quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Unesco pede ao Brasil para investigar assassinato de F. Gomes


A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura - Unesco pediu às autoridades brasileiras que investiguem e levem à justiça os responsáveis pelo assassinato do jornalista Francisco Gomes de Medeiros.
O repórter investigativo, de 48 anos, foi morto a tiros no último dia 18, em frente à casa onde vivia, a 280 km de Natal, capital do Rio Grande do Norte.
Tráfico de Drogas
F. Gomes, como era conhecido, trabalhava como radialista há mais de 22 anos. E à Rádio Caicó AM, ele chegou em 2007. Ele investigava crimes relacionados ao tráfico de drogas.
A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, disse que o repórter foi morto porque estava desempenhando sua função de jornalista.
Ele mantinha um blog que levava o seu nome e também apresentava o programa de rádio "Comando Geral"
O repórter policial da Caicó AM, Sidney Silva, falou à Rádio ONU sobre a convivência diária com o colega.
Destruição das Famílias
"Ela era uma pessoa muito boa, comprometida com o próximo e com seus ideais. Ele combatia, de forma aguerrida, a destruição das famílias por conta do tráfico de drogas aqui na cidade de Caicó. Era uma pessoa que cuidava de sua casa, de sua família. Cuidava da esposa, dos filhos e os amava profundamente. Ele cuidava da mãe, dos irmãos e era uma pessoa que cuidava dos que precisavam", disse.
Após levar cinco tiros, F. Gomes chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital. Testemunhas contaram que ele foi alvejado por um homem numa motocicleta.
Segundo a mídia local, um dos suspeitos teria confessado o crime alegando vingança, mas a polícia ainda estaria investigando para saber se o assassinato não teria tido um mandante.
Nota
A Diretora-Geral da UNESCO, Irina Bokova, condenou hoje, terça-feira, 26 de outubro, o assassinato do jornalista Francisco Gomes de Medeiros em Caicó, ocorrido no dia 18 de outubro, e pediu uma investigação completa no crime.
Eu condeno o assassinato de Francisco Gomes de Medeiros,” disse Bokova. “Ele foi morto porque estava cumprindo seu papel de jornalista que informa sobre o mundo do crime. Ele morreu para defender o direito básico da liberdade de expressão, base de uma sociedade democrática. Eu chamo os brasileiros para fazer todo esforço para investigar seu assassinato sem temer os culpados”.
O jornalista e radialista, Francisco Gomes de Medeiros, 48 anos, foi morto no dia 18 de outubro, por volta das 21 horas e 30 minutos, fora de sua casa no bairro Paraíba. Uma pessoa em uma motocicleta atirou cinco vezes. Ele morreu logo depois de chegada no hospital.
Conhecido como F. Gomes, ele era um dos repórteres de crime mais respeitados no estado, expondo atividades ilegais como a troca de voto por droga em seu blog. Ele também era diretor do departamento de notícias de Rádio Caicó AM, onde apresentava diariamente o programa “Comando Geral”.
O Instituto Internacional de Imprensa divulgou nota informando que já chega a 18 o número de jornalistas que foram mortos no Brasil por causa de seu trabalho na última década.

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