Érika Damásio // do Diário de Natal
Do período de 2009 para 2010, houve um crescimento em 120% dos casos da doença notificados no estado. Somente no ano passado, foram 8.468 casos. Desses, foram 424 notificações de dengue hemorrágica e 16 pessoas morreram. Essa é uma realidade que deve ser motivo de preocupação principalmente para os gestores municipais no estado do Rio Grande do Norte. São 50 cidades que ocupam a zona de risco muito alto e outras 37, que estão no índice considerado de risco alto. Este ano, já houve casos de sorologia confirmados nos municípios de Parnamirim, Natal e Santa Cruz.
Os dados sobre uma matriz que identifica as maiores áreas de trasmissão do vírus foram apresentados ontem na sede da Secretaria de Estado de Saúde Pública do RN (Sesap). A nota técnica com diretrizes do Ministério da Saúde foi elaborada por meio de critérios como índice de infestação predial, densidade populacional, além de dados de incidência de dengue, resultado dos últimos10 anos. Entre alguns municípios que estão na lista dos casos em alerta, estão Natal, Ceará-Mirim, Caicó, Macaíba, Currais Novos, Mossoró, São José de Mipibu e Parnamirim.
De acordo com a subcoordenadora de vigilância epidemiológica da Sesap, Juliana Araújo, foi encaminhado um relatório para todos os municípios do RN alertando a situação. Trabalhos voltados para o monitoramento de abastecimento de água, saneamento básico, melhoramento da atenção básica de saúde, além da limpeza urbana, podem ser ações preventivas de combate à dengue. "Essa questão não é só um problema de saúde pública, mas de todo o governo. Todas as secretarias, dentro das suas competências podem ajudar a criar um plano de contigência".
A Sesap comenta que além dos trabalhos de monitoramento, vem realizando ações de capacitação de supervisores, que atualmente atendem em seis regionais de saúde no estado. "Em último grau, agimos com os carros fumacês, pois é uma medida paleativa que usamos somente quando a doença está muito espalhada" explica Juliana Araújo.
Um dado importante é que 80% dos índices de dengue registrados na população do Nordeste foram constatados por meio de focos residenciais. "Surtos de dengue podem ser evitados quando a população abre os imóveis que estão fechados, para que sejam realizados os trabalhos dos agentes de saúde" comenta a subcoordenadora de vigilância epidemiológica da Sesap, Juliana Araújo.
Números
l 8.468 casos ao todo no ano passado. Desses, foram 424 notificações de dengue hemorrágica e 16 pessoas morreram
l 50 cidades ocupam a zona de risco muito alto e outras 37 estão no índice considerado de risco alto.
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