A Organização
das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura - Unesco pediu às
autoridades brasileiras que investiguem e levem à justiça os responsáveis pelo
assassinato do jornalista Francisco Gomes de Medeiros.
O repórter
investigativo, de 48 anos, foi morto a tiros no último dia 18, em frente à casa
onde vivia, a 280 km
de Natal, capital do Rio Grande do Norte.
Tráfico de
Drogas
F. Gomes, como
era conhecido, trabalhava como radialista há mais de 22 anos. E à Rádio Caicó
AM, ele chegou em 2007. Ele investigava crimes relacionados ao tráfico de
drogas.
A
diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, disse que o repórter foi morto porque
estava desempenhando sua função de jornalista.
Ele mantinha um
blog que levava o seu nome e também apresentava o programa de rádio
"Comando Geral"
O repórter
policial da Caicó AM, Sidney Silva, falou à Rádio ONU sobre a convivência
diária com o colega.
Destruição
das Famílias
"Ela era
uma pessoa muito boa, comprometida com o próximo e com seus ideais. Ele
combatia, de forma aguerrida, a destruição das famílias por conta do tráfico de
drogas aqui na cidade de Caicó. Era uma pessoa que cuidava de sua casa, de sua
família. Cuidava da esposa, dos filhos e os amava profundamente. Ele cuidava da
mãe, dos irmãos e era uma pessoa que cuidava dos que precisavam", disse.
Após levar
cinco tiros, F. Gomes chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital.
Testemunhas contaram que ele foi alvejado por um homem numa motocicleta.
Segundo a mídia
local, um dos suspeitos teria confessado o crime alegando vingança, mas a
polícia ainda estaria investigando para saber se o assassinato não teria tido
um mandante.
Nota
A
Diretora-Geral da UNESCO, Irina Bokova, condenou hoje, terça-feira, 26 de
outubro, o assassinato do jornalista Francisco Gomes de Medeiros em Caicó,
ocorrido no dia 18 de outubro, e pediu uma investigação completa no crime.
“Eu condeno
o assassinato de Francisco Gomes de Medeiros,” disse Bokova. “Ele foi
morto porque estava cumprindo seu papel de jornalista que informa sobre o mundo
do crime. Ele morreu para defender o direito básico da liberdade de expressão,
base de uma sociedade democrática. Eu chamo os brasileiros para fazer todo
esforço para investigar seu assassinato sem temer os culpados”.
O jornalista e
radialista, Francisco Gomes de Medeiros, 48 anos, foi morto no dia 18 de
outubro, por volta das 21 horas e 30 minutos, fora de sua casa no bairro
Paraíba. Uma pessoa em uma motocicleta atirou cinco vezes. Ele morreu logo
depois de chegada no hospital.
Conhecido como
F. Gomes, ele era um dos repórteres de crime mais respeitados no estado,
expondo atividades ilegais como a troca de voto por droga em seu blog. Ele
também era diretor do departamento de notícias de Rádio Caicó AM, onde
apresentava diariamente o programa “Comando Geral”.
O Instituto
Internacional de Imprensa divulgou nota informando que já chega a 18 o número
de jornalistas que foram mortos no Brasil por causa de seu trabalho na última
década.
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