quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Le Cirque anima pacientes do Varela

Isabelle Ferret - repórter

O lugar: Hospital Infantil Varela Santiago. O público: crianças em tratamento no setor de onco-hematologia. Em um espaço diferente daquele vivenciado pela bailarina Marcela Costa Silva, o espetáculo acontece. Marcela, de 18 anos, uma menina de Recife, capital de Pernambuco, entrou para o circo há mais de um ano, e este momento, em especial, foi de muita emoção. Ela chora ao falar, mas tenta se esconder do olhar das crianças. Marcela não deixa que elas a vejam emocionada. “Não gosto que me vejam chorar. Prefiro disfarçar”, diz a bailarina que não segurou as lágrimas.

alvez ela não saiba da real dimensão do seu trabalho na manhã de ontem, ao lado de mais dezenove integrantes do Le Cirque, circo francês dentro do hospital Varela Santiago. Os pequenos pacientes que precisam de tratamento para patologias gerais e doenças infecto-contagiosas no Varela, puderam ter, na manhã desta quarta-feira (21), uma pausa divertida e acalentadora no doloroso tratamento. O espetáculo encantou o pequeno público.

O Le Cirque realiza estas ações desde o ano passado em capitais brasileiras. A primeira vez que eles levaram o circo adaptado a algum hospital foi em Recife. As apresentações também  aconteceram em João Pessoa e Fortaleza. O espanhol Bryan Stevanovich, um dos administradores da quinta geração da família Stevanovich, falou sobre iniciativa que surgiu quando o circo estava em Recife. Ele disse que quando passou em frente ao hospital, sentiu que deveria entrar.

“Quando entrei lá, vi a dificuldade do local. Conversei com os diretores e eles aceitaram que fizéssemos uma apresentação. Agora, iremos realizar o evento em todas as capitais que o circo passar, assim como aqui”, disse o administrador que se apresentou nos outros eventos.

Em relação a preparação que o circo faz para realizar estes momentos, Bryan relata que todos ficam nervosos, pois é algo diferente. “Os vinte artistas que estão aqui adaptam o espetáculo e principalmente, comparecem com muito amor. É bom para nós, e para as crianças é melhor ainda”, afirma o artista. 

O espetáculo aconteceu no “Casarão Azul”, mais conhecido como “Ambulatório”. Ao longo do show dado pelos artistas circenses no espaço que lembra um circo ou até mesmo os famosos teatros de arena em formato circular, Kauan Lima, de 7 anos, riu todo o tempo. “É bom, estou gostando”, comenta timidamente o menino que está internado há cinco dias, pela segunda vez, na Ala da Esperança, local que trata de infectologia.

O olhar e o sorriso largo de Kauan dizem bem o que sente. A mãe dele, Vanessa Silva, diz que também está adorando, pois segundo ela, as crianças ficam o tempo todo em locais fechados. Francisco Reges, administrador da instituição reforça a importância desses eventos para as crianças e seus familiares. “Elas passam pela tensão no tratamento e, dessa maneira, se distanciam da angústia”, disse ele.

No final do espetáculo, depois de muita pipoca, algodão doce, malabarismos, balé, palhaçadas, momentos estes intercalados por sorrisos soltos e despretensiosos em um picadeiro rodeado de consultórios médicos, o Le Cirque se despediu das crianças.


Os artistas circenses levaram alegria aos pacientes do Hospital Infantil Varela Santiago

Foto: Vlademir Alexandre - Os artistas circenses levaram alegria aos pacientes do Hospital Infantil Varela Santiago

 

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