"Jamais imaginei chegar tão longe". A frase resume a satisfação da estudante Amanda Priscilla Araújo da Silva, de 20 anos, que integra o grupo dos 12 universitários natalenses que partirão, entre junho e agosto, para um intercâmbio de 12 meses nos Estados Unidos. Filha de pai aposentado e mãe catadora e recicladora de lixo, a jovem foi selecionada entre 150 brasileiros pela Comissão Fulbright para dar continuidade à graduação tecnológica e ainda estudar inglês.
Amanda Priscilla foi escolhida entre 150 brasileiros que farão curso Foto: Ana Amaral/DN/D.A Press |
Para Amanda, as perspectivas de futuro aumentaram com a chance de estudar em outro país. "Quando voltar, tenho certeza que poderei mudar a vida da minha família", disse, ao relatar que seu sustento vem com dificuldade. "Minha mãe ajuda restaurantes e é de lá que tiramos nosso almoço. Meu pai recebe apenas um salário e ela ajuda com uma renda extra, conseguida do trabalho com reciclagem".
Os 12 natalenses e demais estudantes brasileiros que viajarão para os EUA foram submetidos a dois exames de proficiência na língua inglesa (Telp e TOEFL), além de responderem a um amplo questionário e serem submetidos a entrevistas. Em quatro anos, 25 alunos potiguares já foram aprovados na seleção. Na tarde de ontem, o diretor da Comissão Fulbright desembarcou em Natal para uma reunião com os estudantes do IFRN, que, junto a outros dois cearenses, constituem a representação nordestina. "Todas as regiões são contempladas, como forma de levarmos a maior representatividade possível do país", explicou Luiz Loureiro. "É uma oportunidade ímpar para os estudantes e ainda para as instituições da qual fazem parte", destacou o diretor. Os estudos e a estadia serão financiados pelo governo dos EUA, e os alunos menos fluentes em inglês passarão três meses antes do curso do programa aprimorando o idioma. A seleção existe em 10 países.
Sonho
Além de buscar os exames Telp e TOEFL para serem aplicados no IFRN, o professor Marcelo Camilo, coordenador de Extensão e Relações Institucionais do IFRN, foi atrás de chances para realizar o sonho pessoal e profissional dos estudantes. O docente é um dos que mais comemoram a vitória dos estudantes potiguares, já que, após uma experiência como intercambista, trouxe para a instituição a proposta de inserir os alunos em programas como o da Fulbright. "Nossa felicidade é imensa. Demos um salto na educação de estudantes que eram de escolas públicas, que chegaram desnivelados e agora estão nivelados, e ainda tornamos possível a internacionalização do Instituto, que também ganha com o intercâmbio", afirmou.
Do diariodenatal.com.br
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