Como
dirigir um veículo considerado de emergência, e se eximir do risco de
causar, em algum momento, um dano material a ele? Não há dúvidas de que o
mais provável é que o motorista seja surpreendido, uma hora ou outra,
por um acidente causado pela complexidade que a função apresenta.
Na PM, nós motoristas somos altamente
exigidos. Dirigimos dia e noite, sem tempo certo para descansar. Vez ou
outra temos que passar por lugares quase que intrafegáveis. Também são
inúmeras as vezes que somos obrigados a imprimir uma velocidade acima do
normal, seja para salvar vidas, prender meliantes ou afins, o que,
indiscutivelmente, aumenta o risco de acidentes. Além disso, quando uma
viatura da Polícia é surpreendida por bandidos, o motorista é o
principal alvo.
Pois bem, este blogueiro e também
Policial Militar há 13 anos, está sendo pressionado, pelo Estado, a
pagar a quantia de 600,00 (Seiscentos Reais), proveniente do serviço em
uma viatura. Isso se deu por causa de um acidente, quando em uma
perseguição a uma moto suspeita, acabei colidindo lateralmente com uma
barra de ferro fincada em uma rua, da cidade de Santana do Matos.
Sendo assim, ser motorista na PM é
“botar a corda no pescoço”. Nada temos de vantagens em relação aos
outros Policiais. Pelo contrário, toda e qualquer locomoção que a
viatura faça, somos nós que temos que estar inteiros para ter condições
de cumprir com a missão, sem levar riscos às vidas que nos acompanham.
Já estou respondendo na Justiça, e sendo
tratado como RÉU pelo Estado, isso porque, em cobranças anteriores na
esfera administrativa, me neguei a pagar pelo exposto, alegando
justamente que estava dirigindo um veículo de emergência, e no estrito
cumprimento do dever legal.
A partir deste momento, estou sendo
obrigado a constituir advogado para me defender em juizo, o que pode
aumentar em muito minhas custas. Por este motivo, serei obrigado a,
desde já, me negar a dirigir viaturas da Polícia Militar, uma vez que,
as dirigindo, corro o risco eminente de causar outros acidentes, o que,
com os danos pagos, terminará impossibilitando que eu continue
sustentando minha família, coisa que nós, Soldados da Polícia Militar do
RN, já fazemos com dificuldades, tendo em vista a falta de valorização
pela qual passamos.
Por: José Walter Alves Clemente
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