O Rio Grande do Norte terá um Centro de Tecnologia de Energia Eólica, à exemplo do já ocorre com o pólo de Gás e Energias Renováveis. A informação foi repassada pelo secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Benito Gama. Segundo ele, o centro será montado através de uma parceria entre os governos estadual e federal com empresas do ramo eólico. As negociações já começaram. "Nossa ideia é construir o maior Centro de Tecnologia de Energia Eólica do mundo e formar até 15 mil pessoas no RN". Parte do lucro obtido com a geração de energia eólica no RN será investido na construção do centro, uma vez que 1% de todo faturamento deve ser aplicado em pesquisa. Atualmente, dois parques estão em operação no RN. Os 62 restantes vão entrar em operação até 2013. Os investimentos chegam a R$ 8 bilhões até 2013.
Enquanto investidores nacionais e internacionais vêem uma grande chance de obter lucro na instalação dos parques eólicos no Rio Grande do Norte, Benito Gama enxerga uma oportunidade de associar desenvolvimento econômico e social, através do aluguel/arrendamento de áreas, principalmente no semi-árido potiguar, e da arrecadação de tributos, como o ICMS. Do total de 2 mil mega watts de energia a serem gerados no Brasil através das torres eólicas, ele firma que mil serão gerados no RN, alcançando metade do total. Para Benito Gama, isso se deve a vários fatores, entre eles a qualidade dos ventos no RN, que sopram numa velocidade constante, reduzindo assim o risco de curtos circuitos e apagões.
De acordo com Benito Gama, que está em Brasília, uma reunião entre governo e investidores será agendada nos próximos dias para traçar as metas e definir o que cada um pode fazer. Além da criação do centro, o estado também quer trazer uma montadora especializada na produção de peças para parques eólicos. Na avaliação do titular da pasta de Desenvolvimento Econômico, a instalação de uma montadora no RN geraria emprego e renda e reduziria os custos e transtornos derivados do transportedas peças, que podem chegar até 45 metros. Enquanto a empresa não chega, Benito estuda a possibilidade de realizar o transporte através do porto de Natal.
Investimentos
Oito bilhões de reais. O valor é tão alto que nem o Banco do Nordeste (BNB) consegue financiar tudo. O orçamento do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) para 2011 é de R$ 900 milhões. Apesar de ser considerado o maior valor da história, não consegue atender nem de longe as propostas das empresas investidoras, que gostariam que o BNB financiasse R$ 5 bilhões em eólica no RN só em 2011. O superintendente do banco, José Maria Vilar, está buscando outras fontes de recursos, como o Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT), que pode disponibilizar R$ 3 bilhões ou o BNDS. Para Vilar, a saída seria financiar parte dos projetos através do FNE e a outra parte com recursos oriundos de outros fundos.
Na última semana, o BNB divulgou o balanço de 2010. O setor de infraestrutura, cujo carro chefe é a eólica, liderou a busca por financiamentos. Do total de R$ 1,4 bilhão destinado a todos os setores da economia, a éolica abocanhou nada menos que R$ 658 milhões, seguido de longe pelo setor do comércio e serviços, 2º colocado, que ficou com R$ 394,3 milhões. O valor financiado pelo setor de infraestrutura subiu 64,1% em apenas um ano, alcançando R$ 658 milhões.
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