No início de 2010, cerca de 90% das sementes entregues aos pequenos produtores cadastrados no programa Banco de Sementes do Governo do Estado, não produziram devido a seca que castigou o Rio Grande do Norte. Para 2011, com a previsão da antecipação das chuvas e inverno regular, segundo a Emparn, a Secretaria Estadual de Agricultura pretende iniciar a distribuição de 339 toneladas de sementes no início de fevereiro. Um incremento de 119 toneladas em relação ao ano passado.
O processo de compra das sementes ainda não foi iniciado e o estoque atual não chega a 20 toneladas, que é considerado muito baixo. São distribuídas, em média, 18 quilos de semente por produtor. Serão entregues para cada agricultor, 5 quilos de sementes de feijão, 5 quilos de sementes de milho e 3 quilos de sementes de sorgo.
O secretário estadual de Agricultura, Betinho Rosado, está otimista e afirma que 2011 será muito positivo para a produção agrícola no estado. “Será um ano muito bom. Haverá muita lavoura e açudes cheios”. Ressalta, entretanto, que o orçamento da Secretaria é muito baixo e que seriam necessários R$ 3 milhões para repor o estoque de sementes por completo.
Para a compra dos grãos, que serão entregues aos agricultores do estado pelos escritórios regionais da Emater, o secretário informou que foram solicitados R$ 2 milhões, além de uma complementação de R$ 1,5 milhão.
Além da entrega destes grãos, a Secretaria também fornecerá sementes de cajueiro anão precoce e algodão, mas eles não fazem parte do programa Banco de Sementes. “Aproveita-se o ciclo de chuvas e entrega-se todas as mudas de uma única vez”, comenta Betinho. Elas são entregues de acordo com o zoneamento agrícola do Ministério da Agricultura. Atualmente, cerca de 32 mil pequenos produtores estão cadastrados na Secretaria de Agricultura, superando o índice de cadastros de 2010.
A manutenção do estoque de sementes depende não somente da Governo do Estado. “Nós estamos sempre expandindo o programa e é de suma importância que os agricultores reponham as sementes”, explica o secretário. Nem sempre os produtores devolvem as sementes aos escritórios da Emater e isso prejudica a manutenção do estoque, como está acontecendo agora.
Os agricultores interessados em receber as sementes, devem fazer um cadastro no escritório da Emater do seu município. Os dados são enviados para a Secretaria de Agricultura e no ano seguinte, os produtores receberão as mudas entregues pelo governo estadual.
Dentre as 339 toneladas de sementes previstas para este ano, serão entregues: 55 toneladas de mudas de algodão, 123 de milho, 93 de surgo, 123 de feijão e 75 mil mudas de cajueiro anão precoce.
Previsão
O início do inverno se dará mais cedo este ano no semiárido do Rio Grande do Norte. As chuvas começam entre a segunda quinzena de janeiro e o início de fevereiro. Essa é a previsão da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn). As chuvas que caem sobre quase todas as regiões do estado durante essa semana poderão permanecer até o início do final de semana, especialmente no Agreste e Litoral.
O meteorologista Gilmar Bristot afirma que as imagens de satélite mostram a continuidade das condições favoráveis às chuvas. “Não teremos pancadas d’água. Os estudos também não indicam que teremos veranico – que é a estiagem curta”.
Mais da metade dos reservatórios com pouca água
Diferente de 2008, quando os temporais que caíram sobre o Rio Grande do Norte encheram os reservatórios e provocaram perdas nas lavouras, hoje, mais da metade dos açudes que servem para irrigar as pequenas plantações estão com índices de volume armazenado inferior a 50% da capacidade total (veja quadro).
Em sete meses, o maior reservatório do estado, a barragem Armando Ribeiro Gonçalves, perdeu cerca de 4 mil metros cúbicos de volume armazenado.
Em alguns casos, o volume dos reservatórios é muito baixo, como é o caso do Açude de Umarizal (com apenas 10% da capacidade). Gargalheiras (em Acari) que no ano passado chegou em sua capacidade máxima no inverno, hoje tem apenas 39% de seu volume total.
A equipe do serviço de meteorologia da Emparn irá divulgar, ainda esta semana, um diagnóstico mais preciso sobre as precipitações que poderão ocorrer e, desta forma, orientar os agricultores. “Somente após essa análise poderemos orientar os agricultores quanto ao eventual início da preparação da terra para o plantio”, comenta Gilmar Bristot.
Em 2008 e 2009 o Rio Grande do Norte sofreu com fortes chuvas que transbordaram reservatórios, alagaram cidades, destruindo casas e devastando plantações.
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