Otimista, a senadora acredita na possibilidade de que o PMDB esteja por inteiro em seu palanque na eleição estadual. Além disso, também garante que vai lutar pelo apoio da prefeita Micarla de Sousa e diz não temer prejuízos eleitorais devido às más avaliações de prefeitos que estarão em seu palanque.
Esses e outros temas foram tratados pela senadora Rosalba Ciarlini durante entrevista ao programa Diógenes Dantas Nominuto. Confira abaixo.
Diógenes Dantas - O processo eleitoral está começando a embalar e a chapa da senhora foi a primeira a se definir. Como a senhora está vendo este momento após a definição de sua chapa? Rosalba - Meu nome surgiu de forma espontânea, nas ruas. Estou como pré-candidata e após as convenções poderei dizer que somos candidatos. Recebemos o apoio importante do PMN através do seu presidente, o deputado Robinson. Eu o convidei e ele aceitou estarmos juntos, ele como pré-candidato a governador. Pré-candidato, assim como eu, porque a lei eleitoral diz que só poderemos falar como candidatos após as convenções...
DD - Mas já está acertado que ele vai ocupar a vaga de vice-governador na sua chapa que vai para a convenção, não é? RC - É verdade. Com sua experiência, com sua liderança, com a vontade que tem de mudar esse estado, que também é nossa vontade, de permanecer em defesa do Rio Grande do Norte e principalmente de sua região, que é a região Agreste.
DD - Robinson era candidato a governador, era dissidente do grupo governista porque deixaram de lado o projeto dele e já haviam decidido por Iberê. Qual foi o argumento utilizado para convencer Robinson a integrar sua chapa como vice? RC - O maior argumento foi que ele ouviu a população, teve essa sensibilidade. De saber que nós temos um projeto para fazer com que a Educação funcione, a Saúde funcione, tenhamos um governo que ajude os nossos jovens, a nossa infância, onde nós possamos ter um projeto de segurança. O tempo está passando, as oportunidades também, e não estamos aproveitando. É por essa sintonia de pensamentos que nós temos e achamos por bem somarmos, fazendo um projeto que faça o Rio Grande do Norte ter o seu potencial aproveitado.
DD - Existe algum compromisso de uma participação mais efetiva de Robinson Faria no Governo, ele vai ocupar algum espaço administrativo dentro de um governo que a senhora possa ocupar a partir do ano que vem? RC - Ele vai ser um companheiro, para que possamos juntos, com nossa ideias e com as ideias do povo, nós possamos fazer um governo que venha a melhorar a vida no Rio Grande do Norte.
DD - Mas a senhora não chegou a conversar com ele sobre a participação efetiva na estrutura de um possível Governo? RC - A participação será, com certeza, em todos os momentos da administração.
DD - A senhora terá um vice participativo... RC - Entendo que o vice não é uma figura decorativa. Ele tem que somar, colaborar e apoiar as ações do Governo. Até porque é o meu estilo, ouvir. Quanto mais se pode dividir responsabilidades, mais poderemos fazer.
DD - Não existe, então, nenhum acordo prévio? RC - Isso é algo para ser discutido dentro de uma aliança. Nós já temos alguns partidos, a presença do PMN, outros partidos se somando, e vamos bater as portas de todos. Independente de partido, teremos que ir de porta em porta para mostrar nossas propostas, apresentar nossos projetos e pedir o apoio do público.
DD - O PMDB está dividido. O grupo do senador Garibaldi está com a senhora, mas o grupo de Henrique Eduardo Alves está com Iberê. Como a senhora vai trabalhar com esse PMDB dividido? RC - Eu estou trabalhando com o povo. O PMDB foi um partido muito importante para a minha eleição como senadora, há uma sintonia muito forte e os participantes do PMDB. Eu entendo o partido não só com as lideranças. O sentimento do partido foi um dos pontos que me fez desde o início da caminhada nos deu esse entusiasmo de pré-candidata.
DD - A senhora acredita na divisão do PMDB? RC - É o que se encontra nesse momento, o que se diz. Mas ainda temos muito chão pela frente e vamos também bater a porta de todos.
DD - A senhora ainda nutre a esperança de que o PMDB se una na campanha em prol de sua candidatura? RC - Eu sou uma pessoa otimista e vou à luta. Com certeza vou tentar e vamos buscar o máximo de apoio que conseguirmos.
DD - Em Santa Cruz, no aniversário do vice-governador Iberê, o deputado Henrique Eduardo Alves afirmou que o PMDB que ele lidera vai formalizar o apoio à candidatura do vice-governador. Mesmo assim a senhora ainda crê que pode conseguir o apoio total do PMDB? RC - O PMDB é um partido de luta, histórico, que esteve presente nos momentos mais importantes da redemocratização. É confiando nesse sentimento de liberdade, de querer fazer o novo, que nós confiamos que podemos sim contar com o apoio integral do PMDB. Vamos convocar os que são militantes e os simpatizantes para que possamos fazer um projeto novo para o Rio Grande do Norte.
DD - O projeto nacional de Garibaldi é diferente do projeto da senhora, que deverá apoiar a candidatura de José Serra a nível nacional. Apesar do apoio à sua candidatura, Garibaldi deve apoiar Dilma Rousseff. Como a senhora vai conviver com esses posicionamentos diferentes a nível nacional? RC - Eu vou ser candidata a governadora do Rio Grande do Norte. Vamos tratar das questões ligadas ao estado. A nível nacional, os partidos ainda estão definindo as suas candidaturas e, no momento certo, saberemos conduzir essa questão.
DD - Mas Garibaldi já disse que vai apoiar Dilma Rousseff e a senhora vai apoiar Serra. A senhora vai conviver bem com esta diferença? RC - Com certeza. Seja quem for escolhido presidente, eu sendo eleita, estarei lá para levar as propostas e os projetos do Rio Grande do Norte. Uma coisa que eu fico indignada é que a governadora é aliada do presidente e, até agora, nós temos uma expectativa gerada e foi uma grande decepção. Um exemplo é o aeroporto de São Gonçalo, e muitas outras coisas.
DD - A senhora pode citar outra além do aeroporto? RC - Se fizermos a comparação com outros estados, como Ceará e Pernambuco, veremos que realmente o nosso estado está perdendo. Quem teria direito a uma refinaria? Com certeza o Rio Grande do Norte, que produz petróleo. Mas para onde estão indo as grandes refinarias? Maranhão, Pernambuco. Nós estamos com uma mini-refinaria em uma estrutura que já existia. A Transnordestina passando por todos os estados, menos pelo nosso. Foi um projeto que eu apresentei e foi aprovado. Espero que saia do papel e faça com que a Transnordestina passe pelo estado. A transposição do Rio São Francisco também foi uma luta nossa, quando detectamos que o trecho do Rio Apodi-Mossoró não estava no projeto. São tantas questões que infelizmente lamentamos.
DD - A senhora falou do escândalo, e estamos vendo um momento de grande dificuldade para o Democratas dentro do âmbito nacional, que é o escândalo em Brasília. Além dos problemas de Kassab em São Paulo. A senhora concorda que é um momento de dificuldades para o DEM? RC - Temos que saber fazer a separação. O caso do governador Arruda e seu grupo aconteceu no Distrito Federal, e o DEM fez o que outros partidos não fizeram, que foi pedir a expulsão daqueles envolvidos que não se desfiliassem, porque não podemos conviver com essa improbidade. Diferente de outros partidos que fizeram exatamente o inverso. Chegaram depois a levar pessoas a voltar à direção, a apóia-los para terem novos mandatos. O DEM fez diferente desde a primeira hora.
DD - Arruda era cotado como alternativa para ser o vice de José Serra... RC - A surpresa que tiveram as pessoas do Distrito Federal tivemos nós aqui. As pesquisas apontavam o governador como um bom administrador. Mas no momento em que foi mostrado o outro lado o partido não aceitou. Essa foi a diferença.
DD - O partido desconhecia essas ações? RC - Claro que sim. Tanto que tomou as medidas que tomou quando descobriu.
DD - O jornalista Josias de Souza trouxe a notícia de que o governador Arruda prepara um documento que pode complicar a vida de alguns membros do Democratas, e chega a citar até o senador José Agripino Maia. O DEM teme alguma declaração constrangedora do governador preso? RC - De forma nenhuma. Não tem nenhum temor. Todos conhecem a história do senador Agripino, tentam criar factóides, mas sempre ele demonstra que é um político que tem o trabalho de servir.
DD - Voltando às alianças locais, como estão as conversas do DEM com o Partido Verde, da prefeita Micarla de Sousa? RC - Estão muito bem. Estamos conversando muito. A prefeita Micarla de Sousa tem muita preocupações, atribuições, mas não tira o rumo da política. Estamos conversando com Micarla e queremos muito ter o PV como nosso aliado. Inclusive, ela já disse que a tendência e a vontade é que o PV decida por minha candidatura.
DD - Uma parte do PV segue defendendo a aliança com um grupo adversário, capitaneado por Iberê. O PV vai estar em seu palanque e apenas a suplência de senador será oferecida ao PV? RC - Todo o partido vai sentar na mesa para que hajam as conversas, que são naturais nesse momento. Mas pode ficar certo que estamos conversando e o PV é muito importante.
DD - Há rumores de que a má avaliação da prefeita Micarla no primeiro ano de administração, assim como Fafá Rosado, que também enfrenta dificuldades, poderiam ter reflexo em sua candidatura. Como a senhora avalia as duas administrações? RC - Todos os municípios estão atravessando dificuldades, com a diminuição dos royalties, FPM, várias coisas. O Brasil todo passa por essa dificuldade. Há uma expectativa grande e confio que em todo o mandato elas darão a resposta. Não se pode avaliar um governo por um período de crise.
DD - Sobre as pesquisas de opinião, que a senhora apareceu bem na frente. A folga já lhe dá um sentimento de já ganhou? RC - De forma nenhuma. Pelo amor de Deus (risos). A pesquisa é um instrumento de orientação. A campanha não começou. Após a convenção vamos apresentar as propostas e aí realmente começa a campanha. O que as pesquisas mostram é uma vontade que eu seja candidata. E estou atendendo.
DD - Mas a senhora admite que dentro do seu grupo haverá um esforço para a vitória no primeiro turno? RC - Esse será um esforço que todos vão fazer.
DD - A emenda constitucional da senhora que trata sobre o aumento da licença maternidade para seis meses, em que pé está? RC - Estou apelando ao presidente para que seja colocada em votação. Acho muito importante que possamos dar às mulheres do Brasil, de uma maneira geral, o direito de permanecer mais com os seus filhos.
DD - Tem muita gente achando que é muito tempo. RC - Não é muito tempo. As crianças têm que ser amamentadas pelo menos por seis meses e as mães quando são trabalhadoras precisam desmamar com quatro meses. Está comprovado que não vai fazer com que alguma mulher deixe de arranjar emprego, porque hoje a mulher faz seu planejamento familiar. Além disso, a natalidade caiu bastante. A emenda está pronta para ir ao plenário.
DD - Quando Garibaldi era presidente do Senado era mais fácil, né? RC - Muito mais! (Risos)
DD - Outra PEC da senhora diz respeito à obrigatoriedade da convocação de todos os aprovados em concursos públicos. Como ela está? RC - Isso é um assunto importantíssimo. Temos que acabar com essa indústria do concurso. As pessoas demoram muito para serem chamados, enquanto isso os governos terceirizando, contratando temporários. Esse projeto é para quem for aprovado seja chamado em um prazo determinado e não seja feito concurso para esse tal cadastro reserva.
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