segunda-feira, 19 de abril de 2010

"Pulseira do sexo" sai de moda entre estudantes"

Garota de 16 anos relata ter ouvido cantadas que envolviam uso do adereço
Letícia Casado, do R7



Estudante mostra pulseira colorida em escola de São Paulo
 Os pais brigaram, argumentaram e venceram: as crianças estão deixando de usar as “pulseiras do sexo”. Em meio a debates devido ao significado do acessório, histórias de violência relacionadas ao seu uso e proibições de comercialização em algumas cidades brasileiras, o acessório está caindo em desuso.
Da turma de adolescentes do colégio Isaac Newton (zona norte de São Paulo), Beatriz* foi uma das poucas garotas que a reportagem encontrou usando a polêmica pulseira. E usava só uma, preta, que ganhou "de lembrancinha de um amigo".
Ela não se intimida com brincadeiras a respeito do significado do acessório.
Mesmo assim, a garota de 16 anos confessa já ter sido paquerada fora da escola, escutando cantadas que envolviam a pulseira.
No seu grupo de 11 amigos, todos entre 15 e 16 anos, oito concordaram que a venda da pulseira deve ser proibida “porque está causando muita polêmica”. Apenas uma adolescente sabia do caso de violência ocorrido no Paraná, e nenhum deles tomou conhecimento sobre os crimes de Manaus.
Todas as garotas da turma de Beatriz já aderiram à moda meses atrás, mas tiraram o acessório porque os pais pediram.
"Duzentas" pulseiras
Com 13 anos, piercing no nariz e maquiagem no rosto, a moderna Jaqueline* gosta de moda e de polêmica. Mesmo sabendo o significado das cores das pulseiras, ela não deixou de usar até que sua mãe a obrigasse a tirar o adereço.
- Minha mãe me fez tirar. Eu usava “umas duzentas” em cada braço. Em outra escola da cidade, a Magno, a diretora Miriam Tricate afirma que muitas crianças usavam a pulseira como enfeite, sem saber o seu significado. Neste ano, a moda foi abandonada.
Dez escolas entre as 21 ouvidas pelo R7 não registraram casos de estudantes usando as “pulseiras do sexo” nos últimos meses.
Seis outros colégios paulistanos foram procurados, mas não responderam à reportagem até a publicação deste texto.
Algumas escolas, como a tradicional Nossa Senhora das Graças, situada no Itaim Bibi, na zona oeste de São Paulo, constataram que a moda passou a ser mais comum entre os alunos mais novos.
*Nomes fictícios

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