sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Lotação no Walfredo terá que ser sanada

A Secretaria do Estado da Saúde Pública (Sesap) tem até 15 de dezembro para adotar providências necessárias para que cinco hospitais regionais internem pacientes que necessitem de atendimento de baixa complexidade. A medida é uma forma de desafogar o Hospital Walfredo Gurgel, maior unidade hospitalar de urgência do Rio Grande do Norte. Os hospitais regionais que deverão ter o funcionamento modificado, inclusive, com o fechamento dos pronto-atendimentos são os localizados nos municípios de Assu, Parnamirim, Macaíba, Caicó e Currais Novos. O prazo de 15 de dezembro foi acordado em audiência realizada com representantes do Ministério Público, Justiça e Sesap.


Principal centro de atendimento do RN recebe excesso de pacientes do interior Foto:Carlos Santos/DN/D.A Press
A notícia não agradou aos prefeitos e secretários municipais de saúde que terão que adequar o serviço municipal de saúde para receber os pacientes que atualmente utilizam os pronto-atendimentos dos hospitais regionais. "Não sei se os gestores terão que contratar profissionais, adaptar a infraestrutura das unidades ou pagar plantões a médicos. Eles terão que se responsabilizar pelo atendimento de urgência de baixa complexidade conforme previsto pelo Ministério da Saúde", ressaltou a promotora de Saúde, Iara Pinheiro Albuquerque.

De acordo com a representante do MP, os municípios têm que oferecer à população unidades com serviço de emergência, conforme prevê a portaria 2048/2002, documento que rege a política nacional de atenção às urgências. "Já conseguimos que a situação fosse alterada em Natal. Agora é a vez de outros municípios. Isso vai desafogar o Walfredo Gurgel", disse a promotora.

A promotora de Saúde afirmou que muitos desses hospitais têm leitos ociosos, conforme informação do próprio secretário estadual de Saúde, George Antunes, durante a reunião. A deficiência para o funcionamento adequado, segundo o gestor, seria a quantidade de recursos humanos para que as unidades funcionem em sua capacidade máxima.

Na opinião da promotora, após essa modificação os hospitais vão poder cumprir sua função que é a de internarpacientes. "Um hospital pode até não ter pronto-atendimento, mas obrigatoriamente ele tem que internar. Essa é sua missão", destacou. A promotora diz ter consciência que a proposta não vai resolver todos os problemas que envolvem o Walfredo, mas vai possibilitar uma melhor coerência entre os hospitais do interior.

CritérioDurante os meses de julho e agosto deste ano, a promotora e a direção técnica do HWG analisaram os pedidos de internação que chegaram ao hospital e verificaram que no espaço reservado ao motivo da solicitação havia apenas a palavra: internação. Ou seja, nenhuma explicação convincente pelo pedido de leito do maior hospital de emergência do estado. "Esse excesso de transferências sem motivo aparente atrapalha o funcionamento do Walfredo, mas estamos trabalhando para mudar essa situação", destacou a promotora.
Do DN

Nenhum comentário:

Postar um comentário