O jornalista também cita que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "não tem ajudado" e lembra do cenário composto pelo escândalo de corrupção na Petrobras
O jornalista do britânico Financial Times no Brasil, Joe Leahy,
assina coluna na edição impressa desta sexta-feira, 3, em que afirma que
a presidente Dilma Rousseff corre o risco de sofrer impeachment.
“Com a popularidade tão baixa, Dilma está vulnerável ao impeachment
particularmente se as investigações sobre a Petrobras encontrarem algo
ligando ela ao problema”, diz o jornalista na coluna “Global Insight”.
Leahy diz, porém, que a impopularidade de Dilma “não parece inteiramente
merecida”.
Ao relatar a forte queda de popularidade de Dilma Rousseff entre os
eleitores, o jornalista diz que “a única esperança dela é que o ajuste
fiscal de Joaquim Levy estabilize a fraca economia e ganhe tempo para
restaurar o crescimento”.
Apesar de mencionar o risco de impeachment, Leahy defende que a
impopularidade de Dilma “não parece inteiramente merecida, já que outros
presidentes presidiram o País em períodos piores, mas mantiveram
números melhores nas pesquisas”.
“A maior economia da América Latina está caminhando para uma recessão
e a taxa de desemprego subiu. A 6,75% em maio, o desemprego se aproxima
níveis argentinos, mas certamente não é tão mau como na Grécia ou em
outros lugares no sul da Europa”, diz o texto.
“Analistas brasileiros falam livremente da ‘crise’, mas o País não
está enfrentando a turbulência que caracteriza crise. Não há nenhuma
crise de balanço de pagamentos, por exemplo. O Brasil ainda tem uma das
mais altas reservas cambiais do mundo”, exemplifica o jornalista.
Leahy reconhece que há motivos para que eleitores estejam
insatisfeitos. Ele cita que a campanha para a reeleição de Dilma
Rousseff negava problemas na economia, mas, logo após a vitória, o
governo começou uma reviravolta com adoção de medidas austeras.
O jornalista também cita que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva “não tem ajudado” e lembra do cenário composto pelo escândalo de
corrupção na Petrobras e por maior acesso à informação do eleitorado.
“Talvez a principal razão para os eleitores estarem tão zangados é que as expectativas eram muito elevadas”, diz.
Fonte: Exame
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