeste estão secando
Mais crítica que a situação do alimento é a falta de água. Em muitas comunidades rurais do Oeste, ela já começa a faltar, preocupando os agricultores que não sabem o que fazer. No projeto de assentamento Remédios, em Umarizal, o açude que abastece as 50 famílias e todo o rebanho, só tem água para mais 40 dias.
Dona Francisca Alves de Oliveira, 49, explica que por enquanto, as famílias contam também com a água de uma cacimba particular, mas que também não vai demorar a acabar. "O consumo aumentou e a cacimba é rasa", explica. A agricultura paga R$ 3 por cada reservatório de 200 litros, dinheiro que faz muita falta para quem não tem renda nenhuma.
Ela é uma das que sofre dobrado com a seca deste ano. Uma das únicas a plantar, perdeu tudo com a falta de chuva e agora o marido, Arlindo da Silva, 44, precisa trabalhar na cidade como ajudante de pedreiro para não deixar faltar as coisas em casa. "Para piorar, o serviço que ele arrumou na rua está acabando", disse. Romário, o filho mais velho, não aguentou a situação e foi embora para Fortaleza em busca de trabalho.
No pequeno quintal da casa da agricultura, o baixio espelha com o sol. O lugar onde deveria existir uma vazante, só tem terra quente e muito mato seco. Nos sulcos plantados na esperança da chuva, batatas, milho e uma horta inteira definharam por conta da secura.
Além da morte das plantas que cicatrizam no quintal de dona Francisca, outra coisa chama atenção: a cruz com as iniciais de um filho assassinado a sangue frio na frente da esposa, por motivos ainda não esclarecidos. "É uma dor que terei de sentir todo dia", relata dona Francisca.
A aposta no
santo errado
Valderi de Souza Gomes, 42, vizinho de dona Francisca, é outro que amarga as perdas com a seca. Ele também apostou que São José não falharia e acabou investindo no plantio de feijão, mas sem chuva, as ramas nem floresceram. Agora, ele não sabe o que vai fazer para alimentar a família nos meses que vêm. "Tudo que eu tinha 'era' 20 litros de feijão que juntei do ano passado, plantei acreditando na chuva e perdi tudo", lamenta o sertanejo.
Ele se lembra da necessidade que passou na seca de 1993, e também pensa em procurar emprego fora de Umarizal. "Em 93, nós cozinhávamos feijão para almoçar e bebíamos o caldo na janta", disse o trabalhador olhando as tarefas de feijão perdidas na propriedade familiar.
Um dos mais simples do assentamento Remédio, Valderi só possuía um boi manso, mas teve de vendê-lo para pagar a conta da bodega depois que foi enganado por um construtor de Serra do Mel. Sem alternativa, o agricultor trabalhou como ajudante de pedreiro, mas não recebeu os R$ 600 pelo trabalho. "Confiando que ia receber, fiz fiado na bodega, como o homem me enganou, tive de vender o boi", narra.
Sem água há mais de 160 dias
O problema de falta de água não afeta apenas a zona rural. No município de Luís Gomes, na extrema do alto Oeste, está faltando água nas torneiras há mais de 160 dias, depois que o açude que abastecia as residências secou totalmente. A população está sendo obrigada a comprar água porque os carros-pipa enviados pelo governo são insuficientes.
A preocupação é que com a seca, outros municípios comecem a ter escassez de água. Por isso, prefeitos e lideranças pedem a conclusão das obras da adutora Alto Oeste, paralisadas desde 2010. Cerca de 80% dessa obra já estão concluídas e ainda são necessários em torno de R$ 25 milhões para conclusão, sendo R$ 18 milhões de responsabilidade do Estado, de um total de R$ 86 milhões.
A Justiça determinou que a adutora deve estar em funcionamento até o mês de novembro. O projeto do sistema adutor Alto Oeste pretende contemplar 23 municípios com águas da barragem Santa Cruz do Apodi.
Mais crítica que a situação do alimento é a falta de água. Em muitas comunidades rurais do Oeste, ela já começa a faltar, preocupando os agricultores que não sabem o que fazer. No projeto de assentamento Remédios, em Umarizal, o açude que abastece as 50 famílias e todo o rebanho, só tem água para mais 40 dias.
Dona Francisca Alves de Oliveira, 49, explica que por enquanto, as famílias contam também com a água de uma cacimba particular, mas que também não vai demorar a acabar. "O consumo aumentou e a cacimba é rasa", explica. A agricultura paga R$ 3 por cada reservatório de 200 litros, dinheiro que faz muita falta para quem não tem renda nenhuma.
Ela é uma das que sofre dobrado com a seca deste ano. Uma das únicas a plantar, perdeu tudo com a falta de chuva e agora o marido, Arlindo da Silva, 44, precisa trabalhar na cidade como ajudante de pedreiro para não deixar faltar as coisas em casa. "Para piorar, o serviço que ele arrumou na rua está acabando", disse. Romário, o filho mais velho, não aguentou a situação e foi embora para Fortaleza em busca de trabalho.
No pequeno quintal da casa da agricultura, o baixio espelha com o sol. O lugar onde deveria existir uma vazante, só tem terra quente e muito mato seco. Nos sulcos plantados na esperança da chuva, batatas, milho e uma horta inteira definharam por conta da secura.
Além da morte das plantas que cicatrizam no quintal de dona Francisca, outra coisa chama atenção: a cruz com as iniciais de um filho assassinado a sangue frio na frente da esposa, por motivos ainda não esclarecidos. "É uma dor que terei de sentir todo dia", relata dona Francisca.
A aposta no
santo errado
Valderi de Souza Gomes, 42, vizinho de dona Francisca, é outro que amarga as perdas com a seca. Ele também apostou que São José não falharia e acabou investindo no plantio de feijão, mas sem chuva, as ramas nem floresceram. Agora, ele não sabe o que vai fazer para alimentar a família nos meses que vêm. "Tudo que eu tinha 'era' 20 litros de feijão que juntei do ano passado, plantei acreditando na chuva e perdi tudo", lamenta o sertanejo.
Ele se lembra da necessidade que passou na seca de 1993, e também pensa em procurar emprego fora de Umarizal. "Em 93, nós cozinhávamos feijão para almoçar e bebíamos o caldo na janta", disse o trabalhador olhando as tarefas de feijão perdidas na propriedade familiar.
Um dos mais simples do assentamento Remédio, Valderi só possuía um boi manso, mas teve de vendê-lo para pagar a conta da bodega depois que foi enganado por um construtor de Serra do Mel. Sem alternativa, o agricultor trabalhou como ajudante de pedreiro, mas não recebeu os R$ 600 pelo trabalho. "Confiando que ia receber, fiz fiado na bodega, como o homem me enganou, tive de vender o boi", narra.
Sem água há mais de 160 dias
O problema de falta de água não afeta apenas a zona rural. No município de Luís Gomes, na extrema do alto Oeste, está faltando água nas torneiras há mais de 160 dias, depois que o açude que abastecia as residências secou totalmente. A população está sendo obrigada a comprar água porque os carros-pipa enviados pelo governo são insuficientes.
A preocupação é que com a seca, outros municípios comecem a ter escassez de água. Por isso, prefeitos e lideranças pedem a conclusão das obras da adutora Alto Oeste, paralisadas desde 2010. Cerca de 80% dessa obra já estão concluídas e ainda são necessários em torno de R$ 25 milhões para conclusão, sendo R$ 18 milhões de responsabilidade do Estado, de um total de R$ 86 milhões.
A Justiça determinou que a adutora deve estar em funcionamento até o mês de novembro. O projeto do sistema adutor Alto Oeste pretende contemplar 23 municípios com águas da barragem Santa Cruz do Apodi.
Sindicatos
se unem para lutar por alternativa
Na quinta-feira, 3, presidentes e representantes dos sindicatos dos trabalhadores rurais de Caraúbas, Umarizal, Patu, Olho D'água do Borges, Felipe Guerra e Campo Grande, além de um representante da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Norte (Fetarn), se reuniram em Caraúbas para discutir os problemas da seca da região do médio Oeste.
A escassez de água e alimento foram as pautas principais desse encontro. De acordo com o presidente do STR de Caraúbas, Ivanildo Pessoa de Morais, muitas comunidades estão sendo abastecidas com carros-pipa, mas esse serviço já é insuficiente para atender a demanda. Para piorar, muitos animais começam a adoecer por conta do calor e da desidratação.
Segundo José Maria Junior, representante da Fetarn, todas essas dificuldades estão fazendo voltar um problema antigo: o êxodo rural. "Muita gente está deixando a zona rural em busca de emprego nas cidades", alerta.
Os sindicalistas criticam a demora do governo e exigem urgência nas medidas. "É preciso que se amplie os recursos do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), que se criem linhas de crédito específicas para a compra de ração animal e que se garanta a renegociação de dívidas rurais", especifica Aurinete Lima, do STR de Olho D'água do Borges.
A sindicalista chama o "Bolsa Estiagem" de "cala-boca" dos pequenos agricultores e alerta sobre a apropriação das medidas emergenciais por políticos neste período de campanha eleitoral. No próximo dia 16, representantes sindicais de todo o Estado realizarão uma mobilização para que os governos estadual e federal agilizem as medidas para ajudar as famílias do semiárido.
Na quinta-feira, 3, presidentes e representantes dos sindicatos dos trabalhadores rurais de Caraúbas, Umarizal, Patu, Olho D'água do Borges, Felipe Guerra e Campo Grande, além de um representante da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Norte (Fetarn), se reuniram em Caraúbas para discutir os problemas da seca da região do médio Oeste.
A escassez de água e alimento foram as pautas principais desse encontro. De acordo com o presidente do STR de Caraúbas, Ivanildo Pessoa de Morais, muitas comunidades estão sendo abastecidas com carros-pipa, mas esse serviço já é insuficiente para atender a demanda. Para piorar, muitos animais começam a adoecer por conta do calor e da desidratação.
Segundo José Maria Junior, representante da Fetarn, todas essas dificuldades estão fazendo voltar um problema antigo: o êxodo rural. "Muita gente está deixando a zona rural em busca de emprego nas cidades", alerta.
Os sindicalistas criticam a demora do governo e exigem urgência nas medidas. "É preciso que se amplie os recursos do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), que se criem linhas de crédito específicas para a compra de ração animal e que se garanta a renegociação de dívidas rurais", especifica Aurinete Lima, do STR de Olho D'água do Borges.
A sindicalista chama o "Bolsa Estiagem" de "cala-boca" dos pequenos agricultores e alerta sobre a apropriação das medidas emergenciais por políticos neste período de campanha eleitoral. No próximo dia 16, representantes sindicais de todo o Estado realizarão uma mobilização para que os governos estadual e federal agilizem as medidas para ajudar as famílias do semiárido.
Emparn
prevê seca também para 2013
A Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) prevê mais seca para o próximo ano. O anúncio foi feito na quarta-feira, 2, em Natal, durante reunião com a Defesa Civil. O meteorologista do órgão público, Gilmar Bristot, disse que, mesmo sendo antecipado, o anúncio não estava otimista: "Essa condição no Estado, que hoje é permanente de seca, deve prevalecer no próximo ano".
A estiagem atinge o RN e preocupa os habitantes dos municípios que têm sua economia voltada para a agropecuária. O tenente coronel Josenildo Acioli, Coordenador Estadual de Defesa Civil, fez uma explanação das medidas tomadas pelo Estado para minimizar os efeitos da seca ao Major Farias - do Grupo de Apoio a Desastres (GADE), enviado pela Secretaria Nacional de Defesa Civil. "O GADE está vindo ao Estado para dar apoio e conhecer o trabalho realizado pelo governo para ajudar na assistência às comunidades atingidas pela seca", frisou o Tenente Acioli.
Gilmar Bristot, gerente do Setor de Meteorologia da EMPARN, acredita que a reunião ajudou a sanar as dúvidas da Defesa Civil quanto à estiagem de 2012. "Para nós, é interessante essa aproximação, pelo fato de envolver o governo do Estado e a defesa civil nacional, o que facilitará na elaboração das medidas de auxílio aos municípios que sofrem com a estiagem", frisou.
Durante o encontro, o tenente Aciolli mencionou o documento divulgado pela meteorologia da EMPARN no qual é explicada a ausência de chuvas no RN esse ano. Ele acredita que o documento foi de extrema importância para sanar as dúvidas da população quanto à seca.
(Com informações de Sidney Silva).
A Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) prevê mais seca para o próximo ano. O anúncio foi feito na quarta-feira, 2, em Natal, durante reunião com a Defesa Civil. O meteorologista do órgão público, Gilmar Bristot, disse que, mesmo sendo antecipado, o anúncio não estava otimista: "Essa condição no Estado, que hoje é permanente de seca, deve prevalecer no próximo ano".
A estiagem atinge o RN e preocupa os habitantes dos municípios que têm sua economia voltada para a agropecuária. O tenente coronel Josenildo Acioli, Coordenador Estadual de Defesa Civil, fez uma explanação das medidas tomadas pelo Estado para minimizar os efeitos da seca ao Major Farias - do Grupo de Apoio a Desastres (GADE), enviado pela Secretaria Nacional de Defesa Civil. "O GADE está vindo ao Estado para dar apoio e conhecer o trabalho realizado pelo governo para ajudar na assistência às comunidades atingidas pela seca", frisou o Tenente Acioli.
Gilmar Bristot, gerente do Setor de Meteorologia da EMPARN, acredita que a reunião ajudou a sanar as dúvidas da Defesa Civil quanto à estiagem de 2012. "Para nós, é interessante essa aproximação, pelo fato de envolver o governo do Estado e a defesa civil nacional, o que facilitará na elaboração das medidas de auxílio aos municípios que sofrem com a estiagem", frisou.
Durante o encontro, o tenente Aciolli mencionou o documento divulgado pela meteorologia da EMPARN no qual é explicada a ausência de chuvas no RN esse ano. Ele acredita que o documento foi de extrema importância para sanar as dúvidas da população quanto à seca.
(Com informações de Sidney Silva).
Nenhum comentário:
Postar um comentário