Em uma derrota para o governo do presidente Jair Bolsonaro, a Câmara
aprovou na noite da terça-feira, 5, uma versão desidratada do projeto de
lei do Executivo que tratava sobre a posse e o porte de armas.
Depois de uma série de tentativas de se aprovar a matéria em
plenário, parlamentares fecharam um acordo para votar apenas partes do
projeto que tratam de regras para colecionadores, atiradores e caçadores
(CACs), além de mudar penas de crimes com armas e outros temas. O
projeto foi aprovado com 283 votos a favor e 140 contra, além de duas
abstenções.
Em maio, Bolsonaro editou um decreto que facilitou o porte de arma e o
acesso a munições para os CACs. Mas, no fim de junho, o presidente
revogou o texto e outros dois, também sobre armas, e enviou ao Congresso
esse projeto que originalmente tratava também sobre o registro, posse e
comercialização de armas de fogo e munição e também sobre o Sistema
Nacional de Armas (Sinarm).
Além de retirar algumas medidas previstas no texto do governo, os
deputados também incluíram aumento de algumas penas previstas, como a
para quem for flagrado em posse ou portando, de maneira irregular, uma
arma.
Foi aprovada ainda uma emenda do deputado Arthur Lira (PP-AL) que
especifica que o atirador esportivo, maior de 25 anos, terá direito ao
porte de armas somente depois de cinco anos da primeira emissão do
certificado de registro, em vez de dois anos depois, como constava da
redação proposta pelo relator, deputado Alexandre Leite (DEM-SP).
Foram retiradas do texto qualquer possibilidade de estender porte e
posse a outras categorias, como queria o governo. Agora, o Executivo
deve enviar um novo texto à Câmara amanhã para tratar da ampliação das
categorias que têm direito a porte de arma para o exercício de sua
profissão e outros assuntos.
No fim de agosto, a Câmara aprovou a flexibilização da posse
estendida de armas de fogo em propriedades rurais, a primeira legislação
pró-arma aprovada no Congresso desde o início do governo Bolsonaro.
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