Após o sepultamento do papa Francisco, no sábado (26), teve início para a Igreja Católica
o período de luto de 9 dias que deve ser respeitado até a eleição para a
definição do novo pontífice. Logo, considerando esse prazo, o processo
de votação, conhecido como Conclave, não deve começar antes do dia 5 de maio.
O
termo Conclave deriva do latim cum clave, que significa “fechado a
chave”/”trancado”, e indica a reunião dos cardeais eleitores que
tradicionalmente ocorre na Capela Sistina “a sete chaves”, ou seja, no
mais absoluto sigilo.
Com o enterro do papa Francisco, há uma estimativa que o Conclave começará no início de maio, mas ainda não há uma previsão oficial do Vaticano de quando a Igreja Católica terá um novo papa.
Isso
porque embora haja esse período de 9 dias, em fevereiro de 2013, o papa
Bento XVI, pouco antes de renunciar ao posto, estabeleceu uma nova
regra que permite flexibilidade nesse prazo. Pela norma, o início do Conclave pode ser antecipado caso todos os cardeais com direito a voto já estejam no Vaticano.No atual cenário, logo após a morte do papa Francisco, o Vaticano convocou todos os cardeais
do mundo para compor o chamado Colégio dos Cardeais, que é constituído
por 252 religiosos, incluindo oito brasileiros. Do total de cardeais,
135 estão aptos a votar.
Isso porque a regra
vigente no Vaticano é de que apenas cardeais com menos de 80 anos podem
participar da votação. Mas, os cardeais impedidos de votar pelo limite
de idade podem ter os nomes cogitados na votação e, por isso, serem
escolhidos como o novo papa.
Quem são os brasileiros no Conclave?
Atualmente, sete brasileiros estão aptos a participar da votação:
- Sérgio da Rocha, Primaz do Brasil e arcebispo de Salvador, 65 anos.
- Jaime Spengler, presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre, 64 anos.
- Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, 75 anos.
- Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, 74 anos.
- Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília, 57 anos.
- João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília, 77 anos.
- Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, 74 anos.
Como acontece o Conclave?
Antes da
votação, três cardeais são escolhidos para contar os votos dos cardeais.
Além deles, um outro trio de cardeais é nomeado como revisor do ritual.
Durante
o conclave, os integrantes do Colégio de Cardeais ficam isolados, sem
contato com o mundo exterior. Eles podem votar entre si, mas não podem
indicar seus próprios nomes para o cargo.
O novo papa é escolhido por meio de voto secreto depositado em uma
urna. O conclave acontece dentro da Capela Sistina, no Vaticano. Para se
tornar um novo papa, um cardeal precisa receber dois terços dos votos,
que são secretos e queimados após a contagem.
No primeiro dia, uma
votação é realizada e os candidatos indicam o voto em uma cédula de
papel. Caso o novo papa não seja definido após a primeira votação, um
novo ciclo é iniciado a partir do segundo dia.
Sem
resultado, até quatro eleições podem ser realizadas durante os três
dias seguintes, sendo duas pelo período da manhã e outras duas à tarde.
Se um novo papa não for definido no período, as votações têm uma pausa
de um dia para que orações sejam realizadas.
Retomada da votação e resultado
Após essa suspensão temporária, o
processo é retomado e, com isso, abre-se um período de realização de
até sete votações. Outras pausas poderão ser feitas por mais três vezes,
caso o novo papa não seja escolhido.Em caso de discordância, os dois nomes mais votados no pleito vão para uma disputa direta.
A
cada votação, os votos são queimados e depositados em uma chaminé da
Capela Sistina, que indica ao mundo o resultado do pleito. Em caso de
fumaça preta, o colegiado ainda não chegou a um consenso. Quando a
fumaça é branca, um novo líder da Igreja Católica foi escolhido.