Rio (AE) - Os brasileiros
casam-se mais tarde, mais vezes e divorciam-se mais rápido. A pesquisa
Estatísticas do Registro Civil, divulgada ontem pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que, na última
década, no caso dos solteiros, a média de idade ao se casar, entre os
homens, passou de 26 para 28 anos; entre as mulheres, de 23 para 25. Os
recasamentos - os enlaces em que pelo menos um dos indivíduos já havia
sido casado - cresceram 62,7%. As uniões resistem menos ao tempo: a
duração média caiu de 17 para 15 anos.
Foto: emerson do amaralCasamentos comunitários do programa Justiça na Praça, do TJRN, ajudam a legalizar a união entre pessoas que já vivem juntas
Os
dados referem-se aos casamentos legais, “de papel passado”. A
explicação para o adiamento da formalização está na prioridade dada
pelos casais à conclusão dos estudos e ao investimento na profissão e
também ao desejo de iniciar uma nova vida sobre bases mais confortáveis.
Trata-se de uma tendência verificada em todas as classes sociais.
“O alto custo das moradias nas grandes cidades também causa impacto. Nas camadas médias e altas, posterga-se mais, mas nas populares existe a preocupação em não parar de estudar, em aproveitar as oportunidades enquanto jovem”, acredita a pesquisadora Andrea Moraes Alves, da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especializada em política social.
O volume total de casamentos em 2012 foi de 1.041.440, 1,4% mais elevado do que o de 2011. A chamada taxa de nupcialidade legal (número de casamentos para cada mil habitantes de 15 anos ou mais) cresceu na última década, mas representa quase a metade do índice na década de 1980: 6,9 a cada mil, ante 11,3 àquela época.
Proporcionalmente, os brasileiros que mais se casam são os de Rondônia, Distrito Federal, Espírito Santo e Goiás; no outro extremo, estão Rio Grande do Sul, Amapá e Maranhão. Embora em 76% dos casos o marido seja mais velho do que a mulher, aumentou a proporção de arranjos nos quais a mulher é mais madura. Isso já acontece em um em cada quatro casamentos (o índice passou de 20,7% do total, em 2002, para 24%, em 2012), o que revela mudanças comportamentais da sociedade brasileira, com redução do preconceito relacionado à idade.
Quanto ao estado civil dos noivos, ainda é prevalecente o casamento entre solteiros, mas o índice de recasamentos subiu de 13,4% para 21,8%. Curiosamente, o número de homens de mais de 60 anos que se casam é três vezes superior ao das mulheres da mesma idade, o que significa que preferem as parceiras mais jovens e ainda que, uma vez divorciados ou viúvos, eles sentem maior necessidade de estarem acompanhados.
Com o impacto da legislação de 2010, que facilitou a dissolução dos casamentos, os divórcios caíram ligeiramente (1,4%) de 2011 para 2012. Porém, o índice mantém-se mais do que o dobro do que era registrado dez anos atrás. “O aumento das separações não é de hoje. A menor duração das uniões está ligada ao desejo de viver conjugalmente com mais harmonia, cumplicidade e companheirismo. Quando essa composição se desfaz os cônjuges procuram uma segunda ou terceira chance de felicidade buscando nova relação”, analisa a antropóloga Clarice Ehlers Peixoto, professora associada da UERJ.
Os resultados da pesquisa Estatísticas do Registro Civil são referentes a nascimentos, óbitos, casamentos e divórcios registrados em 2012. A coleta é feita nos Cartórios de Registro Civil de Pessoas Naturais, Varas de Família, Foro ou Varas Cíveis e os Tabelionatos de Notas de todo o Brasil. A divulgação é anual. Os dados são importantes para se entender a evolução populacional do País e subsidiar políticas públicas.
“O alto custo das moradias nas grandes cidades também causa impacto. Nas camadas médias e altas, posterga-se mais, mas nas populares existe a preocupação em não parar de estudar, em aproveitar as oportunidades enquanto jovem”, acredita a pesquisadora Andrea Moraes Alves, da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especializada em política social.
O volume total de casamentos em 2012 foi de 1.041.440, 1,4% mais elevado do que o de 2011. A chamada taxa de nupcialidade legal (número de casamentos para cada mil habitantes de 15 anos ou mais) cresceu na última década, mas representa quase a metade do índice na década de 1980: 6,9 a cada mil, ante 11,3 àquela época.
Proporcionalmente, os brasileiros que mais se casam são os de Rondônia, Distrito Federal, Espírito Santo e Goiás; no outro extremo, estão Rio Grande do Sul, Amapá e Maranhão. Embora em 76% dos casos o marido seja mais velho do que a mulher, aumentou a proporção de arranjos nos quais a mulher é mais madura. Isso já acontece em um em cada quatro casamentos (o índice passou de 20,7% do total, em 2002, para 24%, em 2012), o que revela mudanças comportamentais da sociedade brasileira, com redução do preconceito relacionado à idade.
Quanto ao estado civil dos noivos, ainda é prevalecente o casamento entre solteiros, mas o índice de recasamentos subiu de 13,4% para 21,8%. Curiosamente, o número de homens de mais de 60 anos que se casam é três vezes superior ao das mulheres da mesma idade, o que significa que preferem as parceiras mais jovens e ainda que, uma vez divorciados ou viúvos, eles sentem maior necessidade de estarem acompanhados.
Com o impacto da legislação de 2010, que facilitou a dissolução dos casamentos, os divórcios caíram ligeiramente (1,4%) de 2011 para 2012. Porém, o índice mantém-se mais do que o dobro do que era registrado dez anos atrás. “O aumento das separações não é de hoje. A menor duração das uniões está ligada ao desejo de viver conjugalmente com mais harmonia, cumplicidade e companheirismo. Quando essa composição se desfaz os cônjuges procuram uma segunda ou terceira chance de felicidade buscando nova relação”, analisa a antropóloga Clarice Ehlers Peixoto, professora associada da UERJ.
Os resultados da pesquisa Estatísticas do Registro Civil são referentes a nascimentos, óbitos, casamentos e divórcios registrados em 2012. A coleta é feita nos Cartórios de Registro Civil de Pessoas Naturais, Varas de Família, Foro ou Varas Cíveis e os Tabelionatos de Notas de todo o Brasil. A divulgação é anual. Os dados são importantes para se entender a evolução populacional do País e subsidiar políticas públicas.
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