terça-feira, 21 de junho de 2011

Reação alérgica pode ser a causa das mortes

As mortes de duas mulheres no decorrer de cirurgias de lipoaspiração - uma delas na semana passada -, deixou a classe médica do Rio Grande do Norte preocupada. Diante dos incidentes, os cirurgiões do estado se reuniram, no último sábado, para analisar as possíveis causas das mortes. Segundo o cirurgião Marco Almeida, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, um novo encontro deverá acontecer hoje, desta vez com a participação dos anestesistas. O objetivo é levantar os detalhes sobre as cirurgias que resultaram nas mortes, as condições hospitalares, o fornecimento e a qualificação dos medicamentos usados nos procedimentos.


Marco Almeida é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Foto: Joana Lima/DN/D.A Press
O médico que esteve à frente das duas cirurgias é José Manoel Pereira de Freitas. O primeiro caso aconteceu no dia 12 de maio, quando a cabeleireira Neusilene Odete da Silva, de 39 anos, faleceu durante a realização de uma lipoaspiração, no Natal Hospital Center. No atestado de óbito de Neusilene consta que ela sofreu um choque anafilático, reação provocada pela anestesia. Já a segunda morte aconteceu no dia 15 de junho e a cirurgia também foi realizada no Natal Hospital Center. O médico responsável pelas duas cirurgias, José Manoel Pereira de Freitas declarou, em entrevista ao Diário de Natal, que está abalado com a repercussão dos casos, mas que só pretende falar sobre as mortes quando os laudos cadavéricos forem divulgados.

Nos dois casos, observa-se que as pacientes são cabeleireiras e há uma hipótese de que as duas podem ter sofrido um choque anafilático em virtude de uma reação alérgica ao látex - elemento contido em materiais hospitalares que pode ter reagido aos produtos químicos utilizados pelas pacientes nos salões. "Mas isso são especulações. Não temos como provar. Elas fazem parte de um grupo de risco, mas é preciso estudar com calma. Vamos analisar a estrutura hospitalar e as drogas usadas nos procedimentos. Em 25 anos de profissão nunca presenciei pessoas terem choques anafiláticos, mas causam quedas bruscas de pressão e parada cardíaca. São reações graves que nem sempre respondem aos medicamentos", explicou o cirurgião.

Marco Almeida destaca que a classe médica está mobilizada para esclarecer os casos e tranquilizar a população. "Nenhum procedimento é isento de riscos. Essa cirurgia é feita diariamente, em várias clínicas. Esses dois casos foram fatalidades", disse o cirurgião.
Do DN

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