O papado de Francisco, tem se mostrado o mais popular de todos os tempos
Uma das questões mais delicadas nas tradições católicas é a exigência
do celibato (é o estado do homem ou da mulher que vivem,
espontaneamente, sem se casar) dos sacerdotes, que precisam abdicar da
possibilidade de construir uma família para seguir o ministério.
O papado de Francisco, tem se mostrado o mais popular de todos os
tempos. Longe das gestões conservadoras, tradicionais na Igreja
Católica, o Papa é a favor da separação de casais, do uso de
preservtivos, da tolerância à homossexualidade, do controle de
natalidade, da liberdade religiosa e agora, sinaliza para o fim do
celibato obrigatório.
O Santíssimo Padre admite que a exigência do celibato não é um dogma
de fé, mas apenas uma tradição da igreja. Em diversas oportunidades o
papa afirmou que nutre um apreço pelo celibato, porém assume que o seu
fim deve ser debatido no seio da igreja e que o tema está presente em
sua agenda de discussões e ele tem dedicdo parte de seu tempo analisando
o tema.
“A Igreja Católica tem padres casados, católicos gregos, católicos
coptas e no rito oriental. Não é um debate sobre um dogma, mas sobre uma
regra de vida que eu aprecio muito e que é um dom para a Igreja. Por
não ser um dogma da fé, a porta sempre está aberta [à discussão]”,
afirmou o papa.
Para o professor Fernando Altemeyer, teólogo, doutor em ciências
sociais e docente da PUC-SP e Faculdades Claretianas, as constantes
manifestações do Papa referindo-se a importância das mulheres na igreja
primitiva e como elas fizeram parte da vida dos sacerdotes, seja um
indicativo definitivo da vontade do líder católico em encerrar a
obrigatoriedade do celibato sacerdotal.
Segundo Altemeyer, por se tratar de um tema extremamente polêmico e
mexer em interesses da igreja, o papa não vai tomar essa decisão de
forma isolada. “Vai depender da conjuntura dos bispos de todo o mundo.
Dependerá de como eles vão analisar essa questão”, afirma o professor.
“De todo forma, o papa remonta ao Concílio de Nicéia e mostra que os
padres deixaram de se casar a partir do século 11 e que tinha ligações
exclusivamente econômicas”, destacou Fernando.
“A Igreja primitiva não desobrigava o casamento de seus líderes.
Somente no século 11, por falta de condições financeiras, a igreja não
podia pagar os serviços de uma esposa e possíveis filhos, foi que
começou a obrigatoriedade do celibato. Hoje a realidade é outra e
precisa ser revisto”, finalizou o Santo Padre.
Segundo a tradição católica, a punição aos padres que se casam é o
impedimento de continuar exercendo suas funções sacerdotais e conduzir
celebrações religiosas. No entanto, essa punição só é aplicada aos
padres ocidentais. Aos padres orientais, a igreja permite que o
sacerdote continue em sua função caso se case.
Fonte: Mossoró Hoje
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