O estudante William Guedes tem só 17 anos, mas já
está buscando aprender como melhorar o processo de fabricação de queijo
artesanal da família. A avó começou o negócio, que passou para sua mãe,
que inseriu seu pai e agora chegou até ele. No último final de semana,
William foi um dos 50 participantes do primeiro curso de fabricação de
queijo minas padrão e doce de leite ministrado pelo Centro de Tecnologia
do Queijo do IFRN em parceria com o Governo do Estado em Currais Novos,
durante a 22ª Exponovos.
“Nossa família tem essa tradição no
queijo artesanal, produzido em casa mesmo. Vim participar para aprender
mais sobre boas práticas, a questão da higiene. Quando nossa queijeira
estiver pronta, o cliente vai ter confiança de comprar da gente porque
sabe que trabalhamos de maneira correta e seguindo todas as normas
legais”, diz. A queijeira da família, na zona rural de Currais Novos, é
uma das beneficiadas pelo Governo do Estado no Edital de Leite e
Derivados e será construída com recursos do acordo de empréstimo com o
Banco Mundial.
A iniciativa é uma parceria do Governo Cidadão, IFRN e Secretaria de Agricultura de Currais Novos
e deverá se estender às 39 queijeiras beneficiadas com os
investimentos. “Essa integração é importante, porque unimos a expertise
do IFRN com a necessidade dos beneficiários. Em breve eles estarão com
as queijeiras prontas para produzir e precisam de iniciativas como essa
para aperfeiçoar as boas práticas”, destaca o secretário de Gestão de
Projetos, Fernando Mineiro.
A química Katiane Batista, de Jucurutu, também
participou do curso e aprendeu um bocado. A queijeira da família foi uma
das selecionadas para receber investimentos e ela optou por fazer o
curso para aprender as técnicas de produção. Atualmente desempregada, o
objetivo é trabalhar no lugar quando a pequena fábrica estiver pronta.
“Meu avô fazia queijo, mas ele morreu e meu primo quer resgatar a
tradição da família e envolver todo mundo. É uma oportunidade de emprego
e segurança para mim”, diz.
Terezinha Galvão também se inscreveu no curso para
aprender como produzir não só o queijo, mas também o doce. Ela costuma
fazer este último para os familiares e amigos e há um tempo alimenta o
desejo e voltar a produzir queijo. “Meu esposo produz leite de vaca e de
cabra e pediu que eu viesse aprender. Quem sabe a gente não volta a
produzir?”, disse.
A coordenadora de extensão do IFRN, Isandra de França,
explica que durante as três horas de curso os participantes puderam
aprender normas de higiene, fluxograma de produção e boas práticas de
manejo, tanto para o queijo minas padrão quanto para o doce de leite.
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