Maria Betânia Monteiro - repórter TN
Ao entrar no corredor da folia, hoje, às 20h30, o Burro Elétrico vai marcar a virada no ritmo de Forró da Coreia. É que este ano, além do tradicional trio elétrico, o bloco traz uma comissão de frente formada por quatro sanfoneiros. Os músicos prestarão uma homenagem ao forrozeiro potiguar Elino Julião, com presença de sanfoneiros no asfalto, fazendo a comissão de frente. “Nós queríamos fazer uma homenagem a um representante do forró, escolhemos Elino, que é da nossa terra”, disse Flávio Rezende, assessor de imprensa e um dos fundadores do Burro Elétrico.
Ao passar pelo corredor da folia, o bloco se despede dos sanfoneiros, por questão de segurança. Mas os seguidores do tradicional bloco de jornalistas e simpatizantes vão ter motivos suficientes para continuar no arrasta-pé frenético. Comandando o trio elétrico, Capilé vai tocar um repertório bem eclético. MPB, Axé e outras músicas que fizeram sucesso nas décadas de 1970, 1980 e 1990 serão as mais tocadas. “Capilé já sabe o que a gente gosta de ouvir”, disse animado o assessor.
Contrariando a música de Caetano que diz: “Atrás do trio elétrico/Só não vai quem já morreu/ Quem já botou pra rachar/ Aprendeu, que é do outro lado/ Do lado de lá do lado/ Que é lá do lado de lá”, quem deixar o trio elétrico passar, vai encontrar logo em seguida o carro de apoio e as músicas do DJ Berto. “O DJ vai misturar música eletrônica com outras que fizeram sucesso em décadas anteriores”, explicou Flávio.
Bandinha de frevo na corda
E se o folião deixar o trio e o carro de apoio passar, ainda assim não vai desanimar. Lá no final do bloco vai ter uma bandinha de frevo, tocando os clássicos do carnaval. “O folião escolhe. Se for colado no trio, escuta capilé; se for perto do carro de apoio escuta o DJ e se for lá pra traz escuta só a banda de frevo. Não vai haver interferência”, garantiu o jornalista. O Burro elétrico vai ficar quatro horas no ar e para garantir a animação, distribuirá no percurso, bebida e salgadinhos.
Há quase 20 anos no Carnatal, o Burro Elétrico começou como uma alternativa para os jornalistas, que cobriam o evento e nunca tinham tempo de se divertir. E essa pequena turma, jovem, alegre, atrás do trio, cercada de maneira hilária, por cordões simples, numa espécie de sátira aos blocos oficiais, foi granjeando simpatia por onde passava, aplausos, risos e, pedidos. Como uma espécie de comício público, lembrando os tempos da democracia romana, os vinte primeiros componentes, todos bêbados, foram fazendo promessas de abrir algumas vagas no ano vindouro, para que outros jornalistas ou agregados, pudessem também fazer parte daquela comitiva alegre e festeira.
Já passaram pelo trio do Burro as bandas Trio Ovny, Banda Xodó, Pedro Mendes, Cida Lobo, Lane Cardoso, Alphorria, Sueldo Soaress, Khrystal, com algumas participações especiais cde Marina Elali e Margareth Menezes. A partir de 97, o bloco firmou uma parceria com o paraibano/potiguar Capilé, que vem dividindo o palco do trio com outros cantores, mas ganhou o cargo de puxador oficial.
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