Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba – O projeto do novo Código Florestal busca a sustentabilidade e
o desenvolvimento do país, disse ontem (1º) a ministra do Meio Ambiente,
Izabella Teixeira. Para ela, a agricultura brasileira não será
sustentável se não proteger as nascentes dos rios e outros recursos
naturais. Em sua visita a Curitiba, onde foi debater com produtores
rurais, empresários e parlamentares a proposta de mudança na legislação
em tramitação no Congresso Nacional, a ministra adiantou que o governo
não permitirá mais desmatamentos em florestas nativas.
“Temos que proteger a biodiversidade, fazendo uso de instrumentos
ecológicos mais modernos que permitam aumentar renda dos que têm
florestas nas suas terras”, afirmou Izabella. Por isso, acrescentou, o
Brasil está buscando alternativas para não ter mais desmatamentos em
florestas nativas e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Na manhã de ontem, a ministra participou de audiência pública na
Assembleia Legislativa do Paraná. “Estamos ouvindo a posição de
agricultores familiares, conservacionistas e grandes produtores para que
possamos avaliar se estamos no caminho certo para termos um Código
Florestal moderno. A ideia é que ele resolva situações injustas do
passado e propicie novas condições para a produção sustentável da
agricultura brasileira e da economia florestal, além da conservação da
biodiversidade.”
De acordo com a ministra, desde o ano passado o governo vem
apresentando propostas para as alterações do Código Florestal. “Estamos
em contato permanente com o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), autor do
projeto que propõe a mudança, com deputados da bancada ruralista e
ambientalistas para identificar alternativas para os problema
apontados.”
Uma lei mais sólida, assinalou Izabella, evitará tragédias como a da
região serrana do Rio, devastada por enxurradas e avalanches de terra no
início deste ano. Ela estima que 90% dos prejuízos sofridos pelos
municípios da região – quase mil pessoas morreram, cerca de 500
desapareceram e mais de 8 mil ficam desabrigados - ocorreram em
consequência de ocupações inadequadas em área de preservação permanente.
Agora à tarde, Izabella se reúne com representantes do setor
industrial, na Federação das Indústrias do Paraná, para ouvir sugestões
ao novo Código Florestal. Presidentes de sindicatos e empresários do
setor florestal vão pedir que o assunto seja tratado de maneira técnica e
responsável.
Eles dizem que os empresários do setor florestal devem ser vistos como
participantes ativos e corresponsáveis pelo desenvolvimento e o
equilíbrio ambiental. Também reclamam do tratamento dado à cadeia
produtiva, responsável pela produção da matéria-prima para as indústrias
de móveis, celulose, papel e para fins energéticos.
De acordo com a Fiep, a indústria de base florestal é de grande
importância para a economia do Paraná. O setor é composto por 6,2 mil
empresas, que geram quase 100 mil empregos diretos. No ano passado, as
exportações do segmento somaram US$ 1,183 bilhão.
O coordenador da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da
Região Sul (Fetraf- Sul), Neveraldo Oliboni - entidade que representa
150 mil agricultores familiares - entregou um documento à ministra
sugerindo, entre outras medidas, a criação de uma política de pagamentos
por serviços ambientais aos agricultores familiares.
Da Agência Brasil
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