A
senadora Rosalba Ciarlini segue firme em seu desejo de comandar o Rio
Grande do Norte a partir do ano que vem. A liderança nas pesquisas de
opinião, de acordo com a própria pré-candidata ao Governo do Estado,
não é motivo para descanso e a Rosa, como gosta de ser chamada, garante
que vai buscar o apoio de todos os partidos possíveis – inclusive do
PMDB de Henrique.
Otimista, a senadora acredita na possibilidade
de que o PMDB esteja por inteiro em seu palanque na eleição estadual.
Além disso, também garante que vai lutar pelo apoio da prefeita Micarla
de Sousa e diz não temer prejuízos eleitorais devido às más avaliações
de prefeitos que estarão em seu palanque.
Esses e outros temas
foram tratados pela senadora Rosalba Ciarlini durante entrevista ao
programa Diógenes Dantas Nominuto. Confira abaixo.
Diógenes
Dantas - O processo eleitoral está começando a embalar e a chapa da
senhora foi a primeira a se definir. Como a senhora está vendo este
momento após a definição de sua chapa? Rosalba
- Meu nome surgiu de forma espontânea, nas ruas. Estou como
pré-candidata e após as convenções poderei dizer que somos candidatos.
Recebemos o apoio importante do PMN através do seu presidente, o
deputado Robinson. Eu o convidei e ele aceitou estarmos juntos, ele
como pré-candidato a governador. Pré-candidato, assim como eu, porque a
lei eleitoral diz que só poderemos falar como candidatos após as
convenções...
DD - Mas já está acertado que ele vai ocupar a vaga de vice-governador na sua chapa que vai para a convenção, não é? RC
- É verdade. Com sua experiência, com sua liderança, com a vontade que
tem de mudar esse estado, que também é nossa vontade, de permanecer em
defesa do Rio Grande do Norte e principalmente de sua região, que é a
região Agreste.
DD - Robinson
era candidato a governador, era dissidente do grupo governista porque
deixaram de lado o projeto dele e já haviam decidido por Iberê. Qual
foi o argumento utilizado para convencer Robinson a integrar sua chapa
como vice? RC - O maior argumento foi que
ele ouviu a população, teve essa sensibilidade. De saber que nós temos
um projeto para fazer com que a Educação funcione, a Saúde funcione,
tenhamos um governo que ajude os nossos jovens, a nossa infância, onde
nós possamos ter um projeto de segurança. O tempo está passando, as
oportunidades também, e não estamos aproveitando. É por essa sintonia
de pensamentos que nós temos e achamos por bem somarmos, fazendo um
projeto que faça o Rio Grande do Norte ter o seu potencial aproveitado.
DD - Existe
algum compromisso de uma participação mais efetiva de Robinson Faria no
Governo, ele vai ocupar algum espaço administrativo dentro de um
governo que a senhora possa ocupar a partir do ano que vem? RC
- Ele vai ser um companheiro, para que possamos juntos, com nossa
ideias e com as ideias do povo, nós possamos fazer um governo que venha
a melhorar a vida no Rio Grande do Norte.
DD - Mas a senhora não chegou a conversar com ele sobre a participação efetiva na estrutura de um possível Governo? RC - A participação será, com certeza, em todos os momentos da administração.
DD - A senhora terá um vice participativo... RC
- Entendo que o vice não é uma figura decorativa. Ele tem que somar,
colaborar e apoiar as ações do Governo. Até porque é o meu estilo,
ouvir. Quanto mais se pode dividir responsabilidades, mais poderemos
fazer.
DD - Há algum entendimento da senhora com o deputado Robinson sobre a questão da Presidência na Assembleia Legislativa? RC
- Isso é futorologia. É claro que o presidente Robinson já foi
presidente três vezes, tem uma bancada bastante forte e expressiva, ele
tem uma experiência muito grande no Legislativo. È claro que ele, como
vice-governador, vai ter que ser ouvido e nos passar um pouco de sua
experiência. Mas não existe nenhum compromisso nesse sentido, porque
acho que isso é para depois.
DD - Não existe, então, nenhum acordo prévio? RC
- Isso é algo para ser discutido dentro de uma aliança. Nós já temos
alguns partidos, a presença do PMN, outros partidos se somando, e vamos
bater as portas de todos. Independente de partido, teremos que ir de
porta em porta para mostrar nossas propostas, apresentar nossos
projetos e pedir o apoio do público.
DD - O PMDB está
dividido. O grupo do senador Garibaldi está com a senhora, mas o grupo
de Henrique Eduardo Alves está com Iberê. Como a senhora vai trabalhar
com esse PMDB dividido? RC - Eu estou
trabalhando com o povo. O PMDB foi um partido muito importante para a
minha eleição como senadora, há uma sintonia muito forte e os
participantes do PMDB. Eu entendo o partido não só com as lideranças. O
sentimento do partido foi um dos pontos que me fez desde o início da
caminhada nos deu esse entusiasmo de pré-candidata.
DD - A senhora acredita na divisão do PMDB? RC
- É o que se encontra nesse momento, o que se diz. Mas ainda temos
muito chão pela frente e vamos também bater a porta de todos.
DD - A senhora ainda nutre a esperança de que o PMDB se una na campanha em prol de sua candidatura? RC - Eu sou uma pessoa otimista e vou à luta. Com certeza vou tentar e vamos buscar o máximo de apoio que conseguirmos.
DD
- Em Santa Cruz, no aniversário do vice-governador Iberê, o deputado
Henrique Eduardo Alves afirmou que o PMDB que ele lidera vai formalizar
o apoio à candidatura do vice-governador. Mesmo assim a senhora ainda
crê que pode conseguir o apoio total do PMDB? RC
- O PMDB é um partido de luta, histórico, que esteve presente nos
momentos mais importantes da redemocratização. É confiando nesse
sentimento de liberdade, de querer fazer o novo, que nós confiamos que
podemos sim contar com o apoio integral do PMDB. Vamos convocar os que
são militantes e os simpatizantes para que possamos fazer um projeto
novo para o Rio Grande do Norte.
DD - A senhora poderia arriscar que o PMDB de Garibaldi é maior que o PMDB de Henrique? RC
- (risos) Eu acho que nós não estamos falando do PMDB de Garibaldi ou
Henrique. Vejo o carinho de Garibaldi, o quanto ele é bem recebido pela
população. Seu trabalho, sua luta, e isso é que engrandece o PMDB em
ter Garibaldi e me deixa muito feliz em também tê-lo ao meu lado.
DD
- O projeto nacional de Garibaldi é diferente do projeto da senhora,
que deverá apoiar a candidatura de José Serra a nível nacional. Apesar
do apoio à sua candidatura, Garibaldi deve apoiar Dilma Rousseff. Como
a senhora vai conviver com esses posicionamentos diferentes a nível
nacional? RC - Eu vou ser candidata a
governadora do Rio Grande do Norte. Vamos tratar das questões ligadas
ao estado. A nível nacional, os partidos ainda estão definindo as suas
candidaturas e, no momento certo, saberemos conduzir essa questão.
DD
- Mas Garibaldi já disse que vai apoiar Dilma Rousseff e a senhora vai
apoiar Serra. A senhora vai conviver bem com esta diferença? RC
- Com certeza. Seja quem for escolhido presidente, eu sendo eleita,
estarei lá para levar as propostas e os projetos do Rio Grande do
Norte. Uma coisa que eu fico indignada é que a governadora é aliada do
presidente e, até agora, nós temos uma expectativa gerada e foi uma
grande decepção. Um exemplo é o aeroporto de São Gonçalo, e muitas
outras coisas.
DD - A senhora pode citar outra além do aeroporto? RC
- Se fizermos a comparação com outros estados, como Ceará e Pernambuco,
veremos que realmente o nosso estado está perdendo. Quem teria direito
a uma refinaria? Com certeza o Rio Grande do Norte, que produz
petróleo. Mas para onde estão indo as grandes refinarias? Maranhão,
Pernambuco. Nós estamos com uma mini-refinaria em uma estrutura que já
existia. A Transnordestina passando por todos os estados, menos pelo
nosso. Foi um projeto que eu apresentei e foi aprovado. Espero que saia
do papel e faça com que a Transnordestina passe pelo estado. A
transposição do Rio São Francisco também foi uma luta nossa, quando
detectamos que o trecho do Rio Apodi-Mossoró não estava no projeto. São
tantas questões que infelizmente lamentamos.
DD
- A deputada Fátima Bezerra (PT) disse que o grande projeto para a
eleição deste ano é derrotar o Democratas. Como a senhora recebe essa
declaração de cunho político, nada pessoal, da deputada Fátima Bezerra? RC
- Com todo o respeito à deputada, eu acho que ela não pensou bem e está
sendo desrespeitosa com o povo, porque é o povo quem vai decidir. Vai
decidir em cima de proposta, de ações, da história dos candidatos. Não
é um plebiscito. Até porque eu quero saber quem é o mal e o bem. Eu a
conheci combatendo, por exemplo, o atual governo estadual que ela
apoia. O que é o bem? Um governo cheio de escândalos, como o foliaduto,
a operação Hígia e tantas outras? É isso que eu gostaria que ela
pudesse fazer uma reflexão melhor. Democracia que tanto lutamos é o
direito do povo escrever livremente.
DD - A senhora
falou do escândalo, e estamos vendo um momento de grande dificuldade
para o Democratas dentro do âmbito nacional, que é o escândalo em
Brasília. Além dos problemas de Kassab em São Paulo. A senhora concorda
que é um momento de dificuldades para o DEM? RC
- Temos que saber fazer a separação. O caso do governador Arruda e seu
grupo aconteceu no Distrito Federal, e o DEM fez o que outros partidos
não fizeram, que foi pedir a expulsão daqueles envolvidos que não se
desfiliassem, porque não podemos conviver com essa improbidade.
Diferente de outros partidos que fizeram exatamente o inverso. Chegaram
depois a levar pessoas a voltar à direção, a apóia-los para terem novos
mandatos. O DEM fez diferente desde a primeira hora.
DD - Arruda era cotado como alternativa para ser o vice de José Serra... RC
- A surpresa que tiveram as pessoas do Distrito Federal tivemos nós
aqui. As pesquisas apontavam o governador como um bom administrador.
Mas no momento em que foi mostrado o outro lado o partido não aceitou.
Essa foi a diferença.
DD - O partido desconhecia essas ações? RC - Claro que sim. Tanto que tomou as medidas que tomou quando descobriu.
DD
- O jornalista Josias de Souza trouxe a notícia de que o governador
Arruda prepara um documento que pode complicar a vida de alguns membros
do Democratas, e chega a citar até o senador José Agripino Maia. O DEM
teme alguma declaração constrangedora do governador preso? RC
- De forma nenhuma. Não tem nenhum temor. Todos conhecem a história do
senador Agripino, tentam criar factóides, mas sempre ele demonstra que
é um político que tem o trabalho de servir.
DD - Até que ponto o escândalo de Arruda pode interferir aqui no estado? RC
- Acho que não terá problemas pelo que eu disse, o DEM tomou posição. E
essa é a postura que um partido tem que ter com os corruptos.
DD - Voltando às alianças locais, como estão as conversas do DEM com o Partido Verde, da prefeita Micarla de Sousa? RC
- Estão muito bem. Estamos conversando muito. A prefeita Micarla de
Sousa tem muita preocupações, atribuições, mas não tira o rumo da
política. Estamos conversando com Micarla e queremos muito ter o PV
como nosso aliado. Inclusive, ela já disse que a tendência e a vontade
é que o PV decida por minha candidatura.
DD - Uma parte
do PV segue defendendo a aliança com um grupo adversário, capitaneado
por Iberê. O PV vai estar em seu palanque e apenas a suplência de
senador será oferecida ao PV? RC - Todo o
partido vai sentar na mesa para que hajam as conversas, que são
naturais nesse momento. Mas pode ficar certo que estamos conversando e
o PV é muito importante.
DD - Há rumores de que a má
avaliação da prefeita Micarla no primeiro ano de administração, assim
como Fafá Rosado, que também enfrenta dificuldades, poderiam ter
reflexo em sua candidatura. Como a senhora avalia as duas
administrações? RC - Todos os municípios
estão atravessando dificuldades, com a diminuição dos royalties, FPM,
várias coisas. O Brasil todo passa por essa dificuldade. Há uma
expectativa grande e confio que em todo o mandato elas darão a
resposta. Não se pode avaliar um governo por um período de crise.
DD - Sobre as pesquisas de opinião, que a senhora apareceu bem na frente. A folga já lhe dá um sentimento de já ganhou? RC
- De forma nenhuma. Pelo amor de Deus (risos). A pesquisa é um
instrumento de orientação. A campanha não começou. Após a convenção
vamos apresentar as propostas e aí realmente começa a campanha. O que
as pesquisas mostram é uma vontade que eu seja candidata. E estou
atendendo.
DD
- Temos confirmadas três candidaturas competitivas ao governo, com a
sua, a de Iberê e de Carlos Eduardo. Esse cenário, com três candidatos
competitivos, já é sinalização de segundo turno, ou a senhora trabalha
com eleição para o primeiro turno? RC -
Temos que ser claros. Vai haver a convenção e tem a lei eleitoral Temos
que aguardar a formalização da candidatura e depois irmos a luta, pedir
votos, mostrar ideias e propostas. Esse vai ser o cenário, com três
candidaturas principais, mas quem vai dizer o resultado é o povo.
DD - Mas a senhora admite que dentro do seu grupo haverá um esforço para a vitória no primeiro turno? RC - Esse será um esforço que todos vão fazer.
DD - A emenda constitucional da senhora que trata sobre o aumento da licença maternidade para seis meses, em que pé está? RC
- Estou apelando ao presidente para que seja colocada em votação. Acho
muito importante que possamos dar às mulheres do Brasil, de uma maneira
geral, o direito de permanecer mais com os seus filhos.
DD - Tem muita gente achando que é muito tempo. RC
- Não é muito tempo. As crianças têm que ser amamentadas pelo menos por
seis meses e as mães quando são trabalhadoras precisam desmamar com
quatro meses. Está comprovado que não vai fazer com que alguma mulher
deixe de arranjar emprego, porque hoje a mulher faz seu planejamento
familiar. Além disso, a natalidade caiu bastante. A emenda está pronta
para ir ao plenário.
DD - Quando Garibaldi era presidente do Senado era mais fácil, né? RC - Muito mais! (Risos)
DD
- Outra PEC da senhora diz respeito à obrigatoriedade da convocação de
todos os aprovados em concursos públicos. Como ela está? RC
- Isso é um assunto importantíssimo. Temos que acabar com essa
indústria do concurso. As pessoas demoram muito para serem chamados,
enquanto isso os governos terceirizando, contratando temporários. Esse
projeto é para quem for aprovado seja chamado em um prazo determinado e
não seja feito concurso para esse tal cadastro reserva.
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