Os
quase sete meses da morte de F. Gomes, foram "sofridos" para a viúva
dele, a assistente social Maria Eliene de Queiroz Gomes. Ontem à tarde,
em entrevista exclusiva à TRIBUNA DO NORTE - a primeira após o crime-
ela falou da dor que sente até hoje e das mudanças provocadas pela perda
do companheiro.
TRIBUNA DO NORTE - Como está sua vida e de seus filhos após esses sete meses da morte de F. Gomes?São
dias, meses de muito sofrimento. Não há um só dia em que eu e meus três
filhos não pensemos em F. Gomes. A dor ainda é uma constante.
Como foi sua relação com F. Gomes?Foram
dois anos de namoro e 20 de casamento. Ou seja, foi uma vida ao lado
dele. F. Gomes foi um marido maravilhoso, um pai atencioso. Ele se
preocupava com a família, para quem se dedicava muito. É por isso que
ainda não me acostumei com a ausência dele e acho que esse sentimento
nunca vai passar.
Sem seu marido, a sua família passa por alguma necessidade hoje?Financeira não. Nossa necessidade é apenas da presença dele. F. Gomes faz muita falta para mim e para os nossos filhos.
A senhora e seus filhos se mudaram para Natal. Por que?Porque minha filha está fazendo faculdade e eu precisava reunir os meus outros dois para ficarmos todos juntos.
A senhora tem acompanhado o noticiário sobre o Caso F. Gomes?Sempre
leio jornais, blogs, assisto TV e ouço rádio. Acompanho de perto para
saber como estão as investigações e agora o processo.
A
polícia e o Ministério Público apontaram dois homens como sendo o
executor e o mandante da morte de F. Gomes. A senhora está satisfeita
com a investigação?Sim. Confio muito no trabalho da polícia.
Nesse período todo, a senhora nunca havia se pronunciado sobre o caso. Por que resolveu conceder essa entrevista hoje?Nunca
havia falado porque não tinha condições. As pessoas me procuraram no
dia do crime e em seguida no velório e no enterro, mas não tinha
condições físicas e psicológicas de dizer nada. Aceitei dar essa
entrevista com um único objetivo: agradecer. Eu preciso agradecer a
todos que me deram forças nesse período, que é o pior da minha vida e de
meus filhos. Quero agradecer a polícia pelo trabalho que foi feito. Aos
bombeiros. Aos amigos. Aos parentes. A todos que tentaram falar comigo
no dia do velório e do enterro. À toda a imprensa tanto daqui de Caicó
como de fora, que vem acompanhando e cobrando por justiça pela morte de
meu marido. Também tenho que agradecer a meus três filhos [uma moça de
20 anos e dois gêmeos de 15 anos], que têm me apoiado em tudo, inclusive
nessa nossa mudança para Natal. Mas principalmente eu quero agradecer a
F. Gomes por tudo que ele fez por mim, pelo amor que ele me ofereceu e
pelos filhos maravilhosos que me deu.
Eliene com F. Gomes e seus três filhos
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