Só
de imaginar a possibilidade de ficar sem celular, algumas pessoas já
sentem a angústia que a falta deste aparelhinho pode provocar. O termo
indicado para classificar o desconforto sentido por essa população é
nomofobia, onde nomo vem da expressão inglesa “no-mo” (abreviação de
“no-mobile”, que significa “sem telemóvel”); e fobia pode ser traduzido
como medo.
A nomofobia, nomenclatura usada para designar o medo
diante da impossibilidade de se comunicar através do celular, apesar de
recente, vem se configurando como um problema cada vez mais comum na
sociedade moderna. O motivo da vulgarização desta condição pode estar
relacionado a cobrança exagerada que a chamada “Sociedade da
Informação” impõe aos indivíduos de que estes estejam sempre
disponíveis e cientes dos mais variados assuntos, relevantes ou
irrelevantes.
Para ser caracterizado como uma fobia, a ausência
do aparelho deve trazer prejuízo significante à vida da pessoa, ou
seja, causar a sensação de pânico e impotência e, até atrapalhar
relacionamentos. A angústia diante da impossibilidade de usar os
gadgets – gíria usada para designar equipamentos tecnológicos usados no
dia-a-dia, como laptos, mp3players e palmtops – também pode ser
classificada como nomofobia.
É inegável que o avanço tecnológico
advindo do celular tenha trazido inúmeros benefícios para o cotidiano
das pessoas e, é importante lembrar, que este recurso pode ser decisivo
em momentos emergenciais, entretanto, não é correto estabelecer uma
relação de dependência com o aparelho.
De acordo com psicólogo
Álvaro Guedes, o combate à nomofobia deve ser o mesmo usado contras as
demais fobias. “O tratamento desta patologia não difere muito do
aplicado à acrofobia ou à claustrofobia, (medo de altura e de lugares
fechados, respectivamente), por exemplo, visto que, nestes casos, o que
se combate é o mesmo: a ansiedade causada pelo tema”, disse o
profissional.
Guedes ressalva, entretanto, que apesar do
processo ser o mesmo, é necessário adaptar o conteúdo em cada caso
distinto. Sobre a complexidade do tratamento, ele comenta: “A depender
da intensidade da patologia, em aproximadamente quatro sessões de
terapia já é possível notar a diminuição da ansiedade neste tipo de
paciente”.
fonte: Débora Ramos
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